Lc 10,13-16 – Ai de ti, Betsaida! Ai de ti, Corozaim! –

01 de Outubro de 2021 – Ai de Ti, Betsaida ! Ai de Ti Corozain ! – Lc 10, 13-16- O evangelho de hoje acentua e amplifica as ameaças aos que se recusam de receber a Boa Nova. – Visite o Canal CNBB Padre Lucas e adicione um comentário e deixe o like, o joínha –

O evangelho de hoje acentua e amplifica as ameaças aos que se recusam de receber a Boa Nova.
A Bíblia Explicada em Capítulos e versículos
O Amanhecer do Evangelho
Explicaçoes, ilustraçoes e vídeos de Pe. Lucas de Paula Almeida, CM

1) Oração

Ó Deus, que mostrais vosso poder sobretudo no perdão e na misericórdia, derramai sempre em nós a vossa graça, para que, caminhando ao encontro das vossas promessas, alcancemos os bens que nos reservais. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

2) Evangelho (Lc 10,13-16): Naquele tempo, disse Jesus: «Ai de ti, Corazim! Ai de ti, Betsaida! Se em Tiro e Sidônia se tivessem realizado os milagres feitos no meio de vós, há muito tempo teriam demonstrado arrependimento, vestindo-se de saco e sentando-se sobre a cinza. Pois bem: no dia do julgamento, Tiro e Sidônia terão uma sentença menos dura do que vós. E tu, Cafarnaum, serás elevada até o céu? Até inferno serás rebaixada! Quem vos escuta, é a mim que está escutando; e quem vos despreza, é a mim que está desprezando; ora, quem me despreza, está desprezando aquele que me enviou».

3) Momento de Reflexões –  Lc 10,13-16 – Ai de ti, Betsaida! Ai de ti, Corozaim! – O evangelho de hoje acentua e amplifica as ameaças aos que se recusam de receber a Boa Nova.

* O evangelho de hoje dá continuidade ao envio dos setenta e dois discípulos e discípulas (Lc 10,1-12). No final deste envio Jesus falava de sacudir o pó dos sapatos quando os missionários não fossem bem recebidos (Lc 10,10-12). O evangelho de hoje acentua e amplifica as ameaças aos que se recusam de receber a Boa Nova.

* Lucas 10,13-14: Ai de você Corazim e Betsaida! O espaço por onde Jesus andou durante aqueles três anos da sua vida missionária era pequeno. Abrangia uns poucos quilômetros quadrados ao longo do Mar da Galileia em torno das cidades Cafarnaum, Betsaida e Corazim. Foi neste espaço tão pequeno que Jesus realizou a maior parte dos seus discursos e milagres. Ele veio salvar a humanidade inteira, e quase não saiu do limitado espaço da sua terra. Tragicamente, Jesus teve que constatar que o povo daquelas cidades não quis aceitar a mensagem do Reino e não se converteu. As cidades se fixaram na rigidez das suas crenças, tradições e costumes e não aceitaram o convite de Jesus para mudar de vida. “Ai de você, Corazim! Ai de você, Betsaida! Porque se em Tiro e Sidônia tivessem sido realizados os milagres que foram feitos no meio de vocês, há muito tempo teriam feito penitência, vestindo-se de cilício e sentando-se sobre cinzas”. Jesus compara as duas cidades com Tiro e Sidônia que, no passado, foram inimigos ferrenhos de Israel, maltrataram o povo de Deus. Por isso, foram amaldiçoadas pelos profetas (Is 23,1; Jr 25,22; 47,4; Ez 26,3; 27,2; 28,2; Jl 4,4; Am 1,10). E agora, Jesus diz que estas mesmas cidades, símbolos de toda a malvadeza feita ao povo no passado, já teriam feito conversão se nelas tivessem acontecido tantos milagres como em Corazim e Betsaida.

