Um grande sinal de Deus Mt 1,18 24 –

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Homilia do dia 18 de dezembro de 2022 –

Curso sobre a Bíblia explicada em capítulos e versículos

A ESTRELA DA MANHA

Quando o Anjo Gabriel apareceu a Maria em Nazaré e lhe veio dizer, em nome de Deus, que Ela conceberia em seu seio e daria à luz um filho e lhe poria o nome de Jesus, estava anunciando o cumprimento de uma veneranda profecia. Era o que Isaías tinha dito ao rei Acaz: “O Senhor mesmo vos dará um sinal: Eis que uma virgem conceberá e dará à luz um filho e ele se chamará Emanuel (que quer dizer Deus conosco)” (Is 7,14).

Toda a Tradição cristã acolheu a profecia de Isaías no sentido de um vaticínio messiânico e como declaração da concepção virginal de Maria. Era Deus entrando na História do homem. Realizando uma nova criação. Portanto, agindo Ele próprio, com toda a majestade do seu poder. Como diz o próprio Alcorão, acolhendo o Evangelho: “Perguntou (Maria do anjo): Ó Senhor meu, como poderei ter um filho, se mortal algum jamais me tocou? Disse-Ihe o anjo: Assim será. Deus cria o que deseja, posto que, quando decreta algo, diz: Seja! e é” (3ª surata, 47).

E, quando Maria, no fim do diálogo, diz ao Anjo: “Eis aqui a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1, 38), essa declaração se deve completar com o que está no prólogo do evangelho de São João: “E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós” (Jo 1,14).

Aconteceu o mistério da Encarnação. 0 céu se encontrou com a terra. Deus se fez um de nós: Emanuel! E o mistério se realizou por meio de Maria, a estrela mais pura da humanidade, a flor da raça de Israel. Por isso a Igreja não sabe celebrar o Natal, sem levar o povo a cantar com muito carinho: “De Jessé brotou a vara – da vara brotou a flor – da flor nasceu Maria – de Maria, o Salvador”. E assim é que poucos títulos cabem a Ela com mais propriedade do que o título de “Estrela da manhã”.

Como a estrela-d’alva, que brilha no céu de madrugada, para o lado do nascente, anunciando a chegada do sol, assim brilhou Maria na nova aurora do mundo, anunciando a chegada do Sol, que é O Cristo, Senhor. É saboroso ler o evangelho da Anunciação nas vésperas do Natal. Maria está intimamente unida ao mistério da Encarnação. Tanto é verdade, que, no coração da nossa Profissão de Fé – o “Credo Niceno-Constantinopolitano”-, proclamamos: “e se encarnou pelo Espírito Santo, no seio da Virgem Maria, e se fez homem”.

E, quando se cantam ou se rezam essas palavras na missa do Natal, a comunidade inteira se põe de joelhos. No princípio do século V houve as famosas disputas cristológicas. De um lado Nestório, o Patriarca de Constantinopla, ensinando erroneamente que em Cristo havia duas pessoas – a pessoa divina e a pessoa humana; do outro lado, Cirilo, o Patriarca de Alexandria, defendendo a doutrina correta: em Cristo há uma só pessoa, a pessoa divina do Filho de Deus; mas há duas naturezas – a natureza divina e a natureza humana – perfeitamente distintas, mas intima e indissoluvelmente unidas.

Nestório não admitia que Maria se chamasse Mãe de Deus -“theotokos”, segundo a terminologia grega; Ela seria a Mãe apenas da pessoa humana. Ao passo que Cirilo defendia o título de “Mãe de Deus” para Maria, uma vez que, embora a natureza divina de Jesus seja anterior a Ela, dela nasceu verdadeiramente aquele que é verdadeiro Deus, Jesus Cristo, o Filho de Deus.

E o interessante é que a palavra “theotokos” fica sendo uma espécie de senha da ortodoxia: os que a aceitavam eram os que defendiam a verdadeira fé. Quando se reuniu o Concílio de Efeso, no ano de 431, no qual se definiu o dogma de que em Cristo há uma só pessoa em duas naturezas, na noite da gloriosa proclamação, o povo de Efeso, no seu entusiasmo, organizou um cortejo de luzes para acompanhar os Padres Conciliares à residência. E todos aclamavam a “theotokos”: Santa Maria, Mãe de Deus.

E bom lembrar tudo isso no Natal. Proclamar as grandes verdades de nossa fé. O “Emanuel” – Deus conosco, e a “Theotokos” – a Mãe de Deus. E saber que a História da vida do homem está dividida em duas partes: Antes de Cristo e Depois de Cristo.. E não concordar com o absurdo de que a televisão seja capaz de falar dois meses sobre Natal, sem nunca nomear Nosso Senhor Jesus Cristo, aquele que é toda a razão do Natal.

LEITURAS do IV domingo do Advento -ANO B:

1ª- 2Sm 7,1-5,8b-11,16.

2ª- Rm16,25-27.

3ª- Lc 1,26-38.