1. Oração do dia:

Senhor nosso Deus, concedei-nos os auxílios necessários à salvação pela intercessão dos apóstolos são Pedro e são Paulo, pelos quais destes à vossa Igreja os primeiros benefícios da fé. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

1.1. Leitura (Atos 12,1-11)12 1 Por aquele mesmo tempo, o rei Herodes mandou prender alguns membros da Igreja para os maltratar.
2 Assim foi que matou à espada Tiago, irmão de João.
3 Vendo que isto agradava aos judeus, mandou prender Pedro. Eram então os dias dos pães sem fermento.
4 Mandou prendê-lo e lançou-o no cárcere, entregando-o à guarda de quatro grupos, de quatro soldados cada um, com a intenção de apresentá-lo ao povo depois da Páscoa.
5 Pedro estava assim encerrado na prisão, mas a Igreja orava sem cessar por ele a Deus.
6 Ora, quando Herodes estava para o apresentar, naquela mesma noite dormia Pedro entre dois soldados, ligado com duas cadeias. Os guardas, à porta, vigiavam o cárcere.
7 De repente, apresentou-se um anjo do Senhor, e uma luz brilhou no recinto. Tocando no lado de Pedro, o anjo despertou-o: “Levanta-te depressa”, disse ele. Caíram-lhe as cadeias das mãos.
8 O anjo ordenou: “Cinge-te e calça as tuas sandálias”. Ele assim o fez. O anjo acrescentou: “Cobre-te com a tua capa e segue-me”.
9 Pedro saiu e seguiu-o, sem saber se era real o que se fazia por meio do anjo. Julgava estar sonhando.
10 Passaram o primeiro e o segundo postos da guarda. Chegaram ao portão de ferro, que dá para a cidade, o qual se lhes abriu por si mesmo. Saíram e tomaram juntos uma rua. Em seguida, de súbito, o anjo desapareceu.
11 Então Pedro tornou a si e disse: “Agora vejo que o Senhor mandou verdadeiramente o seu anjo e me livrou da mão de Herodes e de tudo o que esperava o povo dos judeus”.
Palavra do Senhor.

1.2. Salmo Responsorial 33/34

De todos os temores me livrou o Senhor Deus.
Bendirei o Senhor Deus em todo tempo,
seu louvor estará sempre em minha boca.
Minha alma se gloria no Senhor;
que ouçam os humildes e se alegrem!

Comigo engrandecei ao Senhor Deus,
exaltemos todos juntos o seu nome!
Todas as vezes que o busquei, ele me ouviu
e de todos os temores me livrou.

Contemplai a sua face e alegrai-vos,
e vosso rosto não se cubra de vergonha!
Este infeliz gritou a Deus e foi ouvido,
e o Senhor o libertou de toda angústia.

O anjo do Senhor vem acampar
ao redor dos que o temem e os salva.
Provai e vede quão suave é o Senhor!
Feliz o homem que tem nele o seu refúgio!

1.3. Leitura (2 Timóteo 4,6-8.17-18)Leitura da segunda carta de são Paulo a Timóteo.

6 Quanto a mim, estou a ponto de ser imolado e o instante da minha libertação se aproxima.
7 Combati o bom combate, terminei a minha carreira, guardei a fé.
8 Resta-me agora receber a coroa da justiça, que o Senhor, justo Juiz, me dará naquele dia, e não somente a mim, mas a todos aqueles que aguardam com amor a sua aparição.
17 Contudo, o Senhor me assistiu e me deu forças, para que, por meu intermédio, a boa mensagem fosse plenamente anunciada e chegasse aos ouvidos de todos os pagãos. E fui salvo das fauces do leão.
18 O Senhor me salvará de todo mal e me preservará para o seu Reino celestial. A ele a glória por toda a eternidade!
Evangelho (Mateus 16,13-19) Aleluia, aleluia, aleluia.
Tu és Pedro e sobre esta pedra eu irei construir a minha igreja; e as portas do inferno não irão derrotá-la (Mt 16,18)2. Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
Naquele tempo, 16 13 chegando ao território de Cesaréia de Filipe, Jesus perguntou a seus discípulos: “No dizer do povo, quem é o Filho do Homem?”
14 Responderam: “Uns dizem que é João Batista; outros, Elias; outros, Jeremias ou um dos profetas”.
15 Disse-lhes Jesus: “E vós quem dizeis que eu sou?”
16 Simão Pedro respondeu: “Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo!”
17 Jesus então lhe disse: “Feliz és, Simão, filho de Jonas, porque não foi a carne nem o sangue que te revelou isto, mas meu Pai que está nos céus.
18 E eu te declaro: tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja; as portas do inferno não prevalecerão contra ela.
19 Eu te darei as chaves do Reino dos céus: tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus”.
Palavra da Salvação.3. Momento de Reflexão – A Bíblia Explicada em Capítulos e versículos- (Mateus 16,13-19)

FESTA DE SÃO PEDRO E SÃO PAULO DIA DO PAPA -ANO B

APASCENTA AS MINHAS OVELHAS

 O giro do Ano Litúrgico, ao longo do qual a Igreja celebra com fé e alegria os mistérios de Deus Uno e Trino e do Cristo Redentor, entrelaçando-os com a memória dos Santos, que com sua vida tornaram Deus mais presente no mundo, nos convida hoje de novo a celebrar São Pedro e São Paulo, e põe nos lábios dos fiéis que rezam a salmodia das horas este cântico jubiloso: “Roma feliz, tornada cor de púrpura -destes heróis no sangue tão fecundo… em formosura excedes todo o mundo” (Hino das Vésperas). Estes dois Santos aparecem sempre unidos em toda a tradição cristã. Eles são os Príncipes dos Apóstolos. São os pais e fundadores da Igreja de Roma. Seus nomes aparecem juntos nas bulas pontifícias e em inúmeros documentos da Igreja. ” A vocação os fez iguais -comenta São Leão Magno -o trabalho os fez semelhantes, a morte pelo martírio os igualou. A graça de Deus os elevou a um ápice tão supremo entre os membros da Igreja, que eles são como a luz dos olhos que iluminam esse corpo do qual Cristo é a cabeça” (Sermão I da festa dos Apóstolos). Ao pé da escadaria por onde se sobe para a basílica de São Pedro lá estão suas grandes estátuas -Pedro de um lado e Paulo do outro -como que a nos acolher para nossa entrada na Igreja.Estamos celebrando hoje os dois grandes apóstolos. Mas, por motivos óbvios, Pedro assume a supremacia nesta festa. A ele Cristo deu o primado no governo da Igreja. E assim hoje é o “Dia do Papa” : do primeiro Papa e do Papa de hoje. De Simão Pedro e de João Paulo II. Para a figura do Papa corre hoje nosso pensamento e nosso coração. O evangelho nos lembra a promessa do Primado, que aconteceu na região de Cesaréia de Felipe: “Sobre esta pedra edificarei a minha Igreja… Eu te darei as chaves do Reino dos céus; e tudo o que tiveres ligado na terra será ligado no céu, e tudo o que tiveres desligado na terra será desligado no céu” (cfr Mt 16,13-19).O que aí está prometido será cumprido depois da Ressurreição, na aparição acontecida à beira do lago da Tiberíades. Aí se realizava a investidura – chamemo-la assim -dos poderes um dia prometidos. São tantas as lições que estão contidas nesse histórico episódio, que valeria a pena lançarmos um olhar a esse capítulo suplementar -o vigésimo primeiro -do evangelho de São João.Antes de tudo, acontece a pesca milagrosa. Estamos voltando aos primeiros dias do Evangelho, quando Jesus transformou aqueles pescadores em apóstolos do seu Reino. A pesca abundantíssima aponta para a futura multidão que vai encher as redes da Igreja até o fim dos séculos.Depois vem uma espécie de exame especial através do qual Jesus leva Pedro a manifestar sua disposição para assumir a grande missão que lhe vai ser entregue. E essa disposição fundamental não podia ser outra senão um profundo amor à pessoa de Cristo. Por três vezes Jesus pergunta: “Pedro, tu me amas?”. E por três vezes Pedro responde: “Sim, Senhor, tu sabes que te amo” (Não se pode deixar de pensar nas três negações de Pedro, na véspera da Paixão, em Jerusalém, e nesta esplêndida ocasião que ele tinha agora de reparar seu pecado). E por três vezes Jesus conclui: ” Apascenta os meus cordeiros… apascenta as minhas ovelhas” (cfr Jo 21,15-17). É o rebanho inteiro do Bom Pastor que lhe é confiado. Esse rebanho do qual Jesus dissera um dia que “haveria um só rebanho e um só Pastor” (Jo 10, 16). Pedro vai cumprir maravilhosamente essa missão, como podemos ver pelos Atos dos Apóstolos e pelas duas cartas que ele escreveu à Igreja. E selou nobremente seus trabalhos, dando sua vida por Cristo na perseguição de Nero, no ano 67 da Era Cristã.