* Lucas 10,15: Ai de você Cafarnaum! “Ai de você, Cafarnaum! Será erguida até o céu? Será jogada no inferno, isso sim!”  Jesus evoca a condenação que o profeta Isaías lançou contra a Babilônia. Orgulhosa e prepotente, Babilônia pensava:” Vou subir até o céu, vou colocar meu trono acima das estrelas de Deus; vou sentar-me na montanha da Assembleia, no cume da montanha celeste. Subirei até as alturas das nuvens e me tornarei igual ao Altíssimo” (Is 14,13-14). Pensava! Mas enganou-se redondamente. Aconteceu o contrário. Diz o profeta: “Agora, aí está você precipitado na mansão dos mortos, nas profundezas do abismo” (Is 14,15). Jesus compara Cafarnaum a esta terrível Babilônia que destruiu monarquia e o templo e levou o povo para o cativeiro do qual nunca mais se recuperou. Como Babilônia, Cafarnaum pensava ser alguma coisa, mas foi parar no inferno mais profundo. O evangelho de Mateus compara Cafarnaum com a cidade de Sodoma, símbolo da pior perversão, que foi destruída pela ira de Deus (Gn 18,16 a 19,29). Sodoma teria feito a conversão se tivesse visto os milagres que Jesus fez em Cafarnaum (Mt 11,23-24). Hoje continua o mesmo paradoxo. Muitos de nós, que somos católicos desde criança, temos tantas convicções consolidadas, que ninguém é capaz de nos converter. E em alguns lugares, o cristianismo, em vez de ser fonte de mudança e de conversão, tornou-se o reduto das forças mais reacionárias da política do país.

* Lucas 10,16: Quem rejeita vocês, rejeita a mim! “Quem escuta vocês, escuta a mim, e quem rejeita vocês, rejeita a mim; mas quem me rejeita, rejeita aquele que me enviou.” A frase acentua a identificação dos discípulos com Jesus enquanto rejeitado pelas autoridades. Em Mateus a mesma frase de Jesus, colocada em outro contexto, acentua a identificação dos discípulos com Jesus enquanto acolhido pelo povo (Mt 10,40). Tanto num como noutro, é na doação total de si que os discípulos se identificam com Jesus e que se realiza o encontro deles com Deus, e que Deus se deixa encontrar por quem o procura.

4) Para um confronto pessoal

1) Minha cidade e meu país merecem a advertência de Jesus contra Cafarnaum, Corazim e Betsaida?

2) Como me identifico com Jesus?

5) Oração final

Protege-me, ó Deus: em ti me refugio. Eu digo ao Senhor: “És tu o meu Senhor, fora de ti não tenho bem algum”. O Senhor é a minha parte da herança e meu cálice. Nas tuas mãos, a minha porção. (Sl 15, 1-2.5)

Mt 11, 20-24- 01 de Outubro de 2021 – Ai de ti, Betsaida! Ai de ti, Corozaim! –
A Bíblia Explicada em Capítulos e versículos-
O Amanhecer do Evangelho-
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Pe. Lucas – Ai de ti, Corozaim! ai de ti, Betsaida! – Mt 11, 20-24

1) Oração

Ó Deus, que mostrais a luz da verdade aos que erram para retomarem o bom caminho, dai a todos os que professam a fé, rejeitar o que não convém ao cristão, e abraçar tudo o que é digno desse nome. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

2) Leitura do Evangelho (Mt 11, 20-24)

Depois Jesus começou a censurar as cidades, onde tinha feito grande número de seus milagres, por terem recusado arrepender-se: Ai de ti, Corozaim! Ai de ti, Betsaida! Porque se tivessem sido feitos em Tiro e em Sidônia os milagres que foram feitos em vosso meio, há muito tempo elas se teriam arrependido sob o cilício e a cinza. Por isso vos digo: no dia do juízo, haverá menor rigor para Tiro e para Sidônia que para vós! E tu, Cafarnaum, serás elevada até o céu? Não! Serás atirada até o inferno! Porque, se Sodoma tivesse visto os milagres que foram feitos dentro dos teus muros, subsistiria até este dia. Por isso te digo: no dia do juízo, haverá menor rigor para Sodoma do que para ti!

