EVANGELHO DO DIA E HOMILIA

(LECTIO DIVINA)

REFLEXÕES E ILUSTRAÇÕES DE PE. LUCAS DE PAULA ALMEIDA, CM

XVIII DOMINGO TEMPO COMUM – DIA DO PADRE

SER PADRE (FELIZ DIA DO PADRE)

https://www.youtube.com/watch?v=DpwEQwbzXoE&feature=youtu.be

LUCAS DE PAULA ALMEIDA…

Ser padre é ser sacerdote,

Intercedendo de joelhos e com humildade

Para que nunca se rompam os laços

Que unem a humanidade a seu Senhor.

Ser padre é ser mediador,

Religando as rupturas entre céu e terra,

Para construir uma única realidade,

Que é o mundo da fraternidade.

Ser padre é ser candeeiro,

Trazendo para as escuridões da história humana

As luzes que clareiam e aquecem os caminhos

Dos que peregrinos de um novo tempo.

Ser padre é ser servidor,

Buscando, com força e coragem,

Enfrentar as batalhas das corrupções sociais e políticas

Com as bandeiras da profecia e da solidariedade.

Ser padre é ser Pai,

Trazendo ao mundo

A ternura e a misericórdia de Deus.

EVANGELHO DO DIA E HOMILIA

(LECTIO DIVINA)

REFLEXÕES E ILUSTRAÇÕES DE PE. LUCAS DE PAULA ALMEIDA, CM

XVIII DOMINGO TEMPO COMUM – DIA DO PADRE 

DESCOBRIR A AÇÃO DE DEUS

A narração dos dois milagres acontecidos no deserto – o do maná e o das codornizes – se reveste do estilo da literatura épica que caracteriza a história das maravilhas operadas por Deus em favor do seu povo nos famosos quarenta anos – de sua vida nômade a caminho da terra prometida. Não faz mal admitirmos que tanto o fenômeno das codornizes como o do maná têm fundamento natural na região. Acontecem revoadas de codornizes atravessando a península do Sinai no tempo da primavera em demanda de regiões mais quentes. E, quanto ao maná, há na região do deserto uma planta chamada tamargueira (tammarix mannifera), que segrega uma espécie de goma comestível, adocicada, até hoje conhecida e usada pelos homens.

Mas evidentemente o autor bíblico lança o seu olhar para além desses fatos naturais. Ele vê a ação de Deus. Foi Deus que no momento oportuno mandou o alimento – pão e carne – para o seu povo. Quando os israelitas, vendo o maná, perguntam a Moisés: “Que é isto?” (Man-hu?), a resposta da fé que ele lhes dá é esta: “E o pão que o Senhor vos dá para alimento” (Ex 16, 15).

A lembrança do maná permaneceu muito viva, perpassando toda a história do povo hebreu. No salmo 77 se fala do maná em termos altamente elogiosos: “Fez chover sobre eles o maná, deu-lhes um trigo do céu; o homem comeu pão dos anjos” (v v 24 e 25).

Como está, aliás, no livro da Sabedoria, onde se diz que “Deus providenciou para seu povo um alimento de anjos, e sem trabalho Ihes mandou do céu um pão preparado, que continha todo o sabor e se amoldava a todos os gostos” (Sb 16,20).

Na Arca da aliança devia ser conservada uma medida de maná para o conhecimento do povo (Ex .16, 33). Não se sabe até que ponto essa prescrição terá sido conservada. Mas na carta aos hebreus, ao falar do tabernáculo erguido para o culto de Javé, se diz expressamente que lá se conservava a arca da aliança e nela havia um vaso de ouro com o maná. E até no último livro da Bíblia – o Apocalipse – há uma bela alusão ao maná, quando ao Anjo da Igreja de Pérgamo se escreve: “Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às Igrejas: ao vencedor darei o maná escondido” (Ap 2, 17).

Mas onde aparece de maneira especial a tradição do maná é no encontro de Jesus com o povo, na sinagoga de Cafarnaum, depois do milagre da multiplicação dos pães. O diálogo é interessantíssimo, e é uma das páginas mais ricas do evangelho de São João, quando, através de várias etapas de ensinamento, Jesus leva o povo à revelação final da promessa do Pão eucarístico.

Os judeus o desafiaram a fazer algum milagre, para que pudessem crer nele. E lhe lembraram que Moisés no deserto havia dado aos seus pais o maná, um pão vindo do céu. Mas Jesus Ihes respondeu: “Não foi Moisés que vos deu o pão vindo do céu, mas meu Pai é que vos dá . o verdadeiro pão que vem do céu; pois o pão de Deus é o que desce do céu e dá a vida ao mundo” (Jo 6, 32-33). Então lhe pedem, numa visão ainda muito confusa da grandeza do que Jesus Ihes estava revelando: “Senhor, dá-nos sempre desse pão” (v 34). E Jesus responde: “Eu sou o pão da vida. Aquele que vem a mim não terá mais fome, e aquele que crê em mim não terá mais sede” (v 35).

Jesus é o verdadeiro dom de Deus Pai. Muito mais precioso que o maná dado no deserto ou do que os pães e os peixes multiplicados miraculosamente.

Quem vem a Ele, isto é, quem escuta seus ensinamentos e adere a Ele com toda a sua vida, não terá mais fome nem mais sede. Ficará plenamente saciado, pois entenderá que há valores mais altos do que a comida e a bebida. “Não só de pão vive o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus” (Mt 4, 4). E a mesma afirmação superior que aparece no diálogo com a Samaritana, a quem Ele prometeu que daria “água viva”. Ela zombou de Jesus, como se Ele se estivesse declarando maior que Jacó, que cavara aquele poço. Mas ele replicou: “Quem bebe desta água, voltará a ter sede; mas quem beber da água que eu vou dar, nele brotará uma fonte que jorra para a vida eterna” (Jo 4, 13-14). Tanto no caso do pão, como no caso da água, Jesus se transpõe para um plano superior, o da vida eterna que Ele nos veio dar. E, então, sua grande palavra: “Eu sou o pão da vida” (Jo 6, 35).

LEITURAS do XVIII Domingo do Tempo Comum – Ano B:

1ª – Ex 16, 2-4, 12-15.

2ª – Ef 4,17;10-24.

3ª – Jo 6, 24-35.