O exame a que foi submetido São Pedro é bem uma lição para todos os pastores da Igreja. Só pode ser pastor aquele que tiver um grande amor a Jesus Cristo. O que guardar fielmente suas palavras. O que tiver uma fé viva na Ressurreição. O que for capaz de auscultar os planos de Cristo sobre seu povo. Só vale na Igreja a lei do amor: do amor total a Cristo e do amor que daí transborda sobre os irmãos. Será a força decisiva da caminhada da Igreja o brilho da caridade pastoral do Sucessor de Pedro. Ele também deve sempre poder dizer: “Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que eu te amo” (Jo 21.17).

LEITURAS para a festa de São Pedro e São Paulo:

1-At 12.1-11.

2-2Tm 4.6-8.17-18.

3-Mt 16.13-19.

Pedra de apoio ou pedra de tropeço? (Mt 16,13-19)

A COMUNIDADE DE FÉ – PEDRA DE APOIO OU PEDRA DE TROPEÇO? Mateus 16,13-19
Neste texto aparecem muitas opiniões sobre Jesus e várias maneiras de se expressar a fé. Pedro, por exemplo, tem opiniões e atitudes tão opostas entre si que parecem não poder caber na vida de uma mesma pessoa. Hoje também existem muitas opiniões diferentes sobre Jesus e também várias maneiras de viver a fé, tanto dentro da gente como dentro da comunidade. Vamos conversar sobre isso.
 
SITUANDO – 
Estamos na parte da narrativa entre o Sermão das Parábolas (Mt 13) e o Sermão da Comunidade (Mt 18). Geralmente, nestas partes narrativas que ligam entre si os cinco sermões, Mateus costuma seguir a sequência do Evangelho de Marcos. De vez em quando, cita outras informações, também conhecidas por Lucas. E aqui e acolá, traz textos que só aparecem no Evangelho de Mateus, como é o caso da conversa entre Jesus e Pedro no texto de hoje. Este texto recebe interpretações diversas e até opostas nas várias igrejas cristãs.
Naquele tempo, as comunidades cultivavam uma ligação afetiva muito forte com as lideranças que tinham dado origem à comunidade. Por exemplo, as comunidades de Antioquia na Síria cultivavam a sua ligação com a pessoa de Pedro. As da Grécia com a pessoa de Paulo. Algumas comunidades da Ásia com a pessoa do Discípulo Amado e outras com a pessoa de João do Apocalipse. Uma identificação com estes líderes da sua origem ajudava as comunidades a cultivar melhor a sua identidade e espiritualidade. Mas também podia ser motivo de briga, como no caso da comunidade de Corinto (1Cor 1,11-12).
 COMENTANDO
 
1. Mateus 16,13-16: As opiniões do povo e dos discípulos a respeito de Jesus
Jesus faz um levantamento da opinião do povo a respeito da sua pessoa. As respostas são variadas: João Batista, Elias, Jeremias, algum dos profetas. Quando pergunta pela opinião dos discípulos, Pedro se torna porta-voz e diz: “Tu és Cristo, o Filho do Deus vivo!” A resposta não é nova. Anteriormente, os discípulos já tinham dito a mesma coisa (Mt 14,33). No Evangelho de João, a mesma profissão de fé é feita por Marta (Jo 11,27). Ela significa que em Jesus se realizam as profecias do Antigo Testamento.
 
2. Mateus 16,17: A resposta de Jesus a Pedro: “Feliz você Pedro!”
Jesus proclama Pedro “Feliz!”, porque recebeu uma revelação do Pai. Aqui também a resposta de Jesus não é nova. Anteriormente, Jesus tinha louvado o Pai por ele ter revelado o Filho aos pequenos e não aos sábios (Mt 11,25-27) e tinha feito a mesma proclamação de felicidade aos discípulos por estarem vendo e ouvindo coisas que antes ninguém conhecia (Mt 13,16).
 
3. Mateus 16,18-19: As atribuições de Pedro: ser pedra e tomar conta das chaves do Reino
3.1 Ser pedra: Pedro deve ser pedra, isto é, deve ser fundamento firme para a igreja a ponto de ela poder resistir contra as portas do inferno. Com estas palavras de Jesus a Pedro, Mateus anima as comunidades perseguidas da Síria e da Palestina que viam em Pedro a liderança marcante da sua origem. Apesar de fraca e perseguida, a comunidade tem fundamento firme, garantido pela palavra de Jesus. Ser pedra como fundamento da fé evoca a palavra de Deus ao povo no exílio: “Vocês que buscam a Deus e procuram a justiça, olhem para a rocha (pedra) de onde foram talhados, olhem para a pedreira de onde foram extraídos. Olhem para Abraão seu pai e para Sara sua mãe. Quando os chamei, eles eram um só, mas se multiplicaram por causa da minha bênção” (Is 51,1-2). Indica um novo começo do povo de Deus.
3.2 As chaves do Reino: Pedro recebe as chaves do Reino. O mesmo poder de ligar e desligar diz: “É necessário que o Messias sofra e seja morto em Jerusalém”. Dizendo que “é necessário”, ele indica que o sofrimento estava previsto nas profecias. Não só o triunfo da glória, também o caminho da cruz. Se os discípulos aceitam Jesus como Messias e Filho de Deus, devem aceitá-lo também como Messias Servo que vai ser morto. Mas Pedro não aceita a correção de Jesus e procura dissuadi-lo.
 
ALARGANDO
 
Igreja, Assembleia
A Palavra Igreja, em grego ekklésia, aparece 105 vezes no Novo Testamento, quase exclusivamente nos Atos dos Apóstolos e nas Cartas. Nos Evangelhos aparece três vezes, só em Mateus. A palavra significa literalmente “convocada” ou “escolhida”. Ela indica o povo que se reúne convocado pela Palavra de Deus e procura viver a mensagem do Reino que Jesus trouxe. A Igreja ou a comunidade não é o Reino de Deus, mas sim um instrumento e uma amostra do Reino. O Reino é maior. Na Igreja, na comunidade deve ou deveria aparecer aos olhos de todos aquilo que acontece quando um grupo humano deixa Deus reinar e tomar conta de suas vidas.
 
Pedro, Pedra
Jesus deu a Simão o apelido de pedra (Pedro). Pedro era fraco na fé, duvidou, tentou desviar Jesus, teve medo no horto, dormiu e fugiu, não entendia o que Jesus falava. Ele era como os pequenos que Jesus proclamou felizes. Pedro era apenas um dos doze e deles se fazia porta-voz. Mais tarde, depois da morte e ressurreição de Jesus, a sua figura cresceu e se tornou símbolo da comunidade.

A comunidade de fé (Mt 16,13-19)

http://www.ceert.org.br/

Neste texto, aparecem muitas opiniões sobre Jesus e várias maneiras de se expressar a fé. Pedro, por exemplo, tem opiniões e atitudes tão opostas entre si que parece não caberem na vida de uma mesma pessoa. Hoje, também existem muitas opiniões diferentes sobre Jesus e também várias maneiras de viver a fé, tanto dentro da gente como dentro da comunidade. Vamos conversar sobre isso.

Situando

Estamos na parte da narrativa entre o Sermão das Parábolas (Mt 13) e o Sermão da Comunidade (Mt 18). Geralmente, nestas partes narrativas que ligam entre si os cinco sermões, Mateus costuma seguir a sequência do Evangelho de Marcos. De vez em quando, cita outras informações, também conhecidas por Lucas. E aqui e acolá, traz textos que só aparecem no Evangelho de Mateus, como é o caso da conversa entre Jesus e Pedro no texto de hoje. Este texto recebe interpretações diversas e até opostas nas várias igrejas cristãs.

Naquele tempo, as comunidades cultivavam uma ligação afetiva muito forte com as lideranças que tinham dado origem a elas. Por exemplo, as comunidades de Antioquia na Síria cultivavam a sua ligação com Pedro. As da Grécia, com Paulo. Algumas comunidades da Ásia, com o Discípulo Amado. Outras, com o profeta João do Apocalipse. Uma identificação com estes líderes da sua origem ajudava as comunidades a cultivar melhor a sua identidade e espiritualidade. Mas também podia ser motivo de briga, como no caso da comunidade de Corinto (1Cor 1,11-12).

Comentando

Mt 16,13-16: As opiniões do povo e dos discípulos a respeito de Jesus

Jesus faz um levantamento da opinião do povo a seu respeito. As respostas são variadas: João Batista, Elias, Jeremias, algum dos profetas. Quando pergunta pela opinião dos discípulos, Pedro se torna porta-voz e diz: “Tu és Cristo, o Filho do Deus vivo!” A resposta não é nova. Anteriormente, os discípulos já tinham dito a mesma coisa (Mt 14,33). No Evangelho de João, a mesma profissão de fé é feita por Marta (Jo 11,27). Ela significa que Jesus realiza as esperanças proféticas do Antigo Testamento.

Mt 16,17: A resposta de Jesus a Pedro: “Feliz é você, Pedro!”

Jesus proclama Pedro “feliz”, porque recebeu uma revelação do Pai. Aqui também, a resposta de Jesus não é nova. Anteriormente, Jesus tinha louvado o Pai por ele ter revelado o Filho aos pequenos e não aos sábios (Mt 11,25-27) e tinha feito a mesma proclamação de felicidade aos discípulos por estarem vendo e ouvindo coisas que antes ninguém conhecia (Mt 13,16).

Mt 16,18-19: As atribuições de Pedro: ser pedra e tomar conta das chaves do  Reino

Ser pedra: Pedro deve ser pedra, isto é, deve ser fundamento firme para a igreja a ponto de ela poder resistir contra as portas do inferno. Com estas palavras de Jesus a Pedro, Mateus anima as comunidades perseguidas da Síria e da Palestina que viam em Pedro a liderança marcante da sua origem. Apesar de fraca e perseguida, a comunidade tem fundamento firme, garantido pela palavra de Jesus.

Ser pedra como fundamento da fé evoca a palavra de Deus ao povo no exílio:  “Vocês que buscam a Deus e procuram a justiça, olhem para a rocha (pedra) de onde foram talhados, olhem para a pedreira de onde foram extraídos. Olhem para Abraão seu pai e para Sara sua mãe. Quando os chamei, eles eram um só, mas se multiplicaram por causa da minha bênção” (Is 51,1-2).

Indica um novo começo do povo de Deus. Em outros textos, Jesus é a pedra fundamental que os construtores rejeitaram (Mt 21,42; cf. Sl 118,22; 1Cor 3,10-11).

As chaves do Reino: Pedro recebe as chaves do Reino. O mesmo que confere o poder de ligar e desligar também diz: “É necessário que o Messias sofra e seja morto em Jerusalém” (v. 21). Dizendo que “é necessário”, Jesus indica que o sofrimento fazia parte da vida dos profetas. Não só o triunfo da glória, também o caminho da cruz. Se os discípulos aceitam Jesus como Messias e Filho de Deus, devem aceitá-lo também como Messias Servo que será morto. Porém, Pedro não aceita a correção de Jesus e procura dissuadi-lo.

Alargando

Igreja, Assembleia

A Palavra Igreja, em grego ekklésia, aparece 105 vezes no Novo Testamento, quase exclusivamente nos Atos dos Apóstolos e nas Cartas. Nos Evangelhos aparece três vezes, só em Mateus. A palavra significa literalmente “convocada” ou “escolhida”. Ela indica o povo que se reúne convocado pela Palavra de Deus e procura viver a mensagem do Reino que Jesus trouxe. A Igreja ou a comunidade não é o Reino de Deus, mas sim um instrumento e uma amostra do Reino. O Reino é maior. Na Igreja, na comunidade deve ou deveria aparecer aos olhos de todos aquilo que acontece quando um grupo humano deixa Deus reinar e tomar conta de suas vidas.

Pedro, Pedra

Jesus deu a Simão o apelido de pedra (Pedro). Pedro era fraco na fé, duvidou, tentou desviar Jesus, teve medo no horto, dormiu e fugiu, não entendia o que Jesus falava. Ele era como os pequenos que Jesus proclamou felizes. Pedro era apenas um dos doze e deles se fazia porta-voz. Mais tarde, depois da morte e ressurreição de Jesus, a sua figura cresceu e se tornou símbolo da comunidade.

Fonte: http://www.cebi.org.br/noticia.php?secaoId=21&noticiaId=3159

EVANGELHO DO DIA E HOMILIA

(LECTIO DIVINA)