3) Reflexão Mateus 11,20-24 (Lc 10,13-15)

* O Sermão da Missão ocupou o capítulo 10. Os capítulos 11 e 12 vão descrever como Jesus realizava a Missão. Ao longo destes dois capítulos, aparecem as adesões, as dúvidas e as recusas que a ação evangelizadora de Jesus ia provocando. João Batista, que olhava Jesus com os olhos do passado, não conseguia entendê-lo (Mt 11,1-15). O povo, que olhava para Jesus com finalidade interesseira, não foi capaz de entendê-lo (Mt 11,16-19).

As grandes cidades ao redor do lago, que ouviram a pregação de Jesus e viram seus milagres, não quiseram abrir-se para a sua mensagem (é o texto do evangelho de hoje) (Mt 11,20-24). Os sábios e doutores, que apreciavam tudo a partir da sua própria ciência, não foram capazes de entender a pregação de Jesus (Mt 11,25).

Os fariseus que confiavam só na observância da lei, criticavam Jesus (Mt 12,1-8) e decidiram matá-lo (Mt 12,9-14). Diziam que Jesus agia em nome de Beelzebu (Mt 12,22-37). Queriam dele uma prova para poder crer nele (Mt 12,38-45). Nem os parentes apoiavam Jesus (Mt 12,46-50). Só os pequenos e o povo doente o entendiam e aceitavam a Boa Nova do Reino (Mt 11,25-30). Iam atrás dele (Mt 12,15-16) e viam nele o Servo anunciado por Isaías (Mt 12,17-21).

* Esta maneira de descrever a ação missionária de Jesus era uma advertência clara para os discípulos e discípulas que andavam com Jesus pela Galiléia. Não podiam esperar muita recompensa nem elogio pelo fato de serem missionários de Jesus. A advertência vale também para nós que hoje lemos e meditamos este mesmo Sermão da Missão, pois os evangelhos são escritos envolventes. Eles nos convidam a confrontar nossa atitude frente a Jesus com a atitude das personagens que aparecem no evangelho e a nos perguntar se somos como João Batista (Mt 11,1-15), como o povo interesseiro (Mt 11,16-19), como as cidades incrédulas (Mt 11,20-24), como os doutores que pensavam saber tudo e não entendiam nada (Mt 11,25), como os fariseus que só sabiam criticar (Mt 12,1-45) ou como o povo pequeno que andava à procura de Jesus (Mt 12,15) e que, com a sua sabedoria, soube entender e aceitar a mensagem do Reino(Mt 11,25-30).

* Mateus 11,20: A palavra contra as cidades que não o receberam. O espaço por onde Jesus andou durante aqueles três anos da sua vida missionária era pequeno. Abrangia uns poucos quilômetros quadrados ao longo do Mar da Galiléia em torno das cidades Cafarnaum, Betsaida e Corazain. Só! Ora, foi neste espaço tão pequeno que Jesus realizou a maior parte dos seus discursos e milagres. Ele veio salvar a humanidade inteira, e quase não saiu do limitado espaço da sua terra. Tragicamente, Jesus teve que constatar que o povo daquelas cidades não quis aceitar a mensagem do Reino e não se converteu. As cidades se fixaram na rigidez das suas crenças, tradições e costumes e não aceitaram o convite de Jesus mudar de vida.

