EVANGELHO DO DIA E HOMILIA

O AMANHECER DO EVANGELHO

REFLEXÕES E ILUSTRAÇÕES DE PE. LUCAS DE PAULA ALMEIDA, CM

Sexta-feira da 5ª Semana do Tempo Comum

1) Oração

Ó Deus, que associastes são Matias ao colégio apostólico, concedei, por sua intercessão, que, fruindo da alegria do vosso amor, mereçamos ser cotados entre os eleitos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

2) Leitura do Evangelho (João 15, 9-17)

Naquele tempo disse Jesus: 9Como o Pai me ama, assim também eu vos amo. Perseverai no meu amor. 10Se guardardes os meus mandamentos, sereis constantes no meu amor, como também eu guardei os mandamentos de meu Pai e persisto no seu amor. 11Disse-vos essas coisas para que a minha alegria esteja em vós, e a vossa alegria seja completa. 12Este é o meu mandamento: amai-vos uns aos outros, como eu vos amo. 13Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a sua vida por seus amigos. 14Vós sois meus amigos, se fazeis o que vos mando.15Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz seu senhor. Mas chamei-vos amigos, pois vos dei a conhecer tudo quanto ouvi de meu Pai. 16Não fostes vós que me escolhestes, mas eu vos escolhi e vos constituí para que vades e produzais fruto, e o vosso fruto permaneça. Eu assim vos constituí, a fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, ele vos conceda.17O que vos mando é que vos ameis uns aos outros.

3) Reflexão   Jo 15,9-17

Hoje é a festa do apóstolo Matias. O Evangelho João 15,9-17 já foi meditado no dia 24 de abril. Vamos retomar alguns pontos que já foram vistos naquele dia.

João 15,9-11: Permanecer no amor, fonte da perfeita alegria. 

Jesus permanece no amor do Pai observando os mandamentos que dele recebeu. Nós permanecemos no amor de Jesus observando os mandamentos que ele nos deixou. E devemos observá-los com a mesma medida com que ele observou os mandamentos do Pai: “Se vocês obedecem aos meus mandamentos, permanecerão no meu amor, assim como eu obedeci aos mandamentos do meu Pai e permaneço no seu amor”.  É nesta união de amor do Pai e de Jesus que está a fonte da verdadeira alegria: “Eu disse isso a vocês para que minha alegria esteja em vocês, e a alegria de vocês seja completa”.

João 15,12-13: Amar os irmãos como ele nos amou.

O mandamento de Jesus é um só: “amar-nos uns aos outros como ele nos amou!” (Jo 15,12). Jesus ultrapassa o Antigo Testamento. O critério antigo era: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Lv 18,19). O novo critério é: “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei“. Aqui ele disse aquela frase que cantamos até hoje: “Prova de amor maior não há que doar a vida pelo irmão!”

João 15,14-15 Amigos e não empregados

“Vocês serão meus amigos se praticarem o que eu mando”, a saber, a prática do amor até à doação total de si!  Em seguida, Jesus coloca um ideal altíssimo para a vida dos discípulos e das discípulas. Eles diz: “Não chamo vocês de empregados mas de amigos. Pois o empregado não sabe o que faz o seu patrão. Chamo vocês de amigos, porque tudo que ouvi do meu Pai contei para vocês!”  Jesus já não tinha mais segredos para os seus discípulos e suas discípulas. Tudo que ouviu do Pai contou para nós! Este é o ideal bonito da vida em comunidade: chegarmos a uma total transparência, a ponto de não haver mais segredos entre nós e de podermos confiar totalmente um no outro, de podermos partilhar a experiência que temos de Deus e da vida e, assim, enriquecer-nos mutuamente. Os primeiros cristãos conseguiram realizar este ideal durante alguns anos. Eles “eram um só coração e uma só alma” (At 4,32; 1,14; 2,42.46).

João 15,16-17: Foi Jesus que nos escolheu  

Não fomos nós que escolhemos Jesus. Foi ele que nos encontrou, nos chamou e nos deu a missão de ir e dar fruto, fruto que permaneça. Nós precisamos dele, mas ele também quer precisar de nós e do nosso trabalho para poder continuar fazendo hoje o que fez para o povo na Galileia. A última recomendação: “Isto vos mando: amai-vos uns aos outros!”

4) Para um confronto pessoal

1) Amar o próximo como Jesus nos amou. Este é o ideal de cada cristão. Como isto está sendo vivido por mim?

2) Tudo que ouvi do meu Pai contei para vocês. Este é o ideal da comunidade: chegar a uma total transparência. Como isto está sendo vivido na minha comunidade?

5) Oração final

Louvai, ó servos do Senhor, louvai o nome do Senhor. Bendito seja o nome do Senhor, agora e para sempre.