REFLEXOES E ILUSTRAÇÕES DE PE. LUCAS DE PAULA ALMEIDA, CM

FESTA DE SÃO PEDRO E SÃO PAULO NA FESTA DE SÃO PEDRO –

Primeira Leitura: Atos dos Apóstolos 3, 1-10SÃO PEDRO E SÃO PAULO
(vermelho, glória, creio, prefácio próprio – ofício da solenidade)Leitura dos Atos dos Apóstolos – Naqueles dias, 1Pedro e João subiam ao templo para a oração da hora de noa. 2Nisto levavam um homem que era coxo de nascença e que punham todos os dias à porta do templo, chamada Formosa, para que pedisse esmolas aos que entravam no templo. 3Quando ele viu que Pedro e João iam entrando no templo, implorou a eles uma esmola. 4Pedro fitou nele os olhos, como também João, e disse: Olha para nós. 5Ele os olhou com atenção esperando receber deles alguma coisa. 6Pedro, porém, disse: Não tenho nem ouro nem prata, mas o que tenho eu te dou: em nome de Jesus Cristo Nazareno, levanta-te e anda! 7E tomando-o pela mão direita, levantou-o. Imediatamente os pés e os tornozelos se lhe firmaram. De um salto pôs-se de pé e andava. 8Entrou com eles no templo, caminhando, saltando e louvando a Deus. 9Todo o povo o viu andar e louvar a Deus. 10Reconheceram ser o mesmo coxo que se sentava para mendigar à porta Formosa do templo, e encheram-se de espanto e pasmo pelo que lhe tinha acontecido. – Palavra do Senhor.Salmo Responsorial(18 A)REFRÃO: De todos os temores me livrou o Senhor Deus.1. Bendirei o Senhor Deus em todo o tempo,/ seu louvor estará sempre em minha boca./ Minha alma se gloria no Senhor;/ que ouçam os humildes e se alegrem! -R.2. Comigo engrandecei ao Senhor Deus,/ exaltemos todos juntos o seu nome!/ Todas as vezes que o busquei, ele me ouviu,/ e de todos os temores me livrou. -R.3. Contemplai a sua face e alegrai-vos,/ e vosso rosto não se cubra de vergonha!/ Este infeliz gritou a Deus, e foi ouvido,/ e o Senhor o libertou de toda angústia. -R.4. O anjo do Senhor vem acampar/ ao redor dos que o temem, e os salva./ Provai e vede quão suave é o Senhor!/ Feliz o homem que tem nele o seu refúgio! -R.Segunda Leitura: Gálatas 1, 11-20 Leitura da carta de são Paulo aos Gálatas – Irmãos, 11Asseguro-vos, irmãos, que o Evangelho pregado por mim não tem nada de humano. 12Não o recebi nem o aprendi de homem algum, mas mediante uma revelação de Jesus Cristo. 13Certamente ouvistes falar de como outrora eu vivia no judaísmo, com que excesso perseguia a Igreja de Deus e a assolava; 14avantajava-me no judaísmo a muitos dos meus companheiros de idade e nação, extremamente zeloso das tradições de meus pais. 15Mas, quando aprouve àquele que me reservou desde o seio de minha mãe e me chamou pela sua graça, 16para revelar seu Filho em minha pessoa, a fim de que eu o tornasse conhecido entre os gentios, imediatamente, sem consultar a ninguém, 17sem ir a Jerusalém para ver os que eram apóstolos antes de mim, parti para a Arábia; de lá regressei a Damasco. 18Três anos depois subi a Jerusalém para conhecer Cefas, e fiquei com ele quinze dias. 19Dos outros apóstolos não vi mais nenhum, a não ser Tiago, irmão do Senhor. 20Isto que vos escrevo – Deus me é testemunha -, não o estou inventando. – Palavra do Senhor.Evangelho: Mt 16, 13-19 Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo João – Naquele tempo, 15Tendo eles comido, Jesus perguntou a Simão Pedro: Simão, filho de João, amas-me mais do que estes? Respondeu ele: Sim, Senhor, tu sabes que te amo. Disse-lhe Jesus: Apascenta os meus cordeiros. 16Perguntou-lhe outra vez: Simão, filho de João, amas-me? Respondeu-lhe: Sim, Senhor, tu sabes que te amo. Disse-lhe Jesus: Apascenta os meus cordeiros. 17Perguntou-lhe pela terceira vez: Simão, filho de João, amas-me? Pedro entristeceu-se porque lhe perguntou pela terceira vez: Amas-me?, e respondeu-lhe: Senhor, sabes tudo, tu sabes que te amo. Disse-lhe Jesus: Apascenta as minhas ovelhas. 18Em verdade, em verdade te digo: quando eras mais moço, cingias-te e andavas aonde querias. Mas, quando fores velho, estenderás as tuas mãos, e outro te cingirá e te levará para onde não queres. 19Por estas palavras, ele indicava o gênero de morte com que havia de glorificar a Deus. E depois de assim ter falado, acrescentou: Segue-me! – Palavra da salvaçãoSolenidade de São Pedro e São Paulo, dia do Papa –Solenidade de São Pedro e São Paulo, celebrada desde tempos remotíssimos, ensina-nos que a Igreja, na qual cremos, está alicerçada sobre o fundamento dos apóstolos, consoante as palavras do próprio Cristo: “Quem vos ouve, a mim ouve”. Sim, a fé que hoje professamos, depois de dois mil anos, é a mesma professada pelos apóstolos escolhidos e enviados por Cristo. O Espírito atua na Igreja de modo a torná-la, sob a proteção dos mesmos apóstolos colocados à sua frente e conduzida pelos seus legítimos sucessores, depositária e fiel mensageira do Evangelho da Vida.Pedro e Paulo, cada qual a seu modo, contribuíram eficazmente para edificar a Casa de Deus neste mundo como sinal da Morada Eterna que nos é prometida em Cristo. Pedro, escolhido por Jesus para ser o chefe dos apóstolos e de toda a Igreja, soube apascentar as ovelhas e os cordeiros que lhe foram confiados, confirmando-lhes a fé com o derramamento do próprio sangue. Paulo, agraciado com o dom da verdadeira conversão ao Evangelho, tornou-se, por disposição mesma do Senhor, o grande apóstolo dos gentios e o incomparável defensor da gratuidade da salvação, vindo, à semelhança de Pedro, a derramar o seu sangue como supremo testemunho da fé que tão zelosamente anunciava com muitas renúncias e provações.Ao celebrarmos os dois insignes apóstolos, lembramo-nos naturalmente do Papa, a quem cabe, em primeiro lugar, guardar, defender, anunciar e testemunhar a fé que herdamos de Pedro e Paulo. Bento XVI é hoje o grande apóstolo do Evangelho que nos dá a Vida verdadeira. Como sucessor de Pedro e herdeiro de seu carisma-ministério, preside hoje à caridade, apascentando com zelo os fiéis que lhe são confiados. Mas é também chamado, a exemplo de Paulo, a desgastar-se de todos os modos, a fim de que a Palavra de Deus atinja os corações e, assim, o mundo se renove na esperança que vem da firmeza de Deus.                                                                                                                                      Bento XVI tem desempenhado muito bem seu ofício de propagador da fé e da beleza da salvação. Notáveis são suas palavras e ensinamentos, carregados de profundo significado e sabedoria, dirigidos para um mundo aparentemente mais distante de Cristo e da sua Igreja. Os ensinamentos do Papa são capazes de interpelar as consciências e fazê-las pensar, e a Igreja, sem dúvida, tem sido levada, com Bento XVI, a aprofundar-se no conhecimento de suas raízes.Que São Pedro e São Paulo intercedam sempre pela Igreja que lhes custou o sangue, proteja o Santo Padre Bento XVI e alcancem para todos nós a graça de sermos discípulos missionários de Jesus Cristo na aurora do século XXI!

SÃO PEDRO E SÃO PAULO:

FUNDAMENTOS DAS COMUNIDADES DO POVO DE DEUS

A festa de hoje – São Pedro e São Paulo- abrange também o dia do Papa, que é lembrado com carinho na liturgia. O papa é o sucessor direto de São Pedro. A ele se dirigem as palavras do Evangelho de hoje com a mesma força com que foram dirigidas a Pedro em Cesaréia de Filipe, perto das nascentes do rio Jordão.

Como Pedro, o Papa hoje é o fundamento da comunidade do povo de Deus.

O Concílio o chamou de “ cabeça visível de toda a Igreja”.

O Papa é o nosso Pai na fé. Uma de suas principais tarefas é promover em todo o mundo a fé, a esperança e a caridade, as três virtudes pilastras da comunidade cristã. Dezenas e dezenas de vezes o atual Papa explicou essa missão nas visitas missionárias que vem fazendo pelos países afora.

PEDRO: DE PESCADOR DE UM LAGO A PAPA UNIVERSAL

O nome Pedro vem de pedra. Foi Jesus quem o apelidou de Pedro. Ele se chamava Simão. Tinha um irmão mais novo chamado André, que se tornou discípulo de Jesus antes dele.

Pedro como seu irmão André, eram pescadores do mar da Galiléia.

Pedro nasceu em Betsaida, um vilarejo perto do lago.

A palavra Betsaida quer dizer “casa de pescaria”, o que deixa pressupor que era uma aldeia de pescadores. Mas, quando Jesus o conheceu, Pedro já morava em Cafarnaum, uma cidade maior e com bons recursos para a época.

Jesus, adulto, morou um tempo em Cafarnaum. Simão era casado e sua sogra morava com ele.

Nos anos de vida pública e peregrinante de Jesus, Pedro foi sempre distinguido dos outros apóstolos, não só em momentos privilegiados, mas também em horas duras como na noite da prisão de Jesus, quando o negou por três vezes.

A única diferença entre a traição de Pedro e a traição do outro apóstolo Judas Iscariotes, está no comportamento que tiveram depois: Judas, em desespero, se enforcou; Pedro, arrependido, chorou amargamente.

Uma tradição romana do primeiro século conta que Pedro morreu crucificado de cabeça para baixo, e foi sepultado na Colina do Vaticano, onde hoje está a grande Basílica de São Pedro.

PAULO: DE PERSEGUIDOR VIOLENTO A APÓSTOLO FOGOSO

De Paulo sabemos pela leitura de suas cartas onde há grandes trechos autobiográficos, e pelo livro dos Atos  dos Apóstolos, escritos por Lucas.