* Mateus 11,21-24: Corazain, Betsaida e Cafarnaum são piores que Tiro, Sidônia e Sodoma. No passado, Tiro e Sidônia, inimigos ferrenhos de Israel, maltrataram o povo de Deus. Por isso, foram amaldiçoadas pelos profetas (Is 23,1; Jr 25,22; 47,4; Ez 26,3; 27,2; 28,2; Jl 4,4; Am 1,10). E agora, Jesus diz que estas cidades, símbolos de toda a malvadeza, já teriam feito conversão se nelas tivessem acontecido tantos milagres como em Corazain e Betsaida. A cidade de Sodoma, símbolo da pior perversão, foi destruída pela ira de Deus (Gn 18,16 a 19,29). E agora, Jesus diz que Sodoma existiria até hoje, pois teria feito a conversão se tivesse visto os milagres que Jesus fez em Cafarnaum. Hoje continua o mesmo paradoxo. Muitos de nós, que somos católicos desde criança, temos tantas convicções consolidadas, que ninguém é capaz de nos converter. E em alguns lugares, o cristianismo, em vez de ser fonte de mudança e de conversão, tornou-se o reduto das forças mais reacionárias da política do país.

4) Para um confronto pessoal

  1. Como me coloco diante da Boa Nova de Jesus: como João Batista, como o povo interesseiro, como os doutores, como os fariseus ou como o povo pequeno e pobre?
  2. Minha cidade e meu país merecem a advertência de Jesus contra Cafarnaum, Corazaim e Betsaida?

5) Oração final

Grande é o Senhor e digno de todo louvor, na cidade de nosso Deus. O seu monte santo, colina magnífica, é uma alegria para toda a terra. (Sl 47, 2-3)

1º de outubro

Santa Teresa do Menino Jesus

Virgem da Ordem Carmelita e Doutora da Igreja

Santa Teresa do Menino Jesus nasceu em Alençon (França) no dia 2 de janeiro de 1873. Entrou para o Carmelo de Lisieux no dia 9 de abril de 1888. Exercitou-se de modo singular na humildade, simplicidade evangélica e confiança em Deus, virtudes que também procurou inculcar nas suas irmãs, especialmente nas noviças. Oferecendo a sua vida pela salvação das almas e pela edificação da Igreja, morreu num êxtase de amor no dia 30 de setembro de 1897.

A espiritualidade de Santa Teresinha do Menino Jesus

Ela era uma jovem francesa do fim do século 19 que aos quinze anos de idade entrou num convento carmelita e, nove anos depois, aos 24 anos de idade, após longos meses de muito sofrimento, morreu de tuberculose no dia 1 de outubro de 1897. Nunca saiu do convento. Quando ela morreu, uma irmã da comunidade dizia não ter encontrado nada de extraordinário na vida dela. Qual é então o segredo dessa santa carmelita para chegar a ser conhecida e amada de tanta gente até hoje? Qual o caminho que ela abriu para nós?

São dois os caminhos de Deus até nós e de nós até Deus. O primeiro é este: Deus, na sua bondade, tomou a iniciativa e, sem mérito algum da nossa parte, chegou até nós, nos acolheu e nos abraçou. É o caminho da gratuidade do amor. O outro caminho é este: Uma vez aceito o amor de Deus, nós devemos dar a nossa resposta e realizar o que o amor pede de nós. É o caminho da observância dos mandamentos. Gratuidade e Observância! Dois caminhos, dois lados da mesma medalha: dom de Deus e esforço nosso; providência divina e eficiência humana; festa e luta; fé e política; sonhar e planejar, graça e lei. Um lado só, sem o outro, tornaria incompleto nosso relacionamento com Deus. No passado, em algumas épocas da história da igreja, insistia-se mais na gratuidade: “Deus nos ama!” E às vezes, o povo caía num ritualismo vazio sem compromisso. Em outras épocas, insistia-se mais na observância: “Temos que cumprir a Lei!” E às vezes, se caía num legalismo exagerado que gerava nas pessoas o medo de Deus.

