Hoje é dia dos Santos Reis – Solenidade da Epifania do Senhor –

Evangelho do dia Homilia – O Amanhecer do Evangelho –

Padre Lucas

 

1º Leitura: Isaías 60,1-6

Leitura do livro do profeta Isaías – 1Levanta-te, sê radiosa, eis a tua luz! A glória do Senhor se levanta sobre ti.2Vê, a noite cobre a terra e a escuridão, os povos, mas sobre ti levanta-se o Senhor, e sua glória te ilumina.3As nações se encaminharão à tua luz, e os reis, ao brilho de tua aurora.4Levanta os olhos e olha à tua volta: todos se reúnem para vir a ti; teus filhos chegam de longe, e tuas filhas são transportadas à garupa.5Essa visão tornar-te-á radiante; teu coração palpitará e se dilatará, porque para ti afluirão as riquezas do mar, e a ti virão os tesouros das nações.6Serás invadida por uma multidão de camelos, pelos dromedários de Madiã e de Efá; virão todos de Sabá, trazendo ouro e incenso, e publicando os louvores do Senhor.
– Palavra do Senhor.Salmo Responsorial: Salmos 71, 1 – 2 71, 7 – 8 71, 10 – 13

Refrão: As nações de toda a terra hão de adorar-vos, ó Senhor!

  1. De Salomão. Ó Deus, confiai ao rei os vossos juízos. Entregai a justiça nas mãos do filho real,
    2. para que ele governe com justiça vosso povo, e reine sobre vossos humildes servos com equidade.
    7. Florescerá em seus dias a justiça, e a abundância da paz até que cesse a lua de brilhar.
    8. Ele dominará de um ao outro mar, desde o grande rio até os confins da terra.
    10. Os reis de Társis e das ilhas lhe trarão presentes, os reis da Arábia e de Sabá oferecer-lhe-ão seus dons.
    11. Todos os reis hão de adorá-lo, hão de servi-lo todas as nações.
    12. Porque ele livrará o infeliz que o invoca, e o miserável que não tem amparo.
    13. Ele se apiedará do pobre e do indigente, e salvará a vida dos necessitados.

2º Leitura: Efésios 3,2-3 3,5-6

Leitura da carta de são Paulo aos Efésios – Irmãos, 2Vós deveis ter aprendido o modo como Deus me concedeu esta graça que me foi feita a vosso respeito.3Foi por revelação que me foi manifestado o mistério que acabo de esboçar.5que em outras gerações não foi manifestado aos homens da maneira como agora tem sido revelado pelo Espírito aos seus santos apóstolos e profetas.6A saber: que os gentios são co-herdeiros conosco (que somos judeus), são membros do mesmo corpo e participantes da promessa em Jesus Cristo pelo Evangelho.

– Palavra do Senhor.

Evangelho: Mateus2,1-12                                                                                        

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus – 1Tendo, pois, Jesus nascido em Belém de Judá, no tempo do rei Herodes, eis que magos vieram do oriente a Jerusalém.2Perguntaram eles: Onde está o rei dos judeus que acaba de nascer? Vimos a sua estrela no oriente e viemos adorá-lo.3A esta notícia, o rei Herodes ficou perturbado e toda Jerusalém com ele.4Convocou os príncipes dos sacerdotes e os escribas do povo e indagou deles onde havia de nascer o Cristo.5Disseram-lhe: Em Belém, na Judéia, porque assim foi escrito pelo profeta:6E tu, Belém, terra de Judá, não és de modo algum a menor entre as cidades de Judá, porque de ti sairá o chefe que governará Israel, meu povo(Miq 5,2).7Herodes, então, chamou secretamente os magos e perguntou-lhes sobre a época exata em que o astro lhes tinha aparecido.8E, enviando-os a Belém, disse: Ide e informai-vos bem a respeito do menino. Quando o tiverdes encontrado, comunicai-me, para que eu também vá adorá-lo.9Tendo eles ouvido as palavras do rei, partiram. E eis que e estrela, que tinham visto no oriente, os foi precedendo até chegar sobre o lugar onde estava o menino e ali parou.10A aparição daquela estrela os encheu de profunda alegria. 11Entrando na casa, acharam o menino com Maria, sua mãe. Prostrando-se diante dele, o adoraram. Depois, abrindo seus tesouros, ofereceram-lhe como presentes: ouro, incenso e mirra.12Avisados em sonhos de não tornarem a Herodes, voltaram para sua terra por outro caminho.
– Palavra da SalvaçãoSOLENIDADE DA EPIFANIA DO SENHOR

A IGREJA É LUZ QUE MOSTRA JESUS CRISTO AO MUNDO.

