Peregrinações, Liturgias e Homilias diárias

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12:00 AM - Discurso do Pão da Vida Jo 6,22 29 – EVANGELHO E HOMILIA DO DIA – O AMANHECER DO EVANGELHO – REFLEXÕES E ILUSTRAÇÕES DE PE. LUCAS DE PAULA ALMEIDA, CM 1) Oração Ó Deus, vós que mostrais aos que erram a luz da verdade para que possam voltar ao bom caminho, concedei a todos os que se gloriam da vocação cristã rejeitem o que se opõe a este nome e abracem quanto possa honrá-lo. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.2) Leitura do Evangelho (João 6, 22-29) Naquele tempo, 22No dia seguinte, a multidão que tinha ficado do outro lado do mar notou que antes havia aí um só barco e que Jesus não tinha entrado nele com os discípulos, os quais tinham partido sozinhos. 23Entretanto, outros barcos chegaram de Tiberíades, perto do lugar onde tinham comido o pão depois de o Senhor ter dado graças. 24Quando a multidão percebeu que Jesus não estava aí, nem os seus discípulos, entraram nos barcos e foram procurar Jesus em Cafarnaum. 25Encontrando- o do outro lado do mar, perguntaram-lhe: “Rabi, quando chegaste aqui?” 26Jesus respondeu: “Em verdade, em verdade, vos digo: estais me procurando não porque vistes sinais, mas porque comestes pão e ficastes saciados. 27Trabalhai não pelo alimento que perece, mas pelo alimento que permanece até à vida eterna, e que o Filho do Homem vos dará. Pois a este, Deus Pai o assinalou com seu selo. 28Perguntaram então: “Que devemos fazer para praticar as obras de Deus?” 29Jesus respondeu: “A obra de Deus é que acrediteis naquele que ele enviou”.3) Reflexão No evangelho de hoje iniciamos a reflexão sobre o Discurso do Pão da Vida (Jo 6,22-71), que se prolongará durante os próximos seis dias, até o fim desta semana. Depois da multiplicação dos pães, o povo foi atrás de Jesus. Tinha visto o milagre, comeu com fartura e queria mais! Não se preocupou em procurar o sinal ou o apelo de Deus que havia em tudo isso. Quando o povo encontrou Jesus na sinagoga de Cafarnaum, teve com ele uma longa conversa, chamada Discurso do Pão da Vida. Não é propriamente um discurso, mas trata-se de um conjunto de sete pequenos diálogos que explicam o significado da multiplicação dos pães como símbolo do novo Êxodo e da Ceia Eucarística.* É bom ter presente a divisão do capítulo para poder perceber melhor o seu sentido:6,1-15: o grande da multiplicação dos pães 6,16-21: a travessia do lago, e Jesus caminhando sobre as águas 6,22-71: o diálogo de Jesus com o povo, com os judeus e com os discípulos 1º diálogo: 6,22-27 com o povo: o povo procura Jesus e o encontra em Cafarnaum 2º diálogo: 6,28-34 com o povo: a fé como obra de Deus e o maná no deserto 3º diálogo: 6,35-40 com o povo: o pão verdadeiro é fazer a vontade de Deus 4º diálogo: 6,41-51 com os judeus: murmurações dos judeus 5º diálogo: 6,52-58 com os judeus: Jesus e os judeus 6º diálogo: 6,59-66 com os discípulos: reação dos discípulos 7º diálogo: 6,67-71 com os discípulos: confissão de PedroA conversa de Jesus com o povo, com os judeus e com os discípulos é um diálogo bonito, mas exigente. Jesus procura abrir os olhos do povo para que aprenda a ler os acontecimentos e descubra neles o rumo que deve tomar na vida. Pois não basta ir atrás de sinais milagrosos que multiplicam o pão para o corpo. Não só de pão vive o homem. A luta pela vida sem uma mística não alcança a raiz. Enquanto vai conversando com Jesus, o povo fica cada vez mais contrariado com as palavras dele. Mas Jesus não cede, nem muda as exigências. O discurso parece um funil. Na medida em que a conversa avança, é cada vez menos gente que sobra para ficar com Jesus. No fim só sobram os doze, e nem assim Jesus pode confiar em todos eles! Hoje acontece a mesma coisa. Quando o evangelho começa a exigir compromisso, muita gente se afasta.João 6,22-27: O povo procura Jesus porque quer mais pão. O povo foi atrás de Jesus. Viu que ele não tinha entrado no barco com os discípulos e, por isso, não entendeu como ele tinha feito para chegar em Cafarnaum. Também não entendeu o milagre da multiplicação dos pães. O povo viu o que aconteceu, mas não chegou a entende-lo como um sinal de algo mais