No fim do século 19 na França, época em que vivia Teresinha, o acento caía na observância, no legalismo, com prejuízo para a vivência da gratuidade do amor. O rigor e o medo marcavam a piedade do povo, mostravam um Deus distante e exigente. Tudo parecia pecado. Era proibido comungar todos os dias. Insistia-se mais nas práticas da penitência, ameaçando o povo com o castigo do inferno. Teresinha nasceu e cresceu neste ambiente burguês e conservador. No mosteiro carmelita, em que acabava de entrar, a espiritualidade era de observância e de rigor. O ideal da santidade eram as práticas de penitência, jejum rigoroso, grandes sacrifícios, longas orações. Não se lia a Bíblia. Na biblioteca do convento só havia um único exemplar da Bíblia. Para uma irmã poder ler a Bíblia precisava da licença da superiora. Então, como Teresinha conseguiu romper com este modo tão rigoroso de viver a vida? Como ela conseguiu vencer o medo de Deus e alcançar essa sabedoria tão grande a ponto de tornar-se doutora da Igreja, mestra de todos nós?

Em Teresinha transparece uma nova imagem de Deus. Ao longo dos poucos anos de sua vida, escondida num convento, ela redescobriu o rosto amado de Deus como nosso Pai, que tinha sido esquecido. O seu jeito de lidar com Deus era diferente. A frase de Teresinha que melhor resume a mensagem da sua vida é esta que ela dirige a Deus no fim da sua vida: “No crepúsculo desta vida aparecerei diante de vós com as mãos vazias!” Ela entrou no convento para tornar-se uma santa. Ela pensava que a santidade devesse ser fruto do seu próprio esforço. Ela ouvia falar dos grandes santos e santas, das duras penitências e das longas orações que eles faziam, das virtudes que praticavam, dos sacrifícios e gestos heroicos. Assim eles acumulavam méritos para poder merecer o céu. Teresinha sentia-se pequena e frágil, cheia de defeitos, incapaz de alcançar esse ideal de santidade, pois ela dormia durante a longa meditação de manhã, não gostava muito do terço, sentia antipatias de certas irmãs, e quando fazia uma penitência maior ficava doente. E pensava: “Eu, do jeito que eu sou nunca vou alcançar a santidade. Sou pequena demais e sem força. Sou uma criança. Como é que faço para ser santa?”.

Ela encontrava uma luz nas coisas pequenas e grandes que tinham acontecido com ela na história da sua vida: a experiência do amor do próprio pai que ela experimentou, sobretudo depois do trauma que viveu com a perda da mãe aos 4 anos de idade; a experiência vivida na noite de Natal em que de repente, sem esforço algum da parte dela mesma, ela conseguiu superar o seu problema afetivo do choro e ter um domínio maior de si mesma. De tudo isto ela foi tirando a seguinte conclusão: Deus conseguiu realizar em mim coisas que eu mesma não era capaz de realizar; se Deus é Pai, como meu pai aqui na terra, ele deve gostar de crianças pequenas e frágeis como eu; a mãe gosta quando a criança dorme tranquila no colo.

Teresinha soube viver as pequenas e grandes experiências da vida à luz da sua fé em Deus como Pai. Aos poucos, através de muito sofrimento, ela foi descobrindo quem é Deus. Deus, na sua infinita bondade e misericórdia, ele me acolhe e me carrega nos seus braços. Amor não se merece. Amor se recebe de graça! Não adianta a gente querer acumular méritos para poder merecer o amor. No fim da sua vida, Teresinha já não observava a lei de Deus para merecer o céu, mas só e unicamente para agradecer o amor recebido de Deus. Perto da morte, ela se encontra de mãos vazias: “No crepúsculo desta vida aparecerei diante de vós com as mãos vazias!” Teresinha não acumulou nada. Pelo contrário! Esvaziou-se e entregou-se. Foi se doando, sem se preocupar com a sua própria salvação. Não acumulou méritos nem sabedoria. Não quis crescer para o alto. Ela dizia: “É descendo que se sobe! É diminuindo que se cresce!”

