Pe. Lucas – Santa Marta – João 11, 19-27 –

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O AMANHECER DO EVANGELHO

REFLEXÕES E ILUSTRAÇÕES DE PE. LUCAS DE PAULA ALMEIDA, CM

João 11, 19-27- SANTA MARTA

1) Oração

Ó Deus, sede generoso para com os vossos filhos e filhas e multiplicai em nós os dons da vossa graça, para que, repletos de fé, esperança e caridade, guardemos fielmente os vossos mandamentos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.2) Leitura do Evangelho (João 11, 19-27)

Naquele tempo, muitos judeus tinham vindo a Marta e a Maria, para lhes apresentar condolências pela morte de seu irmão. Mal soube Marta da vinda de Jesus, saiu-lhe ao encontro. Maria, porém, estava sentada em casa. Marta disse a Jesus: “Senhor, se tivesses estado aqui, meu irmão não teria morrido! Mas sei também, agora, que tudo o que pedires a Deus, Deus to concederá”. Disse-lhe Jesus: “Teu irmão ressurgirá”. Respondeu-lhe Marta: “Sei que há de ressurgir na ressurreição no último dia”. Disse-lhe Jesus: “Eu sou a ressurreição e a vida. Aquele que crê em mim, ainda que esteja morto, viverá. E todo aquele que vive e crê em mim, jamais morrerá. Crês nisto?” Respondeu ela: “Sim, Senhor. Eu creio que tu és o Cristo, o Filho de Deus, aquele que devia vir ao mundo”.
Palavra da Salvação.3) Reflexão

* A ressurreição de Lázaro é o sétimo sinal (milagre) de Jesus no evangelho de João e é também o ponto alto e decisivo da revelação que ele vinha fazendo de Deus e de si mesmo.

* A pequena comunidade de Betânia, onde Jesus gostava de hospedar-se, reflete a situação e o estilo de vida das pequenas comunidades do Discípulo Amado no fim do primeiro século lá na Ásia Menor. Betânia quer dizer “Casa dos pobres”. Eram comunidades pobres de gente pobre. Marta quer dizer “Senhora” (coordenadora): uma mulher coordenava a comunidade. Lázaro significa “Deus ajuda”: a comunidade pobre esperava tudo de Deus. Maria significa “amada de Javé”: era a discípula amada, imagem da comunidade. O episódio da ressurreição de Lázaro comunicava esta certeza: Jesus traz vida para a comunidade dos pobres. Jesus é fonte de vida para todos que nele acreditam.* Uma chave para entender o sétimo sinal da ressurreição de Lázaro. Lázaro estava doente. As irmãs Marta e Maria mandaram chamar Jesus: “Aquele a quem amas está doente!” (Jo 11,3.5). Jesus atende ao pedido e explica aos discípulos: “Essa doença não é mortal, mas é para a glória de Deus, para que por nela seja glorificado o Filho de Deus!” (Jo 11,4)No evangelho de João, a glorificação de Jesus acontece através da sua morte (Jo 12,23; 17,1). Uma das causas da sua condenação à morte vai ser a ressurreição de Lázaro (Jo 11,50; 12,10). Muitos judeus estavam na casa de Marta e Maria para consolá-las da perda do irmão. Os judeus, representantes da Antiga Aliança, só sabem consolar. Não trazem vida nova.. Jesus é que vai trazer vida nova! Assim, de um lado, a ameaça de morte contra Jesus! De outro lado, Jesus chegando para vencer a morte! É neste contexto de conflito entre vida e morte, que se realiza o sétimo sinal da ressurreição de Lázaro.* Marta diz que crê na ressurreição. Os fariseus e a maioria do povo também acreditavam na Ressurreição (At 23,6-10; Mc 12,18). Acreditavam, mas não a revelavam. Era apenas fé na ressurreição no fim dos tempos e não na ressurreição presente na história, aqui e agora.Esta fé antiga não renovava a vida. Pois não basta crer na ressurreição que vai acontecer no final dos tempos, mas tem que crer que a Ressurreição já está presente aqui e agora na pessoa de Jesus e naqueles que acreditam em Jesus. Sobre estes a morte já não tem mais nenhum poder, porque Jesus é a “ressurreição e a vida”. Mesmo sem ver o sinal concreto da ressurreição de Lázaro, Marta confessa a sua fé: “Eu creio que tu és o Cristo, o filho de Deus que vem ao mundo” (Jo 11,27).Depois desta profissão de fé, na continuação deste do Evangelho… Jesus manda tirar a pedra. Marta reage: “Senhor, já cheira mal! É o quarto dia!”(Jo 11,39). Novamente, Jesus a desafia apelando para a fé na ressurreição, aqui e agora, como um sinal da glória de Deus: “Não te disse que, se creres, verás a glória de Deus?” (Jo 11,40). Retiraram a pedra. Diante do sepulcro aberto e diante da incredulidade das pessoas, Jesus se dirige ao Pai.Na sua prece, primeiro, faz ação de graças: “Pai, dou-te graças, porque me ouviste. Eu sabia que tu sempre me ouves!” (Jo 11,41-42). Jesus conhece o Pai e confia nele. Mas agora ele pede um sinal por causa da multidão que o rodeia, para que possa acreditar que ele, Jesus, é o enviado do Pai. Em seguida, ele grita em alta voz, grito criador: “Lázaro, vem para fora!”E Lázaro veio para fora (Jo 11,43-44). É o triunfo da vida sobre a morte, da fé sobre a incredulidade! Um agricultor comentou: “A nós cabe retirar a pedra! E aí Deus ressuscita a comunidade. Tem gente que não quer tirar a pedra, e por isso a comunidade deles não tem vida!”*  Marta é mencionada apenas em uma cena de Lucas, e em duas cenas de João. Em Lucas, Jesus está em casa de Marta, em Betânia, Maria a seus pés e Marta servindo (Lc 10,38-42). Em João, temos o diálogo com Marta na cena da morte e ressurreição de Lázaro (evangelho de hoje), e a cena da ceia em sua casa, cinco dias antes da última ceia com os apóstolos (Jo 12,1-2).* No diálogo com Jesus, Marta reafirma a crença farisaica na ressurreição do último dia. Jesus revela-lhe a sua novidade: “Eu sou a ressurreição e a vida”. A ressurreição é a vida de Deus, que vence a morte e que nos é dada em Jesus. A ressurreição de Lázaro revela a continuidade da vida e a presença da vida eterna, já, naqueles que crêem em Jesus. “Todo aquele que crê em mim, não morrerá jamais”. A comunidade que crê em Jesus e vive sua missão de amor é a comunidade dos que já estão inseridos na vida divina e eterna.4) Para um confronto pessoal
1) O que significa para mim, bem concretamente, crer na ressurreição?
2) Parte do povo aceitava Jesus, parte não aceitava. Hoje, parte do povo aceita a renovação da igreja, e parte não aceita. E eu?5) Oração final
Ouvi, nações, a palavra do SENHOR, anunciai às terras distantes; dizei:  ‘Aquele mesmo que dispersou Israel vai reuni-lo novamente e dele cuidará qual pastor do seu rebanho.’ Pois o SENHOR libertou Jacó, livrou-o do poder de outro mais forte. (Jr 31, 10-11)