EVANGELHO DO DIA E HOMILIA

O AMANHECER DO EVANGELHO

REFLEXÕES E ILUSTRAÇÕES DE PE. LUCAS DE PAULA ALMEIDA, CM

Evangelho do dia e Homilia – O amanhecer do Evangelho – Padre Lucas

Os capítulos 15 até 17 de João trazem vários ensinamentos muito bonitos, fruto da catequese nas comunidades do Discípulo Amado. O evangelista os juntou e colocou aqui no ambiente amigo do último encontro de confraternização de Jesus com os discípulos. Acompanhe.

João 15,9-11: Permanecer no amor, fonte da perfeita alegria

Jesus permanece no amor do Pai observando os mandamentos que dele recebeu. Nós permanecemos no amor de Jesus observando os mandamentos do Pai que ele nos deixou. E devemos observá-los com a mesma medida com que ele os observou: “Se vocês obedecem aos meus mandamentos, permanecerão no meu amor, assim como eu obedeci aos mandamentos do meu Pai e permaneço no seu amor”. É nesta união de amor do Pai e de Jesus que está a fonte da verdadeira alegria: “Eu disse isso a vocês para que minha alegria esteja em vocês, e a alegria de vocês seja completa”.

João 15,12-13: Amar como ele nos amou

O mandamento de Jesus é um só: “amar-nos uns aos outros como ele nos amou!” (Jo 15,12; 13,34). Jesus ultrapassa o Antigo Testamento. O critério antigo era: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Lv 18,19). O novo critério é: “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei”. Aqui ele disse aquela frase que cantamos até hoje: “Prova de amor maior não há que doar a vida pelo irmão!”

João 15,14-15 Amigos e não empregados

“Vocês serão meus amigos se praticarem o que eu mando”, a saber, praticar o amor até a doação total de si! Em seguida, Jesus coloca um ideal altíssimo para a vida de quem o segue no caminho. Ele diz: “Não chamo vocês de empregados, mas de amigos. Pois o empregado não sabe o que faz o seu patrão. Chamo vocês de amigos, porque contei para vocês tudo que ouvi do meu Pai!” Jesus não tinha mais segredos para os suas discípulas e seus discípulos. Tudo que ouviu do Pai contou para nós! Este é o ideal bonito da vida em comunidade: chegarmos à total transparência, ao ponto de não haver mais segredos entre nós e de podermos confiar totalmente nas pessoas, de podermos partilhar a experiência que temos de Deus e da vida e, assim, enriquecer-nos mutuamente. Os primeiros cristãos conseguiram realizar este ideal durante alguns anos. Eles “eram um só coração e uma só alma” (At 4,32; 1,14; 2,42.46).

João 15,16-17: Foi Jesus que nos escolheu

Não fomos nós que escolhemos Jesus. Foi ele quem nos encontrou, nos chamou e nos deu a missão de ir e dar fruto, fruto que permaneça. Nós precisamos dele, mas ele também quer precisar de nós e do nosso trabalho para poder continuar fazendo hoje o que fez para o povo na Galileia. A última recomendação: “Isto vos mando: amai-vos uns aos outros!”

Alargando a reflexão

Jesus é a sabedoria de Deus

Para as primeiras comunidades, Jesus é a manifestação da multiforme Sabedoria de Deus (Ef 3,10). Ele é a Sabedoria de Deus (1Cor 1,24). Mas esta ligação entre Jesus e a Sabedoria de Deus aparece com maior evidência no Evangelho de João. Desde o prólogo, podemos perceber como as comunidades do Discípulo Amado gostavam de contemplar Jesus como a Sabedoria que existia em Deus antes da criação do mundo (Jo 1,2-5; Sb 6,22). Tal como a Sabedoria, também Jesus conhece os mistérios de Deus e os revela à humanidade (Jo 3,11-12; Sb 9,9-18).

Há várias outras características da Sabedoria de Deus, acentuadas no Antigo Testamento, que são usadas no Evangelho segundo João para dizer quem é Jesus para nós.

  1. A Sabedoria convida o povo para um banquete (Pr 9,1-6). Ela diz: “Quem me come terá ainda mais fome e quem me bebe terá ainda mais sede” (Eclo 24,21). No Evangelho de João, Jesus diz: “Quem vem a mim nunca mais terá fome, e quem crê em mim nunca mais terá sede” (Jo 6,35).
  2. A Sabedoria é “um reflexo da luz eterna” (Sb 7,26). Jesus diz: “Eu sou a luz do mundo” (Jo 1,5; 8,12; 9,5).
  3. A Sabedoria diz: “Quem me encontra, encontra a vida” (Pr 8,35). Jesus diz: “Eu sou a ressurreição e a vida!” (Jo 1,4; 11,25; 14,6).
  4. A Sabedoria é fonte de água (Eclo 24,30-31). Jesus diz: “Se alguém tem sede, venha a mim e beba!” (Jo 7,37).
  5. A Divina Sabedoria é uma videira graciosa com muitos ramos, carregada de flores e frutos. Ela convida as pessoas para que venham fartar-se dos seus frutos e experimentar a doçura de seu mel (Eclo 24,17-22). Jesus diz: “Eu sou a videira, vocês são os ramos” (Jo 15,5). Quem fica unido a ele produz muitos frutos (Jo 15,8).