Pelo seu testemunho, ela nos revelou um novo rosto de Deus! A sua vida, tão curta e aparentemente tão insignificante, é uma prova viva de que Deus, ele mesmo na sua bondade imensa, é a maior Boa Notícia para nós, seres humanos. Teresinha tem uma mensagem muito atual para nós que vivemos neste sistema neoliberal em que a acumulação é a lei mais forte que governa o mundo. Viver como ela viveu obriga a gente a andar na contramão e cria o espaço para uma nova convivência humana. Tudo isto não eram apenas ideias bonitas. Nem ideias não eram. Eram vivências que aos poucos foram brotando revelando seu conteúdo para a própria Teresinha que mais vivia as coisas do que as sabia.

Como jovem, ela sentia impulsos grandes e desejos enormes de ser santa. Ela se dizia: “Um desejo tão grande, se Deus o coloca em mim, então Ele também deve indicar como realizá-lo. Ela queria ser tudo ao mesmo tempo: santa, doutora, profetisa, sacerdotisa, mártir, e percebia que isto não era possível. Mas por outro lado pensava: se este desejo existe em mim, deve haver um caminho para realizá-lo, pois um desejo assim vem de Deus. Lendo a Bíblia, ela descobriu: “Sem o amor nada sou!” Aí ela concluiu: “No coração de minha mãe a Igreja, eu serei o amor! Aí posso ser tudo ao mesmo tempo: santa, doutora, profetisa, sacerdotisa, mártir, pois sem o amor eles não funcionam”.

Dezoito meses antes da sua morte, a escuridão baixou sobre Teresinha. Era como se Deus não existisse, como se o céu fosse uma ilusão, como se a fé fosse o maior engano da história da humanidade. Como Jesus na cruz, ela rezou muitas vezes: “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?” Mas a sua fé era maior que a escuridão. E ela repetia: “Deus está comigo! Ele não me abandonou. O amor é maior” Assim ela viveu na escuridão total durante a terrível doença da tuberculose, irradiando alegria e paciência, tendo por dentro a crise da escuridão, contra a qual ela resistia agarrando-se à fé, até à a hora da morte. Tudo isto revela uma pessoa muito madura, apesar de ter apenas vinte e poucos anos. Como diz o livro de Sabedoria: “Amadurecida em pouco tempo, ela atingiu a plenitude de uma vida longa!” (Sb 4,13)

INVITATÓRIO

  1. Vinde, adoremos o Senhor, que se revela aos pequeninos.

LAUDES

Hino
A infinita caridade do Senhor
tua glória quis, no Céu, fosse igualada,
dos apóstolos e dos mártires à palma,
Virgem que és, de dons imensos coroada.

Desejando, como vítima de amor,
por um fogo virginal, ser abrasada,
pede ao Esposo consumi-la sem demora,
nos ardores de sua chama abençoada.

Ao anúncio da partida suspirada,
vê Teresa a eternidade gloriosa.
Num gemido – “Eu te amo” – alegremente,
para o Cristo alça voo, vitoriosa.

Lá do alto, das estrelas cintilantes,
se já sorves da alegria nos caudais,
não te esqueças que a esta terra prometeste
uma chuva derramar dos teus rosais.

Vós, ó Rei, que sempre às almas pequeninas
um espaço reservais de dileção,
a nós todos que a Teresa nos unimos,
dai que entremos na celestial mansão.

Força, honra e louvor eternamente
a Deus Pai e ao Unigênito também;
e ao Espírito Paráclito igualmente
pelos séculos dos séculos.  Amém.

Ant.1 Minha alma se agarra a Vós; com poder vossa mão me sustenta.

Salmos e Cântico do Domingo da I Semana

Ant.2 Vós, santos e humildes de coração, bendizei o Senhor.

Ant. 3 O Senhor ama o seu povo, coroa os humildes com a vitória.

