Evangelho: João 1,6-8 1,19-28 – O ANÚNCIO DA BOA NOVA- III DOMINGO DO ADVENTO

– Bíblia Explicada em Capítulos e Versículos

– O Amanhecer do Evangelho

– Reflexões e ilustrações de Pe. Lucas de Paula Almeida, CM

Domingo da 3ª Semana do Advento

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  • Nós estamos orando por você

 Ó Deus de bondade, que vedes o vosso povo esperando fervoroso o natal do Senhor, dai chegarmos às alegrias da Salvação e celebrá-las sempre com intenso júbilo na solene liturgia. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. T – Amém.

 1º Leitura: Isaías 61,1-2 61,10-11

Leitura do livro do profeta Isaías – 1O espírito do Senhor repousa sobre mim, porque o Senhor consagrou-me pela unção; enviou-me a levar a boa nova aos humildes, curar os corações doloridos, anunciar aos cativos a redenção, e aos prisioneiros a liberdade;2proclamar um ano de graças da parte do Senhor, e um dia de vingança de nosso Deus; consolar todos os aflitos,10Com grande alegria eu me rejubilarei no Senhor e meu coração exultará de alegria em meu Deus, porque me fez revestir as vestimentas da salvação. Envolveu-me com o manto de justiça, como um neo-esposo cinge o turbante, como uma jovem esposa se enfeita com suas jóias.11Porque, quão certo o sol faz germinar seus grãos e um jardim faz brotar suas sementes, o Senhor Deus fará germinar a justiça e a glória diante de todas as nações.
– Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial: Lucas 1, 46 – 50 1, 53 – 54

Refrão: A minha alma se alegra no meu Deus

  1. 46. E Maria disse: Minha alma glorifica ao Senhor,
    47. meu espírito exulta de alegria em Deus, meu Salvador,
    48. porque olhou para sua pobre serva. Por isto, desde agora, me proclamarão bem-aventurada todas as gerações,
    49. porque realizou em mim maravilhas aquele que é poderoso e cujo nome é Santo.
    50. Sua misericórdia se estende, de geração em geração, sobre os que o temem.
    53. Saciou de bens os indigentes e despediu de mãos vazias os ricos.
    54. Acolheu a Israel, seu servo, lembrado da sua misericórdia,

2º Leitura: 1 Tessalonicenses 5,16-24

16Vivei sempre contentes.17Orai sem cessar.18Em todas as circunstâncias, dai graças, porque esta é a vosso respeito a vontade de Deus em Jesus Cristo.19Não extingais o Espírito.20Não desprezeis as profecias.21Examinai tudo: abraçai o que é bom.22Guardai-vos de toda a espécie de mal.23O Deus da paz vos conceda santidade perfeita. Que todo o vosso ser, espírito, alma e corpo, seja conservado irrepreensível para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo!24Fiel é aquele que vos chama, e o cumprirá.
– Palavra do Senhor.

Evangelho: João 1,6-8 1,19-28

 Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo João – Naquele tempo, 6Houve um homem, enviado por Deus, que se chamava João.7Este veio como testemunha, para dar testemunho da luz, a fim de que todos cressem por meio dele.8Não era ele a luz, mas veio para dar testemunho da luz.19Este foi o testemunho de João, quando os judeus lhe enviaram de Jerusalém sacerdotes e levitas para perguntar-lhe: Quem és tu?20Ele fez esta declaração que confirmou sem hesitar: Eu não sou o Cristo.21Pois, então, quem és?, perguntaram-lhe eles. És tu Elias? Disse ele: Não o sou. És tu o profeta? Ele respondeu: Não.22Perguntaram-lhe de novo: Dize-nos, afinal, quem és, para que possamos dar uma resposta aos que nos enviaram. Que dizes de ti mesmo?23Ele respondeu: Eu sou a voz que clama no deserto: Endireitai o caminho do Senhor, como o disse o profeta Isaías (40,3).24Alguns dos emissários eram fariseus.25Continuaram a perguntar-lhe: Como, pois, batizas, se tu não és o Cristo, nem Elias, nem o profeta?26João respondeu: Eu batizo com água, mas no meio de vós está quem vós não conheceis.27Esse é quem vem depois de mim; e eu não sou digno de lhe desatar a correia do calçado.28Este diálogo se passou em Betânia, além do Jordão, onde João estava batizando.

– Palavra da Salvação

ANÚNCIO DA BOA NOVA

A liturgia deste terceiro domingo do Advento, a poucos passos do Natal, é como que iluminada por um clarão especial de alegria: ” Alegrai-vos sempre no Senhor, de novo vos digo: alegrai- vos! O Senhor está perto”. É como nos dizia a Igreja na antífona de entrada da missa, repetindo um convite de São Paulo que ressoou através dos séculos (FI 4, 1-5). É a alegria pela chegada de Jesus no Natal e por sua permanente presença junto de seu povo. Quem está perto de Deus só pode ter alegria.

E, como que analisando o motivo dessa alegria, recordamos um trecho de Isaías, onde o grande profeta toma consciência de que está recebendo o Espírito de Deus para anunciar a boa nova aos humildes: “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque o Senhor me ungiu. Enviou-me a anunciar a boa nova aos humildes, a cura aos corações aflitos, a publicar a redenção para os cativos, e a liberdade para os encarcerados; a apregoar um ano da graça do Senhor” (Is 61, 1-2a). Essa boa nova é o próprio evangelho. E Jesus irá ler essa página um dia na sinagoga de Nazaré e irá declarar solenemente que ela se refere a Ele de modo definitivo: “Hoje realizou-se esta Escritura que acabais de ouvir” ( Lc 4,21 ).

Jesus vem libertar o homem de todos os seus males: do pecado, que é a raiz de todo o mal, do crime, da escravidão, da pobreza e da miséria, de todo o tipo de opressão. Por isso mesmo, os pequeninos e os humildes são os destinatários privilegiados de sua vinda ao mundo. Eles vão sempre procurá-Io, a começar pelos humildes pastores que foram visitá-Io no Natal, no coração da noite, quando os anjos cantaram: “Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens de boa vontade” ( Lc 2, 14) .

Sempre me chamou a atenção no texto de Isaías – repetido em São Lucas -o fato de se colocar, no elenco dos benefícios trazidos pela libertação plena que Jesus trouxe ao mundo, também a “libertação dos cativos”. Poucas coisas exprimiriam melhor a alegria de quem se vê livre de um peso que oprime, seja o peso do pecado, ou o do remorso, ou o do medo da condenação. Nós que estamos acostumados a ver na televisão as comoventes cenas de alegria, de alguém que foi vítima de um seqüestro e que finalmente é libertado e restituído ao seio da família e ao encontro com os amigos, temos bastante condição de perceber a dimensão dessa alegria da liberdade.

Há alguns anos atrás aconteceu em São Paulo um fato muito comovente. Um sacerdote que tinha sido por alguns anos capelão na grande Penitenciária de Carandiru, na Capital, chegou um dia a casa muito alegre e disse: “Hoje ganhei o meu dia”!

E explicou por quê. Ia passando por uma rua, quando alguém o chamou e perguntou: “O Senhor não é o Padre Lucas?”. “Sou eu mesmo”, respondeu o padre. “Pois saiba, padre, que eu sou o Fulano de Tal, hoje advogado, exercendo dignamente minha profissão. Não estou mais apodrecendo numa cela da Penitenciária, como estava anos atrás. E isso eu devo ao senhor. Foi o senhor que fez rever meu processo e me conseguiu a liberdade. Deus que o abençoe para sempre”. Impossível medir o tamanho da alegria daquele homem. E a alegria do padre que lhe tinha feito tão grande benefício! Pois tudo isso Cristo fez em dimensões cósmicas para a humanidade. Daí a alegria do Natal. Ele é o Salvador. Ele nos livrou de toda a escravidão. A começar da escravidão do pecado. Pois está escrito: “Quem comete pecado, é escravo” (Jo 8, 34).

A “voz que clama no deserto” e que nos convida a “preparar os caminhos do Senhor” inclui, sem dúvida, um apelo a ajudarmos nosso mundo deste final de milênio a se libertar de todo o tipo de servidão. Inclusive a servidão da falsidade, da mentira e do erro. Pois a verdade é que nos libertará, como ensinou Jesus ( Jo  8,32). E só quem é livre pode ter alegria. Essa alegria profetizada por Isaías, quando anunciou a chegada dos tempos messiânicos: “Intensamente me alegrei no Senhor, e minha alma exulta no meu Deus, porque Ele me vestiu com as vestes da salvação” (Is 61,10).

LEITURAS do III domingo do Advento ANO B:

1ª-  ls 61 a -2a,10-11.

2ª – 1Ts 5, 16-24.

3ª – Jo 1, 6-8,19-28.

O texto

Para um confronto Pessoal- Algumas perguntas para nos ajudar na meditação e na oração:

1- Qual o ponto que mais chamou a minha atenção ou de que mais gostei na atitude de João Batista?

2- Por três vezes, João define-se a si mesmo por uma negativa: não sou o Messias, não sou Elias, não sou o Profeta. O que cada uma destas três negativas afirma sobre a pessoa de João?

3- Usando uma frase do Antigo Testamento para dizer quem ele é, João desvia a atenção de si mesmo para Jesus. O que isto nos informa sobre João e sobre Jesus?

4- O que João afirma sobre o batismo? Como o batismo de João se distingue do batismo de Jesus?

5- Por que será que Jesus falou: João é o maior, mas o menor no Reino é maior do que ele (Mt 11,11)?

6- Como tudo isto pode ajudar-nos na preparação para festa de Natal?

5- Uma chave de leitura: para os que quiserem aprofundar mais o assunto

Oração final: Salmo 131: Abandono de filial:

Senhor, meu coração não é orgulhoso,

Meus olhos não são arrogantes,

Não me mudo entre coisas que são muito grandes,

superior à minha força.

Pelo contrário, mantenho minha alma calma e calma.

Como um bebê desmamado nos braços de sua mãe,

Como uma criança desmamada é minha alma.

Espere, Israel, o Senhor;

agora e sempre!

Oração final

Senhor Jesus, agradecemos a sua palavra que nos fez ver melhor a vontade do Pai. Deixe seu Espírito iluminar nossas ações e nos dizer a força para fazer isso, que Sua Palavra nos mostrou. Que nós, como Maria, sua Mãe, não possamos apenas escutar, mas também praticar a Palavra, você que vive e reina com o Pai na unidade do Espírito Santo para todo o sempre. Amém.