Meus Irmãos. Neste domingo de hoje, estamos celebrando Epifania do Senhor ou seja, o dia dos Santos Reis. Antes do Concílio Vaticano II esta festa era fixa no dia 06 de janeiro. Hoje em dia, é sempre no segundo domingo depois do Natal. E dia 06 não é mais dia santo de guarda. A palavra epifania quer dizer “manifestação”. É o dia da manifestação de Jesus ao mundo. Hoje ele foi manifestado, ele foi mostrado ao mundo inteiro, como o Senhor e Salvador nosso. Mas Jesus Cristo ainda precisa ser mostrado ao mundo de hoje. O cristão precisa ser esta luz que mostra Cristo para o mundo. É a nossa tarefa de cristãos. Vamos aqui refletir e rezar, para sermos a luz que mostra Cristo para todo mundo.O EXEMPLO DA LUZ

Hoje, nós vamos motivar esta nossa celebração dando um exemplo. O exemplo da LUZ. Suponhamos que a gente entra num quarto escuro. Ali dentro podem estar as coisas mais bonitas do mundo : Cortinas todas bordadas, cadeiras e mesas envernizadas, relógios e quadros de pintura nas paredes, tudo bonito mesmo. Mas a gente não vê nada. Pode até machucar-se, esbarrando naqueles móveis. Se a gente acende um fósforo ou uma vela, já vê os objetos. Já não tropeça nos móveis. Mas não vê ainda toda beleza deles. Só depois que a gente liga o interruptor da luz elétrica é que tudo fica claro. Aí a gente pode admirar tudo de bonito que existe dentro daquele quarto. Toda luz precisa de um combustível ou de um gerador. O pau de fósforo, a cera da vela ou querosene da lamparina, são combustíveis que mantêm a luz acesa, à medida que vão se queimando. O gerador em movimento produz a eletricidade, que vai fazer a lâmpada clarear. No tempo da seca, a água diminui e fica fraca para tocar o gerador. Então a luz enfraquece. Fica parecendo um tição. Com luz ruim não dá para ler. Se a gente forçar dói e estraga a vista. Bem, chega de comparação. Guardem esses exemplos para gente meditar na explicação de hoje.O SALVADOR VEIO PARA TODOS OS POVOS

A narrativa da visita dos magos a Belém é uma das passagens mais brilhantes de todo o Evangelho. Como na tradição cristã do presépio este é um dos elementos mais atraentes para o coração do povo fiel. Tudo aí tem vida: A estrela, a caravana dos sábios do oriente, a consulta na corte de Herodes para saber onde tinha nascido o menino, os pormenores da chegada e da oferta dos presentes – ouro, incenso e mirra – o regresso por outros caminho, para se desviarem de Herodes e de suas intenções criminosas a respeito do menino. Em tudo isso, a grande verdade que se quer transmitir é que o Salvador veio para salvar todos os povos. E, por isso, todos os povos caminham ao seu encontro, como havia sido predito por Isaías: “Levanta-te e resplandece, Jerusalém, porque chegou a tua luz, e a glória do Senhor se levantou sobre ti. Eis que as trevas cobrem a terra, e a escuridão cobre os povos; Mas sobre ti o Senhor se levanta e aparece sobre ti a sua glória. As nações caminharão para sua glória e os reis para o clarão da tua aurora”(IS 60,1-3).Os magos são a vanguarda das nações que irão caminhar ao encontro de Cristo. Eles não eram reis, mas, por influência das palavras da profecia de Isaías, acabaram sendo classificados como os três Reis Magos. E há toda uma notável soma de afirmações a respeito deles, de sua terra de procedência, de seus presentes, e de seus significados, onde a história se mistura com a poesia, e a certeza com as conjecturas. Tudo serve para tornar mais belo o quadro de natal dentro dos caminhos da história. Vamos deter-nos em três singelas considerações que se nos oferecem a luz da estrela de Belém, neste dia da manifestação de Cristo ao mundo. A primeira é o fato de que ao entrarem os magos em Jerusalém e se dirigirem ao palácio de Herodes, desapareceu do céu a estrela. Como que para dizer que as pompas do mundo e as grandezas da terra obscurecem a luz da fé.Essa luz não brilha para os que procuram o brilho das falsas grandezas. Deus ilumina a alma de quem souber fazer-se pequeno e humilde. Quanta gente se esqueceu de Deus, por ter-se deixado ofuscar-se pelo brilho do ouro e do poder! E completando esta mesma consideração está um exemplo da cidade de Belém, tão grande na sua pequenez. Quando o sacerdote e escriba de Jerusalém foram pesquisar nas escrituras para saber em que lugar nasceria o Messias, encontraram a palavra do profeta Miquéias: “E tu, Belém, terra de Judá, de modo algum és a menor entre as principais cidades de Judá pois de ti sairá alguém que será o guia que apascentará Israel, meu povo (MQ 5,1; MT 2,6).Jesus não nasceu em Jerusalém. Nem em Roma. Nem em Atenas. Nem em Alexandria. Nasceu numa pequenina cidade que os magos nem encontraram no mapa. Para nós, que estamos acostumados a dar valor só ao que é grande, aí está a lição de Deus. Já começa a se realizar a parábola da sementinha de mostarda. O filho de Deus, assumindo a condição humana, nasceu num lugar bem minúsculo. Mas seu Reino conquistou o mundo inteiro. Estendeu-se por todos os continentes da geografia e por todos os séculos da história. E hoje o mundo inteiro celebra seu nascimento. O nascimento do Salvador! Ninguém é tão grande como ele. Sobretudo dentro do coração do homem. E finalmente uma terceira consideração neste dia da manifestação de Cristo é este:O MUNDO AINDA NÃO VIU A BELEZA DE JESUS CRISTO

Meus Irmãos. Neste dia da manifestação de Cristo , vamos pensar mais um pouco como andam as coisas neste nosso mundo. Infelizmente a pessoa divina de Nosso Senhor Jesus Cristo, as palavras maravilhosas que Ele falou, a doutrina e os exemplos de Cristo, tudo isto parece que está fechado dentro de um quarto escuro. O mundo ainda não descobriu a beleza de seguir o nosso mestre. Dois mil anos depois que Jesus nasceu em Belém, ele ainda é desconhecido da maior parte dos homens. Dois terços da humanidade quer dizer, muito mais da metade do mundo, não conhece Cristo e daquela parte que é batizada, são poucos ainda que começaram a descobrir a beleza que existe dentro do cristianismo. Cristo ainda é um desconhecido no nosso mundo. Está no meio de nós e nós não o enxergamos. Falta luz ou estamos cegos?A COMUNIDADE CRISTÃ É A LUZ QUE MOSTRA CRISTO AO MUNDO.

Nós precisamos ser uma luz que mostra Cristo ao mundo. Igual àquela estrela que levou os magos até o encontro de Cristo, assim é, ou deve ser cada um de nós que formamos a Igreja comunidade.Existe um ditado muito certo, que fala assim: “O que os olhos não vêem o coração não deseja”. Se, o pessoal não enxerga as maravilhas que existem em Jesus, no Evangelho e na vida cristã, ninguém vai desejar ser cristão. Então o que está faltando é luz. Estamos sendo lâmpadas apagadas ou muito fracas. Nossa comunidade não está clareando nada ou quase nada. Parece um tição. O dia em que a nossa comunidade clarear bem, então todo mundo vai ver tudo de bom que está escondido no cristianismo e todo mundo vai descobrir o Cristo e viver como cristãos.OS MAGOS SÃO EXEMPLO PARA NOSSA COMUNIDADE.

Precisamos ser iluminados para iluminar. Sabemos que o exemplo é uma luz muito mais forte do que as palavras. Diz o ditado: “As palavras comovem, mas os exemplos arrastam”. Os escribas tinham a luz da Palavra de Deus. Sabiam de cor e salteado a Bíblia. Sabiam até onde Jesus ia nascer. Mas não quiseram ir a Belém. Nem falemos de Herodes que queria ir, mas era para matar o Menino Jesus. Os magos tiveram a luz da palavra. Vendo a estrela, descobriram o sinal de Deus. E foram logo fazer o que Deus queria deles. Assim precisa ser cada um de nós dentro da comunidade. Iluminados pela Palavra de Deus. Refletindo nas coisas que aqui acontecem, descobrimos o que Deus quer de nós. E com sua graça, vamos realizar. Dentro dos cofres, os magos tinham ouro, incenso e mirra. Representam o combustível que faz a nossa comunidade ser luz boa. O ouro é o amor e a caridade.  O incenso é a oração e a alegria. E a mirra são os trabalhos e sofrimentos da vida. Se falta isto é como faltar combustível ou água no gerador. Não iluminamos ninguém. Somos luz morteira. Ou nem somos luz coisa nenhuma. Nossa missão de comunidade cristã é ser luz viva, para todo mundo ver as maravilhas escondidas em Cristo Jesus.OFERECERAM – LHE PRESENTES