Leitura breve – Rm 8,14-17
Os que são conduzidos pelo Espírito de Deus são filhos de Deus. Não recebestes um espírito de escravos para recairdes no medo, mas recebestes um Espírito de filhos adotivos, no qual todos nós clamamos: “Abbá! Ó Pai!” O próprio Espírito Santo se une ao nosso espírito, para atestar que somos filhos. E, se somos filhos, somos também herdeiros, herdeiros de Deus e coerdeiros de Cristo; se realmente sofremos com Ele, é para sermos também glorificados com Ele.

Responsório breve
R. Farei correr sobre ela a paz * como um rio. R. Farei correr.
V. E a riqueza das nações como uma torrente a transbordar.
* Como um rio. Glória ao Pai. R. Farei correr.

Cântico Evangélico
Ant. Em verdade eu vos digo: Se não vos converterdes e não vos tornardes iguais a crianças, no Reino dos Céus não haveis de entrar.

Preces
Louvemos o Senhor, que nos dá em Santa Teresa do Menino Jesus um modelo exemplar de vida evangélica. E roguemos:

R. Ouvi-nos, Senhor!

Senhor, que dissestes: “Se alguém tem sede venha até mim e beba quem tem fé em mim”,
– fazei-nos sedentos do vosso Amor. R

Senhor, que dissestes: “Se não vos transformardes em crianças, não entrareis no Reino do Céu”,
– concedei-nos a simplicidade de coração e a confiança no vosso amor. R.

Senhor, que dissestes: “Só entrará no Reino do Céu quem faz a vontade do meu Pai, que está no Céu”,
– ensinai-nos guardar os vossos mandamentos com espírito de fé e obediência. R

Senhor, que dissestes: “Tudo o que fizestes a um dos meus irmãos mais pequeninos foi a mim que o fizestes”,
– fazei que hoje vos reconheçamos e amemos em cada um dos nossos irmãos. R.

Senhor, que dissestes: “A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos”,
– criai em nós o espírito missionário tão vigoroso do coração de Santa Teresa do Menino Jesus, que a levou a oferecer-se pela salvação das almas. R.

(intenções livres)


Pai Nosso

Oração

Deus de infinita bondade, que abris as portas do vosso reino aos pequeninos e humildes, fazei que sigamos confiadamente o caminho espiritual de Santa Teresa do Menino Jesus, para que, por sua intercessão, cheguemos à revelação da vossa glória. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

VÉSPERAS

Hino
Do teu trono de glória fulgente,
já, ó virgem, na Pátria gozando,
tua chuva de rosas envia
aos fiéis que te estão suplicando.

Sejam símbolo, prá nós, tuas rosas,
de que podes prestar-nos auxílio!
Junto a Deus, firma a nossa esperança
na alegria e na dor, neste exílio.

Que teus rogos inspirem mais fé.
Tuas rosas maior esperança
possam dar, aos que lutam na terra,
a Deus Pai, teu amor de criança.

Dai-nos isto Deus Pai e Deus Filho
e o Espírito Santo também,
cuja glória, na altura dos céus,
sem cessar cantaremos.  Amém.

Ant.1 Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida por seus amigos.

Salmos e Cântico das II Vésperas do Comum das Virgens.

Ant. 2 Por eles, a mim mesmo me consagro para que sejam consagrados na verdade.

Ant. 3 Deus escolheu os fracos para confundir os fortes.

Leitura breve – 1 Tm 2, 1.3
Caríssimo, antes de tudo recomendo que se façam preces e orações, súplicas e ações de graças por todos os homens. Isto é bom e agradável a Deus, nosso Salvador. Ele quer que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade, pois há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, o homem Cristo Jesus, que se entregou em resgate por todos.

Responsório breve
R. Anunciarei o vosso nome aos meus irmãos * e no meio
da assembleia hei de louvar-vos! R. Anunciarei.
V. Porque não desprezastes o pobre na sua angústia. * E no meio.
Glória ao Pai. R. Anunciarei.

Cântico Evangélico
Ant. Alegrai-vos e exultai, diz o Senhor, pois no Céu estão escritos vossos nomes.

Preces
Oremos a Deus Pai Onipotente pela Igreja estendida por toda a terra. E digamos:

R. Lembrai-vos, Senhor, da vossa Aliança.

Para que a Igreja se entregue ao vosso amor
_ e descubra aos contemplativos a sua vocação ao amor. R.

Para que o mundo acredite em vós,
_ fazei que as almas consagradas sejam testemunhas fiéis da vossa bondade. R.

Para que os fiéis sejam um reflexo da vossa face e imitem o vosso Filho,
– ajudai-os a levar mutuamente a sua cruz, apoiados na caridade fraterna. R.

Para que, segundo a vossa vontade, todos os homens conheçam a Cristo, que é a Verdade,
– infundi em todos nós um ardente espírito missionário. R.

(intenções livres)

Para que onde Cristo reina se encontrem aqueles que lhe destes,
– concedei aos fiéis defuntos a alegria de contemplarem a vossa face. R.

Pai Nosso …

Oração

Deus de infinita bondade, que abris as portas do vosso reino aos pequeninos e humildes, fazei que sigamos confiadamente o caminho espiritual de Santa Teresa do Menino Jesus, para que, por sua intercessão, cheguemos à revelação da vossa glória. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

Postado por OTC de SE às 04:26 Nenhum comentário: 

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1º de outubro: Santa Teresa do Menino Jesus, virgem de nossa Ordem, doutora da Igreja

1ª Leitura (Bar 1,15-22): Ao Senhor, nosso Deus, pertence a justiça e a nós a vergonha que sentimos no rosto, como sucede neste dia ao homem de Judá e aos habitantes de Jerusalém, aos nossos reis, aos nossos chefes, aos nossos sacerdotes, aos nossos profetas e aos nossos pais, porque pecámos contra o Senhor. Não obedecemos ao Senhor nosso Deus, não ouvimos a sua voz, nem seguimos os mandamentos que Ele nos deu. Desde o dia em que o Senhor fez sair os nossos pais da terra do Egito até este dia, fomos rebeldes ao Senhor, nosso Deus, e procedemos levianamente, não querendo escutar a sua voz. Por isso, como vemos hoje, caíram sobre nós as desgraças e maldições que o Senhor predissera pela boca do seu servo Moisés, no dia em que fez sair os nossos pais da terra do Egito, para nos dar uma terra onde corre leite e mel. Não ouvimos a voz do Senhor, nosso Deus, apesar das palavras dos Profetas que Ele nos enviou; mas cada um de nós seguiu as inclinações do seu coração, servindo deuses falsos e praticando o que é mal aos olhos do Senhor, nosso Deus.

Salmo Responsorial: 78

  1. Salvai-nos, Senhor, para glória do vosso nome.

Senhor, as nações invadiram a vossa herança, profanaram o vosso santo templo, fizeram de Jerusalém um montão de ruínas. Deram o corpo dos vossos servos em alimento às aves do céu, as carnes de vossos fiéis aos animais da selva.

Derramaram seu sangue em torno de Jerusalém e não houve quem lhes desse sepultura. Tornámo-nos o opróbrio dos nossos vizinhos, a irrisão e o escárnio dos que nos rodeiam. Até quando, Senhor, Vos mostrareis sempre irritado e se reavivará, como fogo, a vossa indignação?

Não recordeis, Senhor, contra nós as culpas dos nossos pais. Corra ao nosso encontro a vossa misericórdia, porque somos tão miseráveis.

Ajudai-nos, ó Deus, nosso salvador, para glória do vosso nome. Salvai-nos e perdoai os nossos pecados, para glória do vosso nome.

Aleluia. Se hoje ouvirdes a voz do Senhor, não fecheis os vossos corações. Aleluia.