alto ou mais profundo. Parou na superfície: na fartura de comida. Buscou pão e vida, mas só para o corpo. No entender do povo, Jesus fez o que Moisés tinha feito no passado: deu alimento farto para todos no deserto. Indo atrás de Jesus, eles queriam que o passado se repetisse. Mas Jesus pede que o povo dê um passo adiante. Além do trabalho pelo pão que perece, deve trabalhar pelo alimento não perecível. Este novo alimento será dado pelo Filho do Homem, indicado pelo próprio Deus. Ele traz a vida que dura para sempre. Ele abre para nós um novo horizonte sobre o sentido da vida e sobre Deus.João 6,28-29: Qual é a obra de Deus? O povo pergunta: O que devemos fazer para realizar este trabalho (obra) de Deus? Jesus responde que a grande obra que Deus pede de nós “é crer naquele que Deus enviou” . Ou seja, crer em Jesus!4) Para um confronto pessoal 1) O povo estava com fome, comeu do pão e procurava mais pão. Procurou o milagroso e não buscou o sinal de Deus que nele se escondia. O que eu mais procuro na minha vida: milagre ou sinal? 2) Pare um momento, faça silêncio dentro de você e pergunte a si mesmo: “Crer em Jesus: o que significa isto para mim bem concretamente no dia a dia da minha vida?” 5) Oração final Eu te expus meus caminhos e me respondeste; ensina-me teus estatutos. Faze-me conhecer o caminho dos teus preceitos e meditarei nos teus prodígios. (Sl 118, 26-27) ORAÇÃO COMPOSTA POR SANTO AFONSO DE LIGÓRIO Ó Maria, filha predileta do Altíssimo, pudesse eu oferecer-vos e consagrar-vos os meus primeiros anos, como vós vos oferecestes e consagrastes ao Senhor no templo! Mas é já passado esse período de minha vida! Todavia, antes começar tarde a vos servir do que ser sempre rebelde. Venho, pois, hoje, oferecer-me a Deus. Sustentai minha fraqueza, e por vossa intercessão alcançai-me de Jesus a graça de lhe ser fiel e a vós até a morte, a fim de que, depois de vos haver servido de todo o coração na vida, participe da glória e da felicidade eterna dos eleitos. Amém. LADAINHA DE NOSSA SENHORA Senhor, tende piedade de nós. Jesus Cristo, tende piedade de nós. Senhor, tende piedade de nós. Jesus Cristo ouvi-nos. Jesus Cristo atendei-nos. Deus Pai dos Céus tende piedade de nós. Deus Filho, Redentor do mundo, Deus Espírito Santo, Santíssima Trindade, que sois um só Deus, Santa Maria rogai por nós. Santa Mãe de Deus, Santa Virgem das virgens, Mãe de Jesus Cristo, Mãe da divina graça, Mãe puríssima, Mãe castíssima, Mãe imaculada, Mãe intacta, Mãe amável, Mãe admirável, Mãe do bom conselho, Mãe do Criador, Mãe do Salvador, Mãe da Igreja, Virgem prudentíssima, Virgem venerável, Virgem louvável, Virgem poderosa, Virgem benigna, Virgem fiel, Espelho de justiça, Sede da sabedoria, Causa da nossa alegria, Vaso espiritual, Vaso honorífico, Vaso insigne de devoção, Rosa mística, Torre de Davi, Torre de marfim, Casa de ouro, Arca da aliança, Porta do Céu, Estrela da manhã, Saúde dos enfermos, Refúgio dos pecadores, Consoladora dos aflitos, Auxílio dos cristãos, Esperança dos carmelitas, Rainha dos anjos, Rainha dos patriarcas, Rainha dos profetas, Rainha dos apóstolos, Rainha dos mártires, Rainha dos confessores, Rainha das virgens, Rainha de todos os santos, Rainha concebida sem pecado original, Rainha assunta ao céu, Rainha do sacratíssimo Rosário, Rainha das famílias, Rainha da paz, Rainha e esplendor do Carmelo, Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, perdoai-nos, Senhor. Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, ouvi-nos, Senhor. Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, tende misericórdia de nós. – Rogai por nós, Santa Mãe de Deus. – Para que sejamos dignos das promessas de Cristo. OREMOS – Infundi, Senhor, como vos pedimos, vossa graça em nossas almas, para que nós que pela anunciação do Anjo viemos ao conhecimento da encarnação de Jesus Cristo, vosso Filho, pela sua paixão e morte de cruz, sejamos conduzidos à glória da ressurreição. Pelo mesmo Jesus Cristo, nosso Senhor. Amém. O “LEMBRAI-VOS” DE SÃO BERNARDO Lembrai-vos, ó piedosíssima Virgem Maria, que nunca se ouviu dizer que algum daqueles que a vós têm recorrido, implorado vossa assistência e invocado o vosso socorro, tenha sido por vós abandonado. Animado de uma tal confiança, eu corro e venho a vós e, gemendo debaixo do peso dos meus pecados, me prostro a vossos pés, ó Virgem das virgens; não desprezeis as minhas súplicas, ó Mãe do Verbo encarnado, mas ouvi-as favoravelmente e dignai-vos atender-me. Amém. – EVANGELHO E HOMILIA DO DIA – O AMANHECER DO EVANGELHO – REFLEXÕES E ILUSTRAÇÕES DE PE. LUCAS DE PAULA ALMEIDA, CM No evangelho de hoje iniciamos a reflexão sobre o Discurso do Pão da Vida (Jo 6,22-71) conjunto de sete pequenos diálogos que explicam o significado da multiplicação dos pães como símbolo do novo Êxodo e da Ceia Eucarística1) Oração Ó Deus, vós que mostrais aos que erram a luz da verdade para que possam voltar ao bom caminho, concedei a todos os que se gloriam da vocação cristã rejeitem o que se opõe a este nome e abracem quanto possa honrá-lo. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.2) Leitura do Evangelho (João 6, 22-29) Naquele tempo, 22No dia seguinte, a multidão que tinha ficado do outro lado do mar notou que antes havia aí um só barco e que Jesus não tinha entrado nele com os discípulos, os quais tinham partido sozinhos. 23Entretanto, outros barcos chegaram de Tiberíades, perto do lugar onde tinham comido o pão depois de o Senhor ter dado graças. 24Quando a multidão percebeu que Jesus não estava aí, nem os seus discípulos, entraram nos barcos e foram procurar Jesus em Cafarnaum. 25Encontrando- o do outro lado do mar, perguntaram-lhe: “Rabi, quando chegaste aqui?” 26Jesus respondeu: “Em verdade, em verdade, vos digo: estais me procurando não porque vistes sinais, mas porque comestes pão e ficastes saciados. 27Trabalhai não pelo alimento que perece, mas pelo alimento que permanece até à vida eterna, e que o Filho do Homem vos dará. Pois a este, Deus Pai o assinalou com seu selo. 28Perguntaram então: “Que devemos fazer para praticar as obras de Deus?” 29Jesus respondeu: “A obra de Deus é que acrediteis naquele que ele enviou”. João 6,22-40: Quem vem a mim nunca mais terá fome! – I. Situando 1. Neste discurso do Pão da Vida (Jo 6,22-71), por meio de um conjunto de sete diálogos, o evangelista explica para os leitores e as leitoras o significado profundo da multiplicação dos pães como símbolo da Ceia Eucarística. É um diálogo bonito, mas exigente. O povo fica chocado com as palavras de Jesus. Mas Jesus não cede nem muda as exigências. O discurso parece um funil. Na medida em que avança, é cada vez menos gente que sobra para ficar com Jesus. No fim, só sobram os doze, e nem assim pode confiar em todos eles. 2. Quem lê o Quarto Evangelho superficialmente pode ficar com a impressão de que João repete sempre a mesma coisa. Lendo com mais atenção, perceberá que não se trata de repetição. O Quarto Evangelho tem um jeito próprio de repetir o mesmo assunto, mas é num nível cada vez mais alto ou mais profundo. Parece uma escada em caracol. Girando você volta ao mesmo lugar, mas num nível mais alto. Assim é o discurso sobre o Pão da Vida. É um texto que exige toda uma vida para meditá-lo e aprofundá-lo. Por isso, não se preocupe se não entender logo tudo. Um texto assim devemos ler, meditar, ler de novo, repetir, ruminar, como se faz com uma bala gostosa. Vai virando e virando na boca, até se gastar. II. Comentando 1. João 6,22-27: 1º Diálogo: O povo procura Jesus porque quer mais pão O povo viu o milagre, mas não o entendeu como um sinal de algo mais alto ou mais profundo. Parou na superfície: na fartura de comida. Buscou pão e vida, mas só para o corpo. Para o povo, Jesus fez o que Moisés tinha feito no passado: deu alimento farto para todos. Indo atrás de Jesus, queria que o passado se repetisse. Mas Jesus pediu que o povo desse um passo. Além do trabalho pelo pão perecível, deveria trabalhar também pelo alimento não perecível. Este novo alimento é que traz a vida que dura para sempre. 2. João 6,28-33: 2º Diálogo: Jesus pede para o povo trabalhar pelo pão verdadeiro O povo pergunta: “O que fazer para realizar este trabalho (obra) de Deus?” Jesus responde: “Acreditar naquele que Deus enviou!”, isto é, crer em Jesus. O povo reage: “Então, dê-nos um sinal para a gente saber que você é o enviado de Deus! Nossos pais comeram o maná que foi dado por Moisés!” Para eles, Moisés é o grande líder do passado, no qual acreditam. Se Jesus quer que o povo acredite nele, deve fazer um sinal maior que o de Moisés. Jesus responde que o pão dado por Moisés não era o pão verdadeiro, pois não garantiu a vida para ninguém. Todos morreram. O pão verdadeiro de Deus é aquele que vence a morte e traz vida. Jesus tenta ajudar o povo a se libertar dos esquemas do passado. Para ele, fidelidade ao passado não significa fechar-se nas coisas de antigamente e recusar a renovação. Fidelidade ao passado é aceitar o novo que chega como fruto da semente plantada no passado. 3. João 6,34-40: 3º Diálogo: O pão verdadeiro é fazer a vontade de Deus O povo pede: “Senhor, dá-nos sempre desse pão!” Pensavam que Jesus estivesse falando de um pão especial. Então Jesus responde claramente: “Eu sou o pão da vida!” Comer o pão do céu é o mesmo que crer em Jesus e aceitar o caminho que ele ensinou, a saber: “O meu alimento é fazer a vontade do Pai que está no céu!” (Jo 4,34). Este é o alimento verdadeiro que sustenta a pessoa, dá rumo e traz vida nova. 4. João 6,41-51: 4º Diálogo: Quem se abre para Deus aceita Jesus e a sua proposta A conversa se torna mais exigente. Agora são os judeus, os líderes do povo, que murmuram: “Esse não é Jesus, o filho de José, cujo pai e mãe conhecemos? Como é que ele pode dizer que desceu do céu?” Eles pensam conhecer as coisas de Deus. Na realidade, não é nada disso. Se fossem realmente abertos e fiéis a Deus, sentiriam dentro de si o impulso de Deus atraindo-os para Jesus e reconheceriam que Jesus vem de Deus (Jo 6,45). Na celebração da Páscoa, os judeus lembravam o pão do deserto. Jesus os ajuda a dar um passo. Quem celebra a Páscoa, lembrando só o pão que os pais comeram no passado, vai acabar morrendo como todos eles. O verdadeiro sentido da Páscoa não é lembrar o maná que caiu do céu, mas sim aceitar Jesus como o Pão da Vida e seguir pelo caminho que ele ensinou. Não é comer a carne do cordeiro pascal, mas sim comer a carne de Jesus, que desceu do céu para a vida do mundo! 5. João 6,52-58: 5º Diálogo: Carne e sangue: expressão da vida e da doação total Os judeus reagem: “Como esse homem pode dar-nos a sua carne para comer?” Eles não entenderam as palavras de Jesus, porque tomaram tudo ao pé da letra. Era perto da Páscoa. Dentro de poucos dias, todos iam comer o cordeiro pascal na celebração da noite da páscoa. Comer a carne de Jesus significava aceitar Jesus como o novo Cordeiro Pascal, cujo sangue os libertaria da escravidão. Por respeito à vida, o AT proibia comer sangue (Dt 12,16.23; At 15,29). Sangue era o sinal da vida. Beber o sangue de Jesus significava assimilar a mesma maneira de viver que marcou a vida de Jesus. O que traz vida não é celebrar o maná do passado, mas sim comer este novo pão que é Jesus, a sua carne e o seu sangue. Participando da Ceia Eucarística, assimilamos a sua vida, a sua doação e entrega. 6. João 6,59-66: 6º Diálogo: Sem a luz do Espírito não se entendem estas palavras Aqui termina o discurso de Jesus na sinagoga de Cafarnaum. Muitos discípulos achavam que Jesus estava indo longe demais, que acabava com a celebração da Páscoa, que se colocava no lugar mais central de nossa religião. Por isso, muita gente se desligou da comunidade e não ia mais com Jesus. Jesus reagiu dizendo: “É o espírito que dá vida, a carne para nada serve. As palavras que vos disse são espírito e vida.” Não devem tomar ao pé da letra as coisas que ele diz. Só mesmo com a ajuda da luz do Espírito Santo é possível entender o sentido pleno de tudo que Jesus falou (Jo 14,25-26; 16,12-13). 7. João 6,67-71: 7º Diálogo: Confissão de Pedro No fim sobram só os doze. Jesus diz a eles: “Se quiserem, podem ir embora!” Jesus não fazia questão de ter muita gente. Nem mudava o discurso quando a mensagem não agradava. Jesus falava para revelar o Pai e não para agradar a quem quer que fosse. Preferia permanecer só do que estar acompanhado por pessoas que não se comprometiam com o projeto do Pai. A resposta de Pedro foi bonita: “A quem iremos? Você tem palavras de vida eterna!” Mesmo sem entender tudo, Pedro aceitou Jesus e creu nele. Apesar de todos os seus limites, Pedro não era como Nicodemos que queria ver tudo bem claro de acordo com as suas próprias ideias. E, mesmo assim, entre os doze havia gente que não aceitava a proposta de Jesus. III. Alargando O Sinal do Novo Êxodo O sinal da multiplicação dos pães aconteceu próximo da Páscoa (Jo 6,4). A Festa da Páscoa era a memória perigosa do Êxodo, a libertação do povo das garras do faraó. Assim, todo o episódio narrado neste capítulo tem um paralelo com os episódios relacionados com a Festa da Páscoa, tanto com a libertação do Egito quanto com a caminhada do povo no deserto em busca da terra prometida. Apresentaremos este paralelo nos pequenos blocos que formam o capítulo 6 do Evangelho de João: 1. A multiplicação dos pães (Jo 6,1-15) Jesus tem diante de si a multidão faminta e o desafio de garantir o alimento para todos. Da mesma maneira, Moisés enfrentou este desafio durante a caminhada do povo pelo deserto (Ex 16,1-35; Nm 11,18-23). Depois de comer, a multidão saciada reconhece Jesus como o “Profeta que devia vir ao mundo” (Jo 6,14) dentro do que pede a Lei da Aliança (Dt 18,15-22). 2. Jesus caminha sobre o mar (Jo 6,16-21) Para o povo da Bíblia, o mar era o símbolo do abismo, do caos, do mal (Ap 13,1). No Êxodo, o povo faz a travessia para a liberdade enfrentando e vencendo o mar. Deus divide o mar com seu sopro, e o povo atravessa com pé enxuto (Ex 14,22). Em outras passagens, a Bíblia mostra Deus vencendo o mar (Gn 1,6-10; Sl 104,6-9; Pr 8,27). Vencer o mar significa impor-lhe os seus limites e impedir que ele engula toda a terra com suas ondas. Nesta passagem, Jesus revela sua divindade, dominando e vencendo o mar, impedindo que a barca de seus discípulos seja tragada pelas ondas. 3. O discurso sobre o Pão da Vida (Jo 6,22-58) Este longo discurso feito na sinagoga de Cafarnaum está relacionado com o capítulo 16 do livro do Êxodo. Vale a pena ler todo este capítulo de Êxodo, percebendo as dificuldades que o povo teve que enfrentar na sua caminhada, para podermos compreender os ensinamentos de Jesus aqui no capítulo 6 do Evangelho de João. Quando Jesus fala de “um alimento que perece” (Jo 6,27), ele está lembrando Ex 16,20. Da mesma forma, quando os judeus “murmuram” (Jo 6,41), fazem a mesma coisa que os israelitas no deserto, quando duvidaram da presença de Deus junto com eles durante a travessia (Ex 16,2; 17,3; Nm 11,1). A falta de alimentos fazia com que o povo duvidasse que Deus estivesse com eles, de que Deus fosse Javé, resmungando e murmurando contra Deus e contra Moisés. Aqui também os judeus duvidam da presença de Deus em Jesus de Nazaré (Jo 6,42).
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01/05/2022    
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Jesus apareceu de novo aos discípulos, à beira do mar de Tiberíades – Jo 21,1-19 A Bíblia explicada em capítulos e versículos Reflexões e ilustrações de Pe. Lucas de Paula Almeida, CM * O Capítulo 21 do evangelho de São João parece um apêndice que foi acrescentado mais tarde depois que o evangelho já estava terminado. A conclusão do capítulo anterior (Jo 20,30-31) ainda deixa perceber que se trata de um acréscimo. De qualquer maneira, acréscimo ou não, é Palavra de Deus que traz uma bonita mensagem de ressurreição para esta sexta-feira da semana de Páscoa. * João 21,1-3: O pescador de homens volta a ser pescador de peixes. Jesus morreu e ressuscitou. No fim daqueles três anos de convivência com Jesus, os discípulos voltaram para a Galileia. Um grupo deles está de novo diante do lago. Pedro retoma o passado e diz: “Eu vou pescar!” Os outros disseram: “Nós vamos com você!” Assim, Tomé, Natanael, João e Tiago junto com Pedro saíram de barco e foram pescar. Retomaram a vida do passado como se nada tivesse acontecido. Mas algo aconteceu. Algo estava acontecendo! O passado não voltou! “Não pegaram nada!” Voltaram à praia cansados. Foi uma noite frustrante. * João 21,4-5: O contexto da nova aparição de Jesus. Jesus estava na praia, mas eles não o reconheceram. Jesus pergunta: “Moços, por acaso vocês alguma coisa para comer?” Responderam: “Não!” Na resposta negativa reconheceram que a noite tinha sido frustrante e que não pescaram nada. Eles tinham sido chamados para serem pescadores de homens (Mc 1,17; Lc 5,10), e voltaram a ser pescadores de peixes. Mas algo mudou em suas vidas! A experiência de três anos com Jesus provocou neles uma mudança irreversível. Já não era possível voltar para trás como se nada tivesse acontecido, como se nada tivesse mudado. * João 21,6-8: Lancem a rede do lado direito do barco e vocês vão encontrar. Eles fizeram algo que, provavelmente, nunca tinham feito na vida. Cinco pescadores experimentados obedecem a um estranho que mandou fazer algo que contrastava com a experiência deles. Jesus, aquela pessoa desconhecida que estava na praia, mandou que jogassem a rede do lado direito do barco. Eles obedeceram, jogaram a rede, e foi um resultado inesperado. A rede ficou cheia de peixes! Como era possível! Como explicar esta surpresa fora de qualquer previsão? O amor faz descobrir. O discípulo amado diz: “É o Senhor!” Esta intuição clareou tudo. Pedro se jogou na água para chegar mais depressa perto de Jesus. Os outros discípulos vieram mais devagar com o barco arrastando a rede cheia de peixes. * João 21,9-14: A delicadeza de Jesus. Chegando a terra, viram que Jesus tinha acendido umas brasas e que estava assando peixe e pão. Ele pediu que trouxessem mais uns peixes. Imediatamente, Pedro subiu no barco, arrastou a rede com cento e cinquenta e três peixes. Muito peixe, e a rede não se rompeu. Jesus chamou a turma: “Venham comer!” Ele teve a delicadeza de preparar algo para comer depois de uma noite frustrada sem pescar nada. Gesto bem simples que revela algo do amor com que o Pai nos ama. “Quem vê a mim vê o Pai” (Jo 14,9). Nenhum dos discípulos se atrevia a perguntar quem era ele, pois sabiam que era o Senhor. E evocando a eucaristia, o evangelista João completou: “Jesus se aproximou, tomou o pão e distribuiu para eles”. Sugere assim que a eucaristia é o lugar privilegiado para o encontro com Jesus ressuscitado. 4. Para um confronto pessoal 1) Já aconteceu com você ter que te pediram jogar a rede do lado direito do barco da sua vida, contrariando toda a sua experiência? Você obedeceu? Jogou a rede? 2) A delicadeza de Jesus. Como é a sua delicadeza nas coisas pequenas da vida?
Discurso do Pão da Vida Jo 6,22 29 – EVANGELHO E HOMILIA DO DIA – O AMANHECER DO EVANGELHO – REFLEXÕES E ILUSTRAÇÕES DE PE. LUCAS DE PAULA ALMEIDA, CM 1) Oração Ó Deus, vós que mostrais aos que erram a luz da verdade para que possam voltar ao bom caminho, concedei a todos os que se gloriam da vocação cristã rejeitem o que se opõe a este nome e abracem quanto possa honrá-lo. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.2) Leitura do Evangelho (João 6, 22-29) Naquele tempo, 22No dia seguinte, a multidão que tinha ficado do outro lado do mar notou que antes havia aí um só barco e que Jesus não tinha entrado nele com os discípulos, os quais tinham partido sozinhos. 23Entretanto, outros barcos chegaram de Tiberíades, perto do lugar onde tinham comido o pão depois de o Senhor ter dado graças. 24Quando a multidão percebeu que Jesus não estava aí, nem os seus discípulos, entraram nos barcos e foram procurar Jesus em Cafarnaum. 25Encontrando- o do outro lado do mar, perguntaram-lhe: “Rabi, quando chegaste aqui?” 26Jesus respondeu: “Em verdade, em verdade, vos digo: estais me procurando não porque vistes sinais, mas porque comestes pão e ficastes saciados. 27Trabalhai não pelo alimento que perece, mas pelo alimento que permanece até à vida eterna, e que o Filho do Homem vos dará. Pois a este, Deus Pai o assinalou com seu selo. 28Perguntaram então: “Que devemos fazer para praticar as obras de Deus?” 29Jesus respondeu: “A obra de Deus é que acrediteis naquele que ele enviou”.3) Reflexão No evangelho de hoje iniciamos a reflexão sobre o Discurso do Pão da Vida (Jo 6,22-71), que se prolongará durante os próximos seis dias, até o fim desta semana. Depois da multiplicação dos pães, o povo foi atrás de Jesus. Tinha visto o milagre, comeu com fartura e queria mais! Não se preocupou em procurar o sinal ou o apelo de Deus que havia em tudo isso. Quando o povo encontrou Jesus na sinagoga de Cafarnaum, teve com ele uma longa conversa, chamada Discurso do Pão da Vida. Não é propriamente um discurso, mas trata-se de um conjunto de sete pequenos diálogos que explicam o significado da multiplicação dos pães como símbolo do novo Êxodo e da Ceia Eucarística.* É bom ter presente a divisão do capítulo para poder perceber melhor o seu sentido:6,1-15: o grande da multiplicação dos pães 6,16-21: a travessia do lago, e Jesus caminhando sobre as águas 6,22-71: o diálogo de Jesus com o povo, com os judeus e com os discípulos 1º diálogo: 6,22-27 com o povo: o povo procura Jesus e o encontra em Cafarnaum 2º diálogo: 6,28-34 com o povo: a fé como obra de Deus e o maná no deserto 3º diálogo: 6,35-40 com o povo: o pão verdadeiro é fazer a vontade de Deus 4º diálogo: 6,41-51 com os judeus: murmurações dos judeus 5º diálogo: 6,52-58 com os judeus: Jesus e os judeus 6º diálogo: 6,59-66 com os discípulos: reação dos discípulos 7º diálogo: 6,67-71 com os discípulos: confissão de PedroA conversa de Jesus com o povo, com os judeus e com os discípulos é um diálogo bonito, mas exigente. Jesus procura abrir os olhos do povo para que aprenda a ler os acontecimentos e descubra neles o rumo que deve tomar na vida. Pois não basta ir atrás de sinais milagrosos que multiplicam o pão para o corpo. Não só de pão vive o homem. A luta pela vida sem uma mística não alcança a raiz. Enquanto vai conversando com Jesus, o povo fica cada vez mais contrariado com as palavras dele. Mas Jesus não cede, nem muda as exigências. O discurso parece um funil. Na medida em que a conversa avança, é cada vez menos gente que sobra para ficar com Jesus. No fim só sobram os doze, e nem assim Jesus pode confiar em todos eles! Hoje acontece a mesma coisa. Quando o evangelho começa a exigir compromisso, muita gente se afasta.João 6,22-27: O povo procura Jesus porque quer mais pão. O povo foi atrás de Jesus. Viu que ele não tinha entrado no barco com os discípulos e, por isso, não entendeu como ele tinha feito para chegar em Cafarnaum. Também não entendeu o milagre da multiplicação dos pães. O povo viu o que aconteceu, mas não chegou a entende-lo como um sinal de algo mais alto ou mais profundo. Parou na superfície: na fartura de comida. Buscou pão e vida, mas só para o corpo. No entender do povo, Jesus fez o que Moisés tinha feito no passado: deu alimento farto para todos no deserto. Indo atrás de Jesus, eles queriam que o passado se repetisse. Mas Jesus pede que o povo dê um passo adiante. Além do trabalho pelo pão que perece, deve trabalhar pelo alimento não perecível. Este novo alimento será dado pelo Filho do Homem, indicado pelo próprio Deus. Ele traz a vida que dura para sempre. Ele abre para nós um novo horizonte sobre o sentido da vida e sobre Deus.João 6,28-29: Qual é a obra de Deus? O povo pergunta: O que devemos fazer para realizar este trabalho (obra) de Deus? Jesus responde que a grande obra que Deus pede de nós “é crer naquele que Deus enviou” . Ou seja, crer em Jesus!4) Para um confronto pessoal 1) O povo estava com fome, comeu do pão e procurava mais pão. Procurou o milagroso e não buscou o sinal de Deus que nele se escondia. O que eu mais procuro na minha vida: milagre ou sinal? 2) Pare um momento, faça silêncio dentro de você e pergunte a si mesmo: “Crer em Jesus: o que significa isto para mim bem concretamente no dia a dia da minha vida?” 5) Oração final Eu te expus meus caminhos e me respondeste; ensina-me teus estatutos. Faze-me conhecer o caminho dos teus preceitos e meditarei nos teus prodígios. (Sl 118, 26-27) ORAÇÃO COMPOSTA POR SANTO AFONSO DE LIGÓRIO Ó Maria, filha predileta do Altíssimo, pudesse eu oferecer-vos e consagrar-vos os meus primeiros anos, como vós vos oferecestes e consagrastes ao Senhor no templo! Mas é já passado esse período de minha vida! Todavia, antes começar tarde a vos servir do que ser sempre rebelde. Venho, pois, hoje, oferecer-me a Deus. Sustentai minha fraqueza, e por vossa intercessão alcançai-me de Jesus a graça de lhe ser fiel e a vós até a morte, a fim de que, depois de vos haver servido de todo o coração na vida, participe da glória e da felicidade eterna dos eleitos. Amém. LADAINHA DE NOSSA SENHORA Senhor, tende piedade de nós. Jesus Cristo, tende piedade de nós. Senhor, tende piedade de nós. Jesus Cristo ouvi-nos. Jesus Cristo atendei-nos. Deus Pai dos Céus tende piedade de nós. Deus Filho, Redentor do mundo, Deus Espírito Santo, Santíssima Trindade, que sois um só Deus, Santa Maria rogai por nós. Santa Mãe de Deus, Santa Virgem das virgens, Mãe de Jesus Cristo, Mãe da divina graça, Mãe puríssima, Mãe castíssima, Mãe imaculada, Mãe intacta, Mãe amável, Mãe admirável, Mãe do bom conselho, Mãe do Criador, Mãe do Salvador, Mãe da Igreja, Virgem prudentíssima, Virgem venerável, Virgem louvável, Virgem poderosa, Virgem benigna, Virgem fiel, Espelho de justiça, Sede da sabedoria, Causa da nossa alegria, Vaso espiritual, Vaso honorífico, Vaso insigne de devoção, Rosa mística, Torre de Davi, Torre de marfim, Casa de ouro, Arca da aliança, Porta do Céu, Estrela da manhã, Saúde dos enfermos, Refúgio dos pecadores, Consoladora dos aflitos, Auxílio dos cristãos, Esperança dos carmelitas, Rainha dos anjos, Rainha dos patriarcas, Rainha dos profetas, Rainha dos apóstolos, Rainha dos mártires, Rainha dos confessores, Rainha das virgens, Rainha de todos os santos, Rainha concebida sem pecado original, Rainha assunta ao céu, Rainha do sacratíssimo Rosário, Rainha das famílias, Rainha da paz, Rainha e esplendor do Carmelo, Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, perdoai-nos, Senhor. Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, ouvi-nos, Senhor. Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, tende misericórdia de nós. – Rogai por nós, Santa Mãe de Deus. – Para que sejamos dignos das promessas de Cristo. OREMOS – Infundi, Senhor, como vos pedimos, vossa graça em nossas almas, para que nós que pela anunciação do Anjo viemos ao conhecimento da encarnação de Jesus Cristo, vosso Filho, pela sua paixão e morte de cruz, sejamos conduzidos à glória da ressurreição. Pelo mesmo Jesus Cristo, nosso Senhor. Amém. O “LEMBRAI-VOS” DE SÃO BERNARDO Lembrai-vos, ó piedosíssima Virgem Maria, que nunca se ouviu dizer que algum daqueles que a vós têm recorrido, implorado vossa assistência e invocado o vosso socorro, tenha sido por vós abandonado. Animado de uma tal confiança, eu corro e venho a vós e, gemendo debaixo do peso dos meus pecados, me prostro a vossos pés, ó Virgem das virgens; não desprezeis as minhas súplicas, ó Mãe do Verbo encarnado, mas ouvi-as favoravelmente e dignai-vos atender-me. Amém. – EVANGELHO E HOMILIA DO DIA – O AMANHECER DO EVANGELHO – REFLEXÕES E ILUSTRAÇÕES DE PE. LUCAS DE PAULA ALMEIDA, CM No evangelho de hoje iniciamos a reflexão sobre o Discurso do Pão da Vida (Jo 6,22-71) conjunto de sete pequenos diálogos que explicam o significado da multiplicação dos pães como símbolo do novo Êxodo e da Ceia Eucarística1) Oração Ó Deus, vós que mostrais aos que erram a luz da verdade para que possam voltar ao bom caminho, concedei a todos os que se gloriam da vocação cristã rejeitem o que se opõe a este nome e abracem quanto possa honrá-lo. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.2) Leitura do Evangelho (João 6, 22-29) Naquele tempo, 22No dia seguinte, a multidão que tinha ficado do outro lado do mar notou que antes havia aí um só barco e que Jesus não tinha entrado nele com os discípulos, os quais tinham partido sozinhos. 23Entretanto, outros barcos chegaram de Tiberíades, perto do lugar onde tinham comido o pão depois de o Senhor ter dado graças. 24Quando a multidão percebeu que Jesus não estava aí, nem os seus discípulos, entraram nos barcos e foram procurar Jesus em Cafarnaum. 25Encontrando- o do outro lado do mar, perguntaram-lhe: “Rabi, quando chegaste aqui?” 26Jesus respondeu: “Em verdade, em verdade, vos digo: estais me procurando não porque vistes sinais, mas porque comestes pão e ficastes saciados. 27Trabalhai não pelo alimento que perece, mas pelo alimento que permanece até à vida eterna, e que o Filho do Homem vos dará. Pois a este, Deus Pai o assinalou com seu selo. 28Perguntaram então: “Que devemos fazer para praticar as obras de Deus?” 29Jesus respondeu: “A obra de Deus é que acrediteis naquele que ele enviou”. João 6,22-40: Quem vem a mim nunca mais terá fome! – I. Situando 1. Neste discