EVANGELHO DO DIA E HOMILIA

O AMANHECER DO EVANGELHO

REFLEXÕES E ILUSTRAÇÕES DE

PE. LUCAS DE PAULA ALMEIDA,

CURTA O VÍDEO PREPARANDO O CAMINHO DO SENHOR:

https://www.youtube.com/watch?v=MZqd9hAXFks&t=32s

               I Domingo do Advento -ANO C

“Povo de Sião, o Senhor vem para salvar as nações. E, na alegria do vosso coração, soará majestosa a sua voz.

(do profeta Isaías)

“Anuncio-vos uma grande alegria: nasceu-vos hoje um Salvador: é o Cristo Jesus.

(do evangelho de São Lucas)AO ENCONTRO DE CRISTO

O sol vai caminhando para o término de mais um ciclo anual. E a liturgia da Igreja recomeça a sua caminhada cíclica com a entrada do tempo do Advento, preparação para a “vinda”, a “chegada” de Cristo. No mundo exterior, as lojas especializadas já vão iluminando e ornamentando suas vitrinas com os presentes de Natal; e as crianças já vão sendo estimuladas a planejarem os presentes que seus pais terão que Ihes dar, muito mais forçados pelo impulso do consumismo, do que movidos pelo apelo do amor paterno. São as distorções do sentido genuíno das festas! Mas, ao lado disso, nossa consciência cristã é convidada a viver o espírito Litúrgico deste tempo de preparação para o Natal. Ele é tão belo! Tão rico de mensagens de Deus!As “Normas Universais sobre o Ano Litúrgico e o Calendário”, em uso agora na Igreja, nos ensinam que o tempo do Advento tem uma dupla característica: é um tempo de preparação para o Natal, em que se comemora a primeira vinda do Filho de Deus entre os homens; e é o tempo de orientar nossos corações para a segunda vinda de Cristo, no fim dos tempos.É claro que esta vinda supõe a primeira; e não há nenhuma contradição em relacionarmos uma com a outra no Advento.O primeiro sentido – o escatológico -vai até o dia 16 de dezembro, e alimenta nossa esperança para o encontro final com Cristo; o segundo sentido – o de preparação para o Natal- faz crescer em nós a expectativa para a celebração da ternura da noite de Belém. Deu-se até a esse período de 17 a 24 de dezembro o nome sugestivo de “Semana Santa do Natal”. E o Advento perde seu antigo rigor de tempo de penitência e passa a ser sobretudo tempo de esperança e de alegre expectativa.Nada melhor para assimilarmos o verdadeiro espírito deste período de preparação para o Natal, no qual se entrelaçam a gratidão pelos dons de Deus, a súplica cheia de esperança, e a vigilância iluminada pela confiança, do que relembrarmos as palavras cheias de sabedoria que aparecem no prefácio das missas das duas primeiras semanas. Referindo-se ao Divino Salvador, elas dizem assim: “Revestido da nossa fraqueza, Ele veio a primeira vez, para realizar seu eterno plano de amor e abrir – nos o caminho da salvação. Revestido da sua glória, Ele virá uma segunda vez, para conceder-nos em plenitude os bens outrora prometidos e que hoje vigilantes esperamos”.Natal é cumprimento de um plano de amor de Deus. É o encontro do céu com a terra. Deus veio morar conosco. Veio ser um de nós. Seu nome é “Emanuel” que quer dizer “Deus- conosco”. Isso é que explica todo esse frêmito de alegria que percorre a terra nesta época do ano. Isso é que criou todas essas manifestações que tornam o Natal uma festa encantadora: o presépio, a árvore de Natal, os cantos natalinos e todo esse folclore maravilhoso. Quem tiver o coração puro é que está apto a saborear toda a alegria e toda a esperança desta festa. E é por isso que ela fala sobretudo ao coração das crianças.Natal é o primeiro passo de um caminho que vai terminar na glória da segunda vinda de Cristo, quando Ele vier “concedermos em plenitude os bens outrora prometidos e que hoje vigilantes esperamos”. Entre o Natal e a última vinda de Cristo – a parusia – vai-se desenrolando o tempo dos homens. Esse tempo que, se bem analisarmos, é uma continuada vinda de Cristo, com o qual cada homem vai-se encontrando, na medida em que vai aderindo a Cristo na aceitação de seu Evangelho.E na medida em que não se separa dele, atendendo à admoestação do Mestre, quando nos fala do último dia: “Estai atentos! Cuidai que vossos corações não se embruteçam pelos prazeres, pela embriaguez ou pelas preocupações desta vida, e não venha de repente sobre vós aquele dia” (Lc 21. 14).Vigilância é a grande palavra. Porém não uma vigilância feita de susto e de terror, mas feita de confiança em Deus que nos ama. Não façamos da parusia uma ameaça. Ela é uma promessa. Nesse dia o Senhor nos dará “os bens outrora prometidos e que hoje vigilantes esperamos”.LEITURAS do I Domingo do Advento – Ano C:

1a) Jr 33.13-16, –

2a) 1Ts 3. 12-4, 2. –

3a) Lc 21, 25-28, 34-36″

 CURTA O VÍDEO EM RITMO DE ADVENTO: 

https://www.youtube.com/watch?v=PT3P-WW_Tu4 ,      

EVANGELHO DO DIA E HOMILIA

(LECTIO DIVINA)

REFLEXÕES E ILUSTRAÇÕES DE

PE. LUCAS DE PAULA ALMEIDA, CM

              EM RITMO DO ADVENTO:                    

RECOMEÇA O “DIVINO BRINQUEDO DE RODAS” DA LITURGIA

Estamos entrando no Tempo do Advento. O sentido de novidade que acontece em cada manhã do mundo acontece agora  em ritmo anual. O sol vai completando o ciclo de sua aparente viagem e se vai anunciar um novo ano. O ciclo da Igreja é antecipado e estamos já entrando num novo ano. Recomeça o “Divino Brinquedo de Rodas” da Liturgia : Advento – Natal – Epifania – Domingos Comuns – Quaresma – Paixão – Páscoa – Domingos comuns – Cristo Rei… E depois de novo Advento, recomeçando o ciclo.E não temos dúvidas de que é o rodar desta roda de bênçãos e de fé, de oração e de esperança, que vai instilando no mundo um pouco do equilíbrio e da solidez das coisas de Deus. O Advento é uma caminhada. A caminhada para o natal. Devemos assumir o espírito de caminheiros na caravana que vai para Belém, aceitando os problemas da viagem, encontrando-nos com Maria e com José e ,depois, os pastores e a gruta e a estrela e os anjos e o menino que nasceu para nós. Neste tempo sagrado do Advento, caminham conosco alguns santos personagens de extraordinária grandeza.Em primeiro lugar como já foi mencionado e é evidente está a Santa Virgem Maria que brilhou no céu da história como a rútila estrela da manhã, anunciando o raiar do sol, que é Cristo.Depois, Isaías, o príncipe dos profetas messiânicos, o clássico por excelência entre os escritores bíblicos, o vidente das visões grandiosas e genial poeta.Depois, João Batista, cuja missão é preparar os caminhos do Senhor. Justamente como havia sido profetizado por Isaías. Posto como traço de união entre o Antigo Testamento e o Novo, pode ser considerado como último dos profetas e o primeiro dos Evangelistas.Enfim, São Paulo o grande Teólogo da Cristolologia que, mais do que nenhum outro soube proclamar o mistério escondido nos séculos: o da salvação de todos em Cristo.Não podemos permitir que nesta caminhada para o Natal prevaleça o comércio e os presentes.  Que no coração das crianças o papai – Noel não tome o lugar do menino Jesus. Não podemos permitir que a filosofia do consumismo tome conta também do Natal. Esse consumismo que já foi definido como a escravidão do homem moderno porque lhe tira a liberdade sob o disfarce de “sem entrada” e de “suaves prestações mensais”, que levam o homem a gastar o que não ganhou . E, ainda mais, vai criando nele uma sede infinita de ter sempre mais coisas iludidos por uma publicidade tentadoramente colorida e atraído pelo exemplo de outros que já compraram o que ele não comprou ainda.Advento quer dizer chegada. É Deus que chega! Que chegou um dia no primeiro Natal do mundo, que chegará um dia no ponto final da história e que vai chegando o dia-a-dia nos corações dos homens de boa vontade.Para prepararmos esta chegada de Deus e para nos abrirmos a ela, Jesus nos ensina duas atitudes: a vigilância e a oração. Vigilância, para estarmos atentos aos passos de Deus e aos sinais dos tempos. Oração para que jamais nos falte a luz e a força que vem do alto. Aqui de novo é preciso dizer que uma igreja orante em todos os cantos do mundo é que mantém a saúde espiritual da humanidade.No Tempo de Advento um profeta que marca presença é Isaías que nos mostra o quadro da paz e da justiça que se estabelecerá no mundo pela presença do Messias.Daquele que brotará como um rebento do tronco de Jessé e sobre quem descerá o Espírito do Senhor com a plenitude dos seus dons : Sabedoria, Discernimento, Conselho, Fortaleza, Ciência, Temor de Deus, sendo sua inspiração o Temor do Senhor. No seu tempo florescerá a justiça e a paz. Isaías o diz com imagens ousadas : O lobo habitará com o cordeiro, o leão comerá palha com o boi, a criancinha brincará com a serpente. “nem haverá mal, nem violência em todo o monte Santo de Deus, porque o conhecimento do Senhor encherá a terra, como as águas enchem o mar.(IS 11,9).Como estamos longe de tudo isso! Vivemos num mundo perverso e violento, onde se chegou a formular uma definição oposta ao que diz Isaías: “Homo homini lupus” – o homem é um lobo para outro homem (Hobbes).É que não realizamos o que proclama João Batista na sua vigorosa pregação: “Convertei-vos porque está próximo o Reino dos Céus”(MT 3,2). João, aliás, antecipava a mesma palavra que iria ser proclamada por Jesus e que deveria ser o programa da pregação dos Apóstolos (Mc 1,5). João pregava a conversão  em primeiro lugar, como exemplo de sua própria vida, feita de austeridade e de total desapego dos bens da terra. “Usando roupas tecidas de pêlos de camelos, cingido com um cinto de couro e tendo como alimentos gafanhotos e mel silvestres” (Mt 3,4-5).Sua palavra, ancorada na austeridade de sua figura de asceta, chega a nos assustar. Chama aos pecadores de “Raça de víboras” e lhes diz que o machado já está posto na raiz da árvores e que toda árvore que não der bom fruto será cortada e atirada ao fogo. Era um direito dos profetas. O zelo pela santidade do nome de Deus é que lhes punha na linguagem esses acentos de fogo. No fundo, o que o profeta do Jordão está pedindo é que todos se voltem para Deus. Podemos traduzir suas palavras para um modo de falar menos rude, mas não podemos dizer nada que seja substancialmente diferente do que ele disse. “É preciso que a árvore de nossa vida dê bons frutos”. O mundo precisa converter-se.Há muita maldade enegrecendo a face da terra. É preciso que todo o maravilhoso progresso que a humanidade vai conquistando na ciência, na técnica e em todos os ramos do saber e da eficiência seja impregnado de justiça, de amor e de verdade. Deus é a fonte de todo o bem que conseguimos fazer. E, então, é preciso que nenhuma de nossas obras, por nossa má vontade, por nosso coração mal orientado, possa determinar a fonte de bondade de onde elas provêm. É preciso louvar a Deus com toda a nossa vida.LEITURAS do I Domingo do Advento – Ano C:

1a) Jr 33.13-16, –

2a) 1Ts 3. 12-4, 2. –

3a) Lc 21, 25-28, 34-36″