Nasceu de uma família rica em Tarso, na Cilícia, fora portanto da Palestina. Mas de família hebréia. Na circuncisão recebeu o nome duplo: um em aramaico – Saul; outro em romano – Paulo. Teve excelente formação e aprendeu corretamente várias línguas. Conheceu a fundo o Antigo Testamento e toda a legislação Judaica. Profissionalmente era fabricante de tendas e exerceu essa profissão mesmo nos anos de apostolado.

Perseguiu os cristãos com violência, até o dia em que Jesus lhe apareceu na estrada de Damasco. Paulo se converte e se retira para o deserto da  Arábia. Volta depois de mais de um ano de meditação e começa sua espantosa atividade apostólica, apesar de sua saúde permanentemente fraca.

Nenhum apóstolo viajou e pregou tanto como ele. Embora não pertencesse ao grupo dos 12 Apóstolos, ganhou dianteira a todos. Pedro e Paulo são chamados de “Príncipes dos Apóstolos. Como Pedro, foi martirizado em Roma entre os anos de 66 e 68. Desde os primeiros tempos da Igreja, a comunidade cristã de Roma sempre celebrou os dois juntos. Desde o século III temos sua festa no dia 29 de junho.

A reforma litúrgica, promovida pelo Concílio Vaticano II, fixou para alguns países (inclusive o Brasil) a festa no domingo mais próximo ao dia 29.

SUA FAMA SE ESPALHOU POR TODA A TERRA

Uma tradição romana do primeiro século conta que Pedro morreu crucificado de cabeça para baixo, e foi sepultado na colina do Vaticano, onde hoje está a grande Basílica de são Pedro.

Paulo teve a cabeça decepada e foi sepultado fora da cidade de perto de onde hoje se ergue a imponente Basílica de São Paulo, fora dos muros.

Os peregrinos que  vão a Roma encontrarão sempre figura de dois apóstolos inseparáveis. Perto da estátua de um está a estátua do outro. Por isso mesmo os dois são festejados, hoje, com a mesma solenidade, e a liturgia lhes atribuiu a frase do profeta Isaías “ sua fama se espalhou por toda a terra. Sua palavra alcançou os confins do mundo”.
O Papa, hoje,  tem a mesma função que Jesus deu a são Pedro no Evangelho através das figuras das chaves: formar a comunidade cristã para que viva a presença de Deus nesta vida e sua plenitude na vida eterna. “ Reino dos céus” é uma maneira de se viver, já na vida presente, como vida de filhos de Deus e herdeiros do céu.
O Papa é o responsável último e maior pela comunidade cristã.
LEITURAS para a festa de São Pedro e São Paulo:
1-At 12.1-11.
2-2Tm 4.6-8.17-18.
3-Mt 16.13-19.

 

EVANGELHO DO DIA E HOMILIA

(LECTIO DIVINA)

REFLEXÕES E ILUSTRAÇÕES DE PE. LUCAS DE PAULA ALMEIDA, CM

FESTA DE SÃO PEDRO E SÃO PAULO DIA DO PAPA -ANO B

APASCENTA AS MINHAS OVELHAS

 

O giro do Ano Litúrgico, ao longo do qual a Igreja celebra com fé e alegria os mistérios de Deus Uno e Trino e do Cristo Redentor, entrelaçando-os com a memória dos Santos, que com sua vida tornaram Deus mais presente no mundo, nos convida hoje de novo a celebrar São Pedro e São Paulo, e põe nos lábios dos fiéis que rezam a salmodia das horas este cântico jubiloso: “Roma feliz, tornada cor de púrpura -destes heróis no sangue tão fecundo… em formosura excedes todo o mundo” (Hino das Vésperas). Estes dois Santos aparecem sempre unidos em toda a tradição cristã. Eles são os Príncipes dos Apóstolos. São os pais e fundadores da Igreja de Roma. Seus nomes aparecem juntos nas bulas pontifícias e em inúmeros documentos da Igreja. ” A vocação os fez iguais -comenta São Leão Magno -o trabalho os fez semelhantes, a morte pelo martírio os igualou. A graça de Deus os elevou a um ápice tão supremo entre os membros da Igreja, que eles são como a luz dos olhos que iluminam esse corpo do qual Cristo é a cabeça” (Sermão I da festa dos Apóstolos). Ao pé da escadaria por onde se sobe para a basílica de São Pedro lá estão suas grandes estátuas -Pedro de um lado e Paulo do outro -como que a nos acolher para nossa entrada na Igreja.

Estamos celebrando hoje os dois grandes apóstolos. Mas, por motivos óbvios, Pedro assume a supremacia nesta festa. A ele Cristo deu o primado no governo da Igreja. E assim hoje é o “Dia do Papa” : do primeiro Papa e do Papa de hoje. De Simão Pedro e de João Paulo II. Para a figura do Papa corre hoje nosso pensamento e nosso coração. O evangelho nos lembra a promessa do Primado, que aconteceu na região de Cesaréia de Felipe: “Sobre esta pedra edificarei a minha Igreja… Eu te darei as chaves do Reino dos céus; e tudo o que tiveres ligado na terra será ligado no céu, e tudo o que tiveres desligado na terra será desligado no céu” (cfr Mt 16,13-19).

O que aí está prometido será cumprido depois da Ressurreição, na aparição acontecida à beira do lago da Tiberíades. Aí se realizava a investidura – chamemo-la assim -dos poderes um dia prometidos. São tantas as lições que estão contidas nesse histórico episódio, que valeria a pena lançarmos um olhar a esse capítulo suplementar -o vigésimo primeiro -do evangelho de São João.

Antes de tudo, acontece a pesca milagrosa. Estamos voltando aos primeiros dias do Evangelho, quando Jesus transformou aqueles pescadores em apóstolos do seu Reino. A pesca abundantíssima aponta para a futura multidão que vai encher as redes da Igreja até o fim dos séculos.

Depois vem uma espécie de exame especial através do qual Jesus leva Pedro a manifestar sua disposição para assumir a grande missão que lhe vai ser entregue. E essa disposição fundamental não podia ser outra senão um profundo amor à pessoa de Cristo. Por três vezes Jesus pergunta: “Pedro, tu me amas?”. E por três vezes Pedro responde: “Sim, Senhor, tu sabes que te amo” (Não se pode deixar de pensar nas três negações de Pedro, na véspera da Paixão, em Jerusalém, e nesta esplêndida ocasião que ele tinha agora de reparar seu pecado). E por três vezes Jesus conclui: ” Apascenta os meus cordeiros… apascenta as minhas ovelhas” (cfr Jo 21,15-17). É o rebanho inteiro do Bom Pastor que lhe é confiado. Esse rebanho do qual Jesus dissera um dia que “haveria um só rebanho e um só Pastor” (Jo 10, 16). Pedro vai cumprir maravilhosamente essa missão, como podemos ver pelos Atos dos Apóstolos e pelas duas cartas que ele escreveu à Igreja. E selou nobremente seus trabalhos, dando sua vida por Cristo na perseguição de Nero, no ano 67 da Era Cristã.

O exame a que foi submetido São Pedro é bem uma lição para todos os pastores da Igreja. Só pode ser pastor aquele que tiver um grande amor a Jesus Cristo. O que guardar fielmente suas palavras. O que tiver uma fé viva na Ressurreição. O que for capaz de auscultar os planos de Cristo sobre seu povo. Só vale na Igreja a lei do amor: do amor total a Cristo e do amor que daí transborda sobre os irmãos. Será a força decisiva da caminhada da Igreja o brilho da caridade pastoral do Sucessor de Pedro. Ele também deve sempre poder dizer: “Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que eu te amo” (Jo 21.17).

LEITURAS para a festa de São Pedro e São Paulo:

1-At 12.1-11.

2-2Tm 4.6-8.17-18.

3-Mt 16.13-19.

 

 

EVANGELHO DO DIA E HOMILIA

(LECTIO DIVINA)

REFLEXÕES E ILUSTRAÇÕES DE PE. LUCAS DE PAULA ALMEIDA, CM

FESTA DE SÃO PEDRO E SÃO PAULO

NA FESTA DE SÃO PEDRO

No mês de junho celebram-se alguns dos santos mais queridos da devoção popular: Santo Antônio, São João Batista , São Pedro. São festas marcadas por elementos de sabor folclórico, como as fogueiras, as quadrilhas, as comidas típicas: as festas juninas.

A Igreja olha tudo isso com maternal compreensão, dentro daquela linha pedagógica ensinada por Jesus: não apagar a mecha que ainda está fumegando, nem quebrar o caniço que está apenas rachado (cfr. Mt 12,20). Ela sabe que por debaixo dessas manifestações menos “canônicas” há sempre implícito algum traço de fé. E os santos festejados acabam sendo uma espécie de padrinhos da fé, que levam o povo à Igreja nos dias de suas festas.

Mas evidentemente a Igreja espera e deseja resgatar cada vez mais o verdadeiro valor dessas festas, para que apresentem aos fiéis o sentido da vida desses santos na caminhada do Povo de Deus. Agora, por exemplo, estamos celebrando São Pedro – transferido de 29 de junho. Na verdade, a festa é de São Pedro e São Paulo, os dois apóstolos que estão nas raízes da Igreja de Roma e do mundo, como está anunciado no cântico de sua festa, lembrando o martírio dos dois, na perseguição de Nero: “Roma feliz, tornada cor de púrpura – destes heróis no sangue tão fecundo”. Mas, por motivos óbvios, prevalece nesta data a homenagem a S. Pedro, ficando S. Paulo para ser mais festejado no dia de sua conversão, que é 25 de janeiro.

Hoje festejamos, então, São Pedro. Aquele que Jesus constituiu chefe visível da Igreja na terra, quando lhe disse: “Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei minha Igreja” (Mt 16, 18); e a quem confiou a guarda universal do rebanho, na aparição à beira do lago de Tiberíades, depois da Ressurreição: “Apascenta as minhas ovelhas …apascenta os meus cordeiros” (Jo 21,15.16). E é importante conferir no Evangelho e nos Atos dos Apóstolos a indiscutível posição primacial de Pedro entre os Apóstolos. Como – só para dar um exemplo – quando ele convocou a comunidade para escolher um apóstolo que ocupasse o lugar de Judas, o traidor.

E, na festa de São Pedro, a Igreja espontaneamente volta seu olhar para o Papa, o sucessor de Pedro no governo da Igreja. E é uma porfia de orações, “para que o Senhor o conserve, lhe dê longa vida, e o faça feliz na terra, e jamais permita que as forças inimigas prevaleçam contra ele”. E é uma tomada de consciência sobre o sentido da autoridade do Papa na Igreja.

Começa pela figura da “pedra”, de que se serviu Jesus, mudando até o nome de “Simão” para “Cefas”, palavra hebraica que significa “pedra” , possibilitando o jogo de palavras na fórmula da promessa do primado, que em nossas línguas ocidentais encontra similar em francês, onde “Pierre” é Pedro, e “pierre” é pedra. Pedra é sinônimo de unidade e de firmeza. A autoridade do Papa é como um robusto bloco de granito, que simboliza a firmeza e a unidade da Igreja; e que dá aos fiéis uma profunda sensação de segurança, em face das investidas do erro e da violência. O Papa João Paulo gosta de usar a expressão consagrada pelo Vaticano II: “(Cristo) propôs aos demais apóstolos o bem-aventurado Pedro, e nele instituiu o perpétuo e visível princípio e fundamento da unidade de fé e comunhão (L G 18/41 a).

Essas duas palavras – fé e comunhão – foram sabiamente escolhidas para definir a natureza da autoridade do Papa. Ela é uma autoridade de fé. Para que se conserve na Igreja sem confusão nem dubiedades a pureza da doutrina que Jesus nos ensinou. É a autoridade de magistério que o Papa exerce na Igreja. Para nossa total confiança. Jesus dissera a Pedro: “Eu roguei por ti, a fim de que tua fé não desfaleça. E tu, por tua vez, confirma teus irmãos na fé” (Lc 22,32). Sua palavra é para nós sinal da verdade. Mesmo fora dos casos em que ele declare estar praticando um ato definitivo de pastor e mestre supremo da Igreja – caso em que ele goza pessoalmente da infalibilidade que Cristo prometeu a sua Igreja – sua palavra é sempre luz que guia o Povo de Deus pelo caminho da verdade.

E a sua é uma autoridade de comunhão. Que une a Igreja como uma grande família. O Papa é o Vigário do amor pastoral de Cristo. Cristo lhe confiou o seu rebanho. E, antes desse gesto de entrega de tão grande poder, quis ouvir a declaração de Pedro: “Senhor, tu sabes tudo, tu sabes que eu te amo” (Jo21,29). E nossa obediência ao Papa é uma obediência de filhos. Uma obediência de amor. Não a subserviência de bajuladores. Nem mesmo a obediência fria de meros observadores de leis. É a entrega nas mãos da paternidade universal do Santo Padre.

 

Leituras para a festa de São Pedro e São Paulo – Ano A:

1a) At 1, 12-11

2a) 2Tim 46-817-18

3a) Mt 16,13-19

 

EVANGELHO DO DIA E HOMILIA

(LECTIO DIVINA)

REFLEXÕES E ILUSTRAÇÕES DE PE. LUCAS DE PAULA ALMEIDA, CM

FESTA DE SÃO PEDRO E SÃO PAULO

PEDRO E PAULO:  TU É PEDRO

A Liturgia de hoje celebra a festa solene de dois apóstolos, que tiveram uma presença marcante na Igreja primitiva: São Pedro e São Paulo.

PEDRO, DISCÍPULO de Jesus, escolhido por ele como o primeiro Papa e PAULO, o primeiro MISSIONÁRIO,

que levou a Igreja ao mundo. Os dois personificaram a identidade da Igreja, como discípulo e missionário.

Diferentes na missão, no caráter, no estudo, mas profundamente unidos no AMOR e na FÉ por Cristo e sua Igreja.

A celebração de hoje é muito antiga, anterior até a própria festa do Natal.

 

 

As Leituras bíblicas falam desses dois grandes apóstolos: Na 1a Leitura, aparece PEDRO: preso pelas autoridades… para agradar os judeus… com data marcada para morrer. (At 12,1-11)

 

– Vemos o Testemunho, que gera oposição e perseguição.

– a Atitude da Igreja, que unida e solidária reza por Pedro.

– a Presença efetiva de Deus que não abandona seus discípulos na provação…

 

Na 2a Leitura, PAULO: (também preso, prestes a morrer, ano 67), escreve um Testamento espiritual de sua vida a serviço do Evangelho, um caminho a ser seguido por todos os cristãos.

    “Estou pronto… chegou a minha hora… combati o bom combate… terminei a corrida… conservei a fé… E agora aguardo o prêmio dos justos. O Senhor esteve comigo… a ele GLÓRIA…” (2Tm 4,6-8.17-18)

 

No Evangelho, Cristo confere a PEDRO o Primado sobre a Igreja. (Mt 16,13-19) O texto é uma Catequese sobre o Papel eclesial de Pedro. Tem duas partes: 1. de caráter cristológico: Define a identidade de Jesus: “Quem sou eu”?

– Na perspectiva dos homens,       Jesus é apenas um HOMEM bom e justo como tantos outros.

– Na opinião dos discípulos: “Jesus é o CRISTO, o Filho de DEUS”:      É o Messias esperado por Israel para libertar e salvar o seu povo      e também o enviado de Deus, o Filho de Deus,

 

  1. de caráter eclesiológico: A IGREJA é convocada à volta de Pedro: “Pedro, és a Rocha (pedra) sobre a qual edificarei a minha Igreja”. – Essa “Rocha” é a fé que Pedro e a comunidade dos discípulos professaram:

A fé em Jesus como Messias, Filho de Deus vivo.   – “O Poder da morte nunca poderá vencê-la”.

Jesus garante a estabilidade e a firmeza da Igreja frente às forças do mal.   – “O poder das chaves”: Revela a futura missão de Pedro:       “Pedro recebe ‘as chaves do Reino’ e ocupa o primeiro lugar,         com a missão de guardar a fé na sua integridade e        de confirmar os seus irmãos”. (CCIC 109)

 

“Atar e desatar”: A Pedro e à Comunidade é confiado o poder de interpretar as palavras de Jesus, de adaptar os ensinamento de Jesus aos desafios do mundo e acolher na Comunidade todos aqueles que aderem à proposta de salvação que Jesus oferece.

 

– Quem é Jesus para nós? Que lugar ele ocupa em nossa vida?

– De que Igreja Jesus falou naquele dia a Pedro?

O texto confirma a verdade da Igreja:  Igreja é a Comunidade dos discípulos que reconhecem Jesus como o Messias, o Filho de Deus. É uma Comunidade organizada, que professa sua fé no Mestre,  na qual existem pessoas que presidem e desempenham serviços. A verdadeira Igreja fundada por Cristo foi confiada à Comunidade

dos discípulos, representada na pessoa de Pedro e dos seus sucessores.

 

+ A Bíblia nos fala da vocação e da atividade deles:

 

SÃO PEDRO, a rocha firme, conhece Cristo às margens do lago, segue-o desde o começo da vida apostólica e em Cesareia de Filipe, reconhece publicamente com ardor e fé o Cristo como Filho do Deus vivo.

 

SÃO PAULO chega a Jesus por um caminho diferente. Conhece-o como um adversário, que deve ser combatido,

como aquele que anuncia um deus diferente dos mestres de Israel…

No caminho de Damasco recebeu uma luz do alto que mudou por completo a sua vida.

A partir daquele momento torna-se um Discípulo fiel e um ardoroso Missionário que percorre, em quatro ou cinco viagens, o mundo conhecido de então, pregando o Evangelho e fundando novas comunidades cristãs.

 

+ A IGREJA continua a OBRA de Cristo

Na Igreja, Pedro e seus sucessores são os chefes visíveis, aos quais Cristo conferiu um poder e uma autoridade especial. sendo um sinal de unidade da comunidade edificada por Cristo.

 

Por isso, nesse dia em que a Liturgia relembra esses baluartes da Igreja primitiva, celebramos também o DIA DO PAPA.

Hoje o Papa continua a Missão de Pedro e o Testemunho de Paulo, com fidelidade e zelo, como pastor e guia.

Unidos na fé e no amor, continuemos unidos na oração libertadora,tentos à voz do Papa, acolhendo-a com ternura e entusiasmo e seguindo-a com firmeza.

Leituras para a festa de São Pedro e São Paulo – Ano A:

1a) At 1, 12-11

2a) 2Tim 46-817-18

3a) Mt 16,13-19

 

 

 

 

EVANGELHO DO DIA E HOMILIA

(LECTIO DIVINA)

REFLEXÕES E ILUSTRAÇÕES DE PE. LUCAS DE PAULA ALMEIDA, CM

FESTA DE SÃO PEDRO E SÃO PAULO (01.07.12)

Mt 16, 13-19

“Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo”

Hoje a Igreja celebra a festa de dois grandes apóstolos, Pedro e Paulo, este grande evangelizador dos pagãos ou gentios, e aquele do seu próprio povo. Como evangelho do dia, escolheu-se a história do caminho de Cesareia de Felipe. O relato mais antigo está no Evangelho de Marcos, Cap. 8 vv 27-38, o qual se tornou o pivô de todo o Evangelho. A estrutura de Mateus é diferente; mas, o relato tem a mesma finalidade, ou seja, ajudar os ouvintes e leitores a clarificar quem é Jesus e o que significa ser discípulo ou discípula d’Ele.

A pedagogia do relato é interessante. Primeiro, Jesus faz uma pergunta bastante inócua: “Quem dizem os homens que é o Filho do Homem?” Assim, vem muita resposta, pois, responder essa pergunta não compromete, pois é o “diz que”. Mas, a segunda pergunta traz a facada: “E vocês, quem dizem que eu sou?” Agora não vêm muitas respostas, pois quem responde em nome pessoal, e não dos outros, se compromete! Somente Pedro se arrisca e proclama a verdade sobre Jesus: “Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo”. Aparentemente Pedro acertou, e realmente, em Mateus, Jesus confirma a verdade do que proclamou! Afirmou que foi através de uma revelação do Pai que Pedro fez a sua profissão de fé. Mas, para que entendamos bem o trecho, é necessário que continuemos a leitura pelo menos até v. 25. Pois, o assunto é mais complicado do que possa parecer.

Pois, após afirmar que Pedro tinha falado a verdade, Jesus logo explica o que significa ser o Messias (ou, em grego, o Cristo). Não era ser glorioso, triunfante e poderoso, conforme os critérios deste mundo. Muito pelo contrário; era ser fiel à sua vocação como Servo de Javé, era ser preso, torturado e assassinado, era dar a vida em favor de muitos. Jesus confirmou que Ele era o Messias, mas não da maneira que Pedro esperava e queria. Ele, conforme as expectativas do povo do seu tempo, queria um Messias forte e dominador, não um que pudesse ir, e levar os seus seguidores também, até a Cruz! Por isso, Pedro reluta com Jesus, pedindo que nada disso acontecesse. Como recompensa, ganha uma das frases mais duras da Bíblia: “Afasta-se de mim, Satanás, você é uma pedra de tropeço para mim, pois não pensas as coisas de Deus, mas dos homens!” (v. 23). Pedro, cuja proclamação de fé mereceu ser chamada a pedra fundamental da Igreja (v. 18), é agora chamado de Satanás – o Tentador por excelência – e “pedra de tropeço” para Jesus! Pedro usava o título certo, mas tinha a compreensão errada! Usando os nossos termos de hoje, de uma forma um tanto anacrônica, podemos dizer que ele tinha ortodoxia, mas não, ortopraxis!

Assim, Jesus usa o equívoco de Pedro para explicar o que significa ser seguidor d’Ele: “Se alguém quer me seguir, renuncie a se mesmo, tome a sua cruz, e siga-me” (v. 24). Ter fé em Jesus não é em primeiro lugar um exercício intelectual ou teológico, mas uma prática; o seguimento d’Ele na construção do seu projeto, até às últimas consequências.

Hoje, enquanto celebramos os nossos dois grandes missionários, a pergunta de Jesus ressoa forte – a segunda pergunta. Para nós, quem é Jesus? Não para o catecismo, não para o papa ou o bispo, mas para cada de nós, pessoalmente? No fundo, a resposta se dá, não com palavras, mas pela maneira em que vivemos e nos comprometemos com o projeto de Jesus – Ele que veio para que todos tivessem a vida e a vida plenamente! (Jo 10, 10). Cuidemos para que não caiamos na tentação do equívoco de Pedro, a de usar termos corretos, mas com a compreensão errada!

 

 

Leituras para a festa de São Pedro e São Paulo – Ano A:

1a) At 1, 12-11

2a) 2Tim 46-817-18

3a) Mt 16,13-19

 

EVANGELHO DO DIA E HOMILIA

(LECTIO DIVINA)

REFLEXÕES E ILUSTRAÇÕES DE PE. LUCAS DE PAULA ALMEIDA, CM

 

                                                    –    PE. LUCAS DE PAULA ALMEIDA, CM

     1 de julho de 2012

 

XIII – Domingo do Tempo Comum – Celebraçăo dos santos Pedro e Paulo

PRIMEIRA LEITURA (Atos dos Apóstolos 12,1-11)

Leitura dos Atos dos Apóstolos

Naqueles dias, o rei Herodes prendeu alguns membros da Igreja, para torturá-los. Mandou matar à espada Tiago, irmăo de Joăo. E, vendo que isso agradava aos judeus, mandou também prender a Pedro. Eram os dias dos păes ázimos. Depois de prender Pedro, Herodes colocou-o na prisăo, guardado por quatro grupos de soldados, com quatro soldados cada um. Herodes tinha a intençăo de apresentá-lo ao povo, depois da festa da páscoa.
Enquanto Pedro era mantido na prisăo, a Igreja rezava continuamente a Deus por ele. Herodes estava para apresentá-lo. Naquela mesma noite, Pedro dormia entre dois soldados, preso com duas correntes; e os guardas vigiavam a porta da prisăo. Eis que apareceu o anjo do Senhor e uma luz iluminou a cela. O anjo tocou o ombro de Pedro, acordou-o e disse: “Levanta-te depressa!” As correntes caíram-lhe das măos. O anjo continuou: “Coloca o cinto e calça tuas sandálias!” Pedro obedeceu e o anjo lhe disse: “Pőe tua capa e vem comigo!”
Pedro acompanhou-o, e năo sabia que era realidade o que estava acontecendo por meio do anjo, pois pensava que aquilo era uma visăo. Depois de passarem pela primeira e segunda guarda, chegaram ao portăo de ferro que dava para a cidade. O portăo abriu-se sozinho. Eles saíram, caminharam por uma rua e logo depois o anjo o deixou. Entăo Pedro caiu em si e disse: Agora sei, de fato, que o Senhor enviou o seu anjo para me libertar do poder de Herodes e de tudo o que o povo judeu esperava!

Palavra do Senhor.

SALMO

R – De todos os temores me livrou o Senhor Deus.

  1. Bendirei o Senhor Deus em todo o tempo, seu louvor estará sempre em minha boca. Minha alma se gloria no Senhor; que ouçam os humildes e se alegrem! � R.
    2. Comigo engrandecei ao Senhor Deus, exaltemos todos juntos o seu nome! Todas as vezes que o busquei, ele me ouviu, e de todos os temores me livrou. � R.
    3. Contemplai a sua face e alegrai-vos, e vosso rosto năo se cubra de vergonha! Este infeliz gritou a Deus e foi ouvido, e o Senhor o libertou de toda angústia. � R.
    4. O anjo do Senhor vem acampar ao redor dos que o temem, e os salva. Provai e vede quăo suave é o Senhor! Feliz o homem que tem nele o seu refúgio! � R.

SEGUNDA LEITURA (2Timóteo 4,6-8.17-18)

Leitura da segunda carta de Paulo a Timóteo

Caríssimo, 6quanto a mim, já estou para ser derramado em sacrifício; aproxima-se o momento de minha partida. 7Combati o bom combate, completei a corrida, guardei a fé. 8Agora está reservada para mim a coroa da justiça, que o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e năo somente a mim, mas também a todos que esperam com amor a sua manifestaçăo gloriosa.
17Mas o Senhor esteve a meu lado e me deu forças; ele fez com que a mensagem fosse anunciada por mim integralmente e ouvida por todas as naçőes; e eu fui libertado da boca do leăo. 18O Senhor me libertará de todo mal e me salvará para o seu reino celeste. A ele a glória, pelos séculos dos séculos! Amém.

Palavra do Senhor.

EVANGELHO (Mateus 16,13-19)

Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.

Naquele tempo, 13Jesus foi à regiăo de Cesaréia de Filipe e ali perguntou aos seus discípulos: “Quem dizem os homens ser o Filho do homem?” 14Eles responderam: “Alguns dizem que é Joăo Batista; outros que é Elias; outros ainda, que é Jeremias ou algum dos profetas”. 15Entăo Jesus lhes perguntou: “E vós, quem dizeis que eu sou?” 16Simăo Pedro respondeu: “Tu és o messias, o Filho do Deus vivo”. 17Respondendo, Jesus lhe disse: “Feliz és tu, Simăo, filho de Jonas, porque năo foi um ser humano que te revelou isso, mas o meu Pai que está no céu. 18Por isso eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha Igreja, e o poder do inferno nunca poderá vencę-la. 19Eu te darei as chaves do reino dos céus: tudo o que tu ligares na terra será ligado nos céus; tudo o que tu desligares na terra será desligado nos céus”.

Palavra da salvaçăo

Solenidade de São Pedro e São Paulo

Hoje, a Igreja celebra São Pedro e São Paulo, testemunhas imediatas e privilegiadas de Jesus. Cada um, a seu modo, revela o mistério do Filho de Deus e da Igreja.

Simão Pedro, um pescador de Betsaida que posteriormente se estabeleceu em Cafamaum, aceitando o convite do Senhor, transforma‑se em “pescador de homens” para o Reino. Paulo, perseguidor dos seguidores de Cristo no caminho de Damasco, tinha uma carreira promissora de rabino. Ao ser tocado pelo Senhor, a quem perseguia, tomou‑se o destemido apóstolo missionário, fundador de inúmeras comunidades cristãs nos países por onde peregrinou. Ambos tiveram seus nomes modificados após uma forte experiêncía da presença do Senhor em suas vidas. Saulo de Tarso converte‑se após a manifestação do Senhor.

“Saulo, Saulo, por que você me persegue?” (ef. At 9,3ss). Transformase em Paulo; de perseguidor a pregador da Boa Nova de Jesus. Sua inteligência, sua retórica e seu poder de persuasão foram colocados a serviço do apostolado. Chegou a Roma pelo ano 60 d.C., onde foi preso. Após romper as fronteiras do judaísmo para levar a Boa‑Nova de Cristo aos gentios, sofreu o martino no ano 67 depois de escrever: “Combati o bom combate ‘ percorri o caminho e guardei a fé” (2Tm 4,7). A narrativa do Evangelho de hoje nos apresenta a confissão de fé de Pedro, porta‑voz do grupo dos doze. A pergunta dirigida pelo Mestre aos discípulos: “Quem dizem os homens que é o Filho do Homem” obtém diferentes opiniões revelando que o povo não tem clareza sobre a identidade de Jesus. Na sociedade, circulava uma imagem distorcida. Para uns, ele era um profeta; para outros, um precursor dos tempos messiânicos. Hoje não seria diferente; em uma sociedade onde circulam muitas opiniões sobre Jesus, ele seria confundido com uma celebridade religiosa, com um importante líder político e revolucionário ou com o mais bem‑sucedido de todos os milagreiros que já pisou na face da terra. 0 certo é que, para todas as correntes ideológicas e culturais, o nome de Jesus representa algo significativo. Pedro fez sua profissão de fé ao dizer: “Tu és o Cristo, o Filho de Deus”.

O Mestre retoma a palavra e interpela os discípulos: “E vocês, quem dizem que eu sou?”. Prontamente e em nome do grupo, Pedro, sob o impulso do Espírito, responde: “Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo”. Nesse momento, nele se concretizam as esperanças messiânicas. Ele é a manifestação da justiça de Deus, que instaurará uma nova ordem social. Ele é o ungido que vai fazer justiça.

A confissão de Pedro é o fruto da vivência, da relação com o Senhor. Eis então a promessa do primado de Pedro: “Eu te darei as chaves do Reino dos Céus”. Entregar as chaves a alguém é confiar‑lhe o poder. Este é entregue a quem reconhece e professa a fé no Messias. Conceder as chaves é confiar uma responsabilidade de liderança com o objetivo de manter viva a esperança da comunidade em tomo da vontade de Deus que inaugura o Reino.

Apesar das diferenças, os apóstolos Pedro e Paulo são exatamente iguais, porque ambos tiveram uma experiencia com Jesus e, a partir disso, aceitaram o desafio de construir o Reino e expandi‑lo a todas as: nações. Mesmo divergindo em algumas questões apostólicas, viveram com alegria a comunhão na diversidade. A solenidade de São Pedro e São Paulo é, ao mesmo tempo, uma grata memória das grandes testemunhas de Jesus Cristo e uma manifestação em favor da Igreja una, santa, católica e apostólica.