EVANGELHO DO DIA E HOMILIA – O AMANHECER DO EVANGELHO

REFLEXÕES E ILUSTRAÇÕES DE PE. LUCAS DE PAULA ALMEIDA, CM

                                                                                         Quinta-feira da 6ª Semana da Páscoa                                                                                                            Um pouco de tempo e não mais me vereis, e mais um pouco, e me vereis de novo’ e ‘Eu vou para junto do Pai’?” 1) Oração

Ó Deus, que fizestes o vosso povo participar da vossa redenção, concedei que nos alegremos constantemente com a ressurreição do Senhor. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.2) Leitura do Evangelho segundo Mateus(João 16, 16-20)

Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos:16“Um pouco de tempo, e não mais me vereis; e mais um pouco, e me vereis de novo”. 17Alguns dos seus discípulos comentavam: “Que significa isto que ele está dizendo: ‘Um pouco de tempo e não mais me vereis, e mais um pouco, e me vereis de novo’ e ‘Eu vou para junto do Pai’?” 18Diziam ainda: “O que é esse ‘pouco’? Não entendemos o que ele quer dizer”. 19Jesus entendeu que eles queriam fazer perguntas; então falou: “Estais discutindo porque eu disse: ‘Um pouco de tempo, e não me vereis, e mais um pouco, e me vereis de novo’?20Em verdade, em verdade, vos digo: chorareis e lamentareis, mas o mundo se alegrará. Ficareis tristes, mas a vossa tristeza se transformará em alegria.3) Reflexão

  • João 16,16:ausência e presença.

Jesus diz “um pouco” (mikrón), ou seja, um tempo muito curto, como um “momento”. Ao longo dos muitos matizes, se quer enfatizar a brevidade de tempo. Se o tempo que Jesus passou junto aos seus como Verbo Encarnado foi muito curto, igualmente será breve o tempo entre sua partida e seu regresso. Não haverá mudança na situação interna dos seus discípulos, porque não muda a relação deles com Jesus: há uma proximidade permanente. Assim, a visão de Jesus não sofrerá interrupção, mas terá como característica a comunhão de vida com Ele (Jo 14,19). É interessante o uso repetido do verbo “ver” no versículo 16: “Um pouco de tempo, e não mais me vereis; e mais um pouco, e me vereis de novo“. A expressão “Um pouco de tempo, e não mais me vereis“, recorda a maneira pela qual os discípulos vêem no Jesus histórico o Filho de Deus; a outra expressão “mais um pouco, e me vereis de novo” se refere á experiência do Cristo ressuscitado. Parece que Jesus quer dizer aos seus discípulos que por brevíssimo tempo permanecerão ainda em condição de vê-lo, reconhecê-lo em sua carne visível, mas depois o contemplarão com uma visão diferente, porque ele se lhes mostrará transformado, transfigurado.

  • João 16,17-19:A incompreensão dos discípulos.

Enquanto isso, alguns discípulos não conseguem entender o que significa esta ausência de Jesus, ou seja, sua ida ao Pai. Experimentam desconforto diante das palavras de Jesus, e o expressam com quatro interrogações, unidas na mesma expressão: “O que é que isso nos diz?”. O leitor já ouviu isso outras vezes nas perguntas de Pedro, de Filipe, de Tomé, de Judas – não o Iscariotes, e agora as dos discípulos que pedem explicações. Os discípulos não compreendem realmente o que Ele está falando. Eles não entendem como Jesus, se ele vai ao Pai, pode ser visto de novo por eles (vv.16-19). Mas a questão parece centrar-se sobre aquele “pouco”, que para o leitor parece ser um tempo muito longo que não termina nunca, especialmente quando se está na angústia e tristeza. De fato, não passa o tempo da tristeza. Espera-se uma resposta por parte de Jesus, mas o evangelista retoma outra vez a pergunta: Estais discutindo porque eu disse: ‘Um pouco de tempo, e não me vereis, e mais um pouco, e me vereis de novo’? “(v.19)João 16,20:A resposta de Jesus.

Na verdade, Jesus não responde a pergunta que lhe fazem: “O que é esse ‘pouco’?” Mas os convida à confiança. É verdade que os discípulos serão provados, vão sofrer muito, eles se sentirão sós diante de uma situação hostil, abandonados a um mundo que se alegra com a morte de Jesus, mas Jesus assegura que sua tristeza se tornará em alegria. À tristeza se contrapõe um tempo, no qual tudo será invertido. A expressão adversativa “mas a vossa tristeza se transformará em alegria“, ressalta esta mudança de perspectiva. Para o leitor, é claro que a expressão “um pouco”, “dentro de um curto espaço de tempo” corresponde ao momento ou época em que a situação será alterada, mas até então, tudo será tristeza e prova.Em resumo, os discípulos recebem de Jesus uma promessa de felicidade e alegria; em virtude daquele momento em que será invertida aquela situação difícil a que “os seus” e a comunidade eclesial estão submetidos, eles entrarão na realidade de um mundo iluminado pela ressurreição.4) Para confronto pessoal

  1. Tenho certeza de que vai passar o tempo de teste e Ele vai estar comigo?
  2. Ficareis tristes, mas a vossa tristeza se transformará em alegria.” Qual é o impacto dessas palavras de Jesus sobre os acontecimentos de sua vida? Como você vive as situações de tristeza e angústia?

5) Oração final

Antes que se formassem as montanhas, e a terra e o universo fossem gerados, desde toda a eternidade vós sois Deus (Sl 89).