Com toda a riqueza das hipérboles características do estilo oriental, Isaías compõe um poema para descrever Jerusalém reconstruída e renovada depois do exílio. Brilha sobre ela o clarão da luz de Deus, enquanto as nações estão envoltas em trevas. Os povos com seus reis caminham para ela. Seus filhos e filhas, dispersos pelo exílio, retornam jubilosos. Riquezas de todo o mundo afluem para ela. Caravanas de camelos e dromedários trazem ouro e incenso, e todos cantam os louvores do Senhor. Tudo isso, porem, é apenas uma sombra diante das riquezas espirituais que Cristo traz para o mundo.Ele, sim, vem inaugurar um reino universal para a qual acorrem todas as nações da terra. E, por isso, são Mateus traz a magnifica narração da visita dos magos a Belém, guiados pela luz de um astro misterioso. O que é o principio da realização da visão profética de Isaías. E é por isso que os magos, que não eram reis, acabam confundidos com os reis de que fala o profeta. E nos nossos presépios – sobretudo nos mais grandiosos – figuram caravanas de camelos e dromedários. A narração de Mateus tem até a beleza de um conto oriental, que não nos cansamos de ler e meditar, para tirar com a liturgia da Igreja valiosa lições para a nossa fé. O núcleo substancial de toda a narração, de Mateus é o universalismo do Reino de Deus inaugurado por Cristo.O Evangelho é destinado a todas as nações do universo. É o próprio Mateus que vai finalizar seu evangelho com a missão para todo o mundo: Ide, fazei discípulos meus todos os povos, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espirito Santo, e ensinando-os a observar tudo  quanto vos ordenei. E foi até ao redor disso que a tradição foi contemplando as figuras dos magos, fazendo-os representar todas as raças do mundo então conhecido. Imaginaram  até nomes para cada um dos magos: o jovem Gaspar, representando os descendentes de Sem – osemitas; Melquior de barbas brancas, representando os europeus, descendentes de Jafé, e Baltazar, da raça negra, representando os descendentes de Cam. É a sabedoria popular, satisfazendo nosso desejo de saber mais. Não há quem não saiba que, desde os tempos mais antigos, os estudiosos do Evangelho foram descobrindo simbolismos muito espontâneos para os presentes oferecidos pelos magos. Ofereceram ouro, porque Jesus é rei; ofereceram incenso, porque Jesus é Deus, a quem se eleva o incenso de nossas preces de adoração; e ofereceram mirra, porque Jesus é homem verdadeiro, que precisou da mirra para embalsamar seu corpo. Porém talvez seja ainda mais proveitoso buscar nesses presentes um significado que represente atitudes de nossa vida em face de Jesus, que veio ao mundo para nos salvar. Os presentes, na verdade, costumam ser produtos característicos da terra de quem os oferece. É o caso dos presentes que oferecemos no ofertório da missa, do Papa, quando ele nos visitou no dia 1º de julho de 1980: todos os produtos típicos das várias regiões da terra mineira, não esquecendo o ouro, o aço e o diamante. Do terreno do nosso coração brotam valores, que na verdade são dons do próprio Deus, mas que nós lhe podemos oferecer. É  o ouro da nossa fé, que deve ser pura e duradoura como o ouro purificado no crisol. É o incenso de nossa oração, que sobe perfumada da planície deste mundo para as alturas da eternidade. E é a mirra dos sacrifícios e dores, inseparáveis da condição terrena em que vivemos, enquanto não surge a luz do último dia.Mas eu gostaria dar um passo ainda. Ver nesses dons os elementos de nossa cultura, que desejamos ver toda ela consagrada aos ideais do Evangelho, para que Cristo a penetre na sua realidade mais íntima, a fim de dar-lhe consistência da eternidade. O ouro seria, então, as leis que governam nossos estados, inquietos na procura da estabilidade da harmonia da justiça e da paz. O incenso , seria nosso ideal de convivência, que se expande na direção de todas as fronteiras, procurando superar nossas limitações e apegos irracionais. E a mirra seria o símbolo de todas as nossas lutas, que tornam a vida uma conquista de cada dia. Em Cristo encontraremos a vitória. Isso acontecerá, se formos generosos e cheios de confiança no poder do divino Rei, que os magos foram adorar em Belém, como vanguarda ditosa de todos os povos da terra.

Lª  Leitura: Is 60,1-6

2ª  Leitura: Ef 3,2-3a.5-6

3ª Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 2,1-12

HISTÓRIA DOS REIS MAGOS VÍDEO: O FILHO DO HOMEM – O TITULO DE QUE JESUS MAIS GOSTAVA – PADRE LUCAS –                                                   https://www.youtube.com/watch?v=5YQpMRedW5c