Mateus 5, 43-48 – Amai vossos inimigos, Fazei bem aos que vos odeiam, Orai pelos que vos maltratam e perseguem- Pe. Lucas

EVANGELHO E HOMILIA DO DIA – O AMANHECER DO EVANGELHO

REFLEXÕES E ILUSTRAÇÕES DE PE. LUCAS DE PAULA ALMEIDA, CM

Terça-feira da 1ª Semana da Quaresma

1) Oração
Convertei para vós, ó Pai, nossos corações, a fim de que, buscando o único necessário e praticando as obras de caridade, nos dediquemos ao vosso culto. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.2) Leitura do Evangelho (Mateus 5, 43-48)
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus – Naquele tempo, Disse Jesus tendes ouvido o que foi dito: Amarás o teu próximo e poderás odiar teu inimigo. Eu, porém, vos digo: amai vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam, orai pelos que vos maltratam e perseguem. Deste modo sereis os filhos de vosso Pai do céu, pois ele faz nascer o sol tanto sobre os maus como sobre os bons, e faz chover sobre os justos e sobre os injustos. Se amais somente os que vos amam, que recompensa tereis? Não fazem assim os próprios publicanos? Se saudais apenas vossos irmãos, que fazeis de extraordinário? Não fazem isto também os pagãos? Portanto, sede perfeitos, assim como vosso Pai celeste é perfeito.
– Palavra da salvação.3) Reflexão
* No evangelho de ontem vimos como Jesus interpretou o mandamento “Não Matarás” para que a sua observância leve à prática do amor. Além de “Não Matarás” (Mt 5,21), Jesus citou outros quatro mandamentos da antiga lei: não cometer adultério (Mt 5,27), não jurar falso (Mt 5,33), olho por olho, dente por dente (Mt 5,38) e, no evangelho de hoje: “Amarás o próximo e odiarás o teu inimigo” (Mt 5,43). Assim, ao todo, por cinco vezes, ele criticou e completou a maneira antiga de observar estes mandamentos e apontou um caminho novo para atingir o objetivo da lei que é a prática do amor (Mt 5,22-26; 5, 28-32; 5,34-37; 5,39-42; 5,44-48).* Amar os inimigos. No evangelho de hoje, Jesus cita a antiga lei que dizia: “Amarás o próximo e odiarás o teu inimigo”. Este texto não se encontra tal qual no Antigo Testamento. Trata-se mais da mentalidade reinante, segundo a qual o povo não via nenhum problema no fato de uma pessoa ter ódio ao seu inimigo. Jesus discorda e diz: “Mas eu digo Amai os vossos inimigos e orai por aqueles que vos perseguem!”E ele dá o motivo: “Pois, se amais somente aos que vos amam, que recompensa vocês tereis? Os cobradores de impostos não fazem a mesma coisa? E se saudais somente vossos irmãos, o que é que fazeis de extraordinário? Os pagãos não fazem a mesma coisa? Portanto, sede perfeitos como é perfeito vosso Pai que está no céu.” E Jesus deu a prova. Na hora de ser crucificado observou o que ensinou.* Pai, perdoa! Eles não sabem o que fazem! Um soldado prendeu o pulso de Jesus no braço da cruz, colocou um prego e começou a bater. Deu várias pancadas. O sangue espirrava. O corpo de Jesus se contorcia de dor. O soldado, mercenário, ignorante, alheio ao que estava fazendo e ao que estava acontecendo ao redor, continuava batendo como se fosse um prego na parede da casa dele para pendurar um quadro. Neste momento Jesus rezou pelo soldado que o torturava e dirigiu esta prece ao Pai: “Pai, perdoa! Eles não sabem o que estão fazendo!” Amou o soldado que o matava. Por mais que quisessem, a desumanidade não conseguiu apagar em Jesus a humanidade e o amor.Eles o prenderam, xingaram cuspiram no rosto dele, deram soco na cara, fizeram dele um rei palhaço com coroa de espinhos na cabeça, flagelaram, torturaram, o obrigaram andar pelas ruas como um criminoso, teve de ouvir os insultos das autoridades religiosas, no calvário o deixaram totalmente nu à vista de todos e de todas. Mas o veneno da desumanidade não conseguiu alcançar a fonte do amor e da humanidade que brotava de dentro de Jesus.A água do amor que jorrava de dentro era mais forte que o veneno do ódio que vinha de fora. Olhando aquele soldado ignorante e bruto, Jesus teve dó dele e rezou por ele e por todos: “Pai perdoa!” E ainda arrumou uma desculpa: “Eles não sabem o que estão fazendo!” Jesus se fez solidário com aqueles que o torturavam e maltratavam. Era como o irmão que vem com seus irmãos assassinos diante do juiz e ele, vítima dos próprios irmãos, diz ao juiz: “São meus irmãos, sabe, são uns ignorantes. Perdoa. Eles vão melhorar!” Amou o inimigo!* Ser perfeito como o Pai do céu é perfeito. Jesus não quer simplesmente virar a mesa, pois aí nada mudaria. Ele quer mudar o sistema da convivência humana. O Novo que ele quer construir vem da nova experiência que ele tem de Deus como Pai cheio de ternura que acolhe a todos! As palavras de ameaça contra os ricos não podem ser ocasião para os pobres se vingarem. Jesus manda ter a atitude contrária: “Amai os vossos inimigos!” O amor verdadeiro não pode depender do que eu recebo do outro. O amor deve querer o bem do outro independentemente do que ele ou ela faz por mim. Pois assim é o amor de Deus por nós.4) Para um confronto pessoal

1) Amar os inimigos. Será que sou capaz de amar os meus inimigos?

2) Contemplar em silêncio Jesus que, na hora de ser morto, amava o inimigo que o matava.5) Oração final

Felizes os que procedem com retidão, os que caminham na lei do SENHOR. Felizes os que guardam seus testemunhos e o procuram de todo o coração (Sl 118, 1-2)

 

EVANGELHO E HOMILIA DO DIA – O AMANHECER DO EVANGELHO

REFLEXÕES E ILUSTRAÇÕES DE PE. LUCAS DE PAULA ALMEIDA, CM

(Mateus 5, 43-48) – Sede perfeitos como vosso Pai do céu é perfeito” – Pe. Lucas de Paula Almeida,CM

Terça-feira da 11ª Semana do Tempo Comum

1) Oração

Ó Deus, força daqueles que esperam em vós, sede favorável ao nosso apelo, e como nada podemos em nossa fraqueza, dai-nos sempre o socorro da vossa graça, para que possamos querer e agir conforme vossa vontade, seguindo os vossos mandamentos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.2) Leitura do Evangelho (Mateus 5, 43-48)

43Tendes ouvido o que foi dito: Amarás o teu próximo e poderás odiar teu inimigo. 44Eu, porém, vos digo: amai vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam, orai pelos que vos [maltratam e] perseguem. 45Deste modo sereis os filhos de vosso Pai do céu, pois ele faz nascer o sol tanto sobre os maus como sobre os bons, e faz chover sobre os justos e sobre os injustos. 46Se amais somente os que vos amam, que recompensa tereis? Não fazem assim os próprios publicanos? 47Se saudais apenas vossos irmãos, que fazeis de extraordinário? Não fazem isto também os pagãos? 48Portanto, sede perfeitos, assim como vosso Pai celeste é perfeito.3) Reflexão Mt 5, 43-48

* No evangelho de hoje alcançamos o topo da Montanha das Bem-aventuranças, onde Jesus proclamou a Lei do Reino de Deus, cujo ideal se resume nesta frase lapidar: “Sede perfeitos como vosso Pai do céu é perfeito” (Mt 5,48). Jesus estava corrigindo a Lei de Deus! Cinco vezes em seguida ele já tinha afirmado: “Antigamente foi dito, mas eu digo!” (Mt 5,21.27,31.33.38). Era sinal de muita coragem da parte dele de corrigir, publicamente, diante de todo o povo reunido, o tesouro mais sagrado do povo, a raiz da sua identidade, que era a Lei de Deus. Jesus quer comunicar um novo olhar para entender e praticar a Lei de Deus. A chave para poder atingir este novo olhar é a afirmação: “Sede perfeitos como vosso Pai do céu é perfeito”. Nunca ninguém poderá chegar a dizer: “Hoje fui perfeito como o Pai do céu é perfeito!” Estaremos sempre abaixo da medida que Jesus colocou diante de nós. Por que será que ele colocou diante de nós um ideal impossível a ser atingido por nós mortais?* Mateus 5,43-45: Ouvistes o que foi dito: Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo

Nesta frase Jesus explicita a mentalidade com que os escribas explicavam a lei; mentalidade que nascia das divisões entre judeu e não-Judeu, entre próximo e não-próximo, entre santo e pecador, entre puro o impuro, etc. Jesus manda subverter esta pretensa ordem nascida de divisões interesseiras. Ele manda ultrapassar as divisões. “Eu, porém, lhes digo: amem os seus inimigos, e rezem por aqueles que perseguem vocês! Assim vocês se tornarão filhos do Pai que está no céu, porque ele faz o sol nascer sobre maus e bons, e a chuva cair sobre justos e injustos” .E aqui atingimos a fonte, de onde brota a novidade do Reino. Esta fonte é o próprio Deus, reconhecido como Pai, que faz nascer o sol sobre maus e bons. Jesus manda que imitemos este Deus: “Sede perfeitos como vosso Pai celeste é perfeito” (5,48). E’ imitando este Deus que criamos uma sociedade justa, radicalmente nova:* Mateus 5,46-48: Ser perfeito como o Pai celeste é perfeito

Tudo se resume em imitar Deus: “Pois, se vocês amam somente aqueles que os amam, que recompensa vocês terão? Os cobradores de impostos não fazem a mesma coisa? E se vocês cumprimentam somente seus irmãos, o que é que vocês fazem de extraordinário? Os pagãos não fazem a mesma coisa? Portanto, sejam perfeitos como é perfeito o Pai de vocês que está no céu” (Mt 5,43-48). O amor é o princípio e o fim de tudo. Prova de amor maior não há que doar a vida pelo irmão (Jo 15,13). Jesus imitou o Pai e revelou o seu amor. Cada gesto, cada palavra de Jesus, desde o nascimento até à hora de morrer na cruz, era uma expressão deste amor criador que não depende do presente que recebe, nem descrimina o outro por motivo de raça, sexo, sexo, religião ou classe social, mas que nasce de um bem querer totalmente gratuito. Foi um crescendo contínuo, desde o nascimento até à morte na Cruz.* A manifestação plena do amor criador em Jesus.

Foi quando na Cruz ele ofereceu o perdão ao soldado que o torturava e matava. O soldado, empregado do império, prendeu o pulso de Jesus no braço da cruz, colocou um prego e começou a bater. Deu várias pancadas. O sangue espirrava. O corpo de Jesus se contorcia de dor. O soldado, mercenário ignorante, alheio ao que estava fazendo e ao que estava acontecendo ao redor, continuava batendo como se fosse um prego na parede da casa para pendurar um quadro.Neste momento Jesus dirige ao Pai esta prece: “Pai, perdoa! Eles não sabem o que estão fazendo!” (Lc 23,34). Por mais que os homens quisessem, a desumanidade não conseguiu apagar em Jesus a humanidade. Eles o prenderam, xingaram, cuspiram no rosto dele, deram soco na cara, fizeram dele um rei palhaço com coroa de espinhos na cabeça, flagelaram, torturaram, fizeram-no andar pelas ruas como um criminoso, teve de ouvir os insultos das autoridades religiosas, no calvário deixaram-no totalmente nu à vista de todos e de todas. Mas o veneno da desumanidade não conseguiu alcançar a fonte da humanidade que brotava de dentro de Jesus. A água que jorrava de dentro era mais forte que o veneno que vinha de fora, querendo de novo contaminar tudo.Olhando aquele soldado ignorante e bruto, Jesus teve dó do rapaz e rezou por ele e por todos: “Pai, perdoa!” E ainda arrumou uma desculpa: “São ignorantes. Não sabem o que estão fazendo!” Diante do Pai, Jesus se fez solidário daqueles que o torturavam e maltratavam. Era como o irmão que vem com seus irmãos assassinos diante do juiz e ele, vítima dos próprios irmãos, diz ao juiz: “São meus irmãos, sabe. São uns ignorantes. Perdoa. Eles vão melhorar!” Era como se Jesus estivesse com medo que o mínimo de raiva contra o rapaz pudesse apagar nele o restinho de humanidade que ainda sobrava. Este gesto incrível de humanidade e de fé na possibilidade de recuperação daquele soldado foi a maior revelação do amor de Deus. Jesus pôde morrer: “Está tudo consumado!” E inclinando a cabeça, entregou o espírito (Jo 19,30). Realizou a profecia do Servo Sofredor (Is 53).4) Para um confronto pessoal

1) Qual a motivação mais profunda do esforço que você faz para observar a Lei de Deus: merecer a salvação ou agradecer a bondade imensa de Deus que te criou, te mantém em vida e te salva?

2) Como você entende a frase “ser perfeito como o Pai do céu é perfeito”?5) Oração final

Tende piedade de mim, Senhor, segundo a vossa bondade. E conforme a imensidade de vossa misericórdia, apagai a minha iniquidade. Lavai-me totalmente de minha falta, e purificai-me de meu pecado. (Sl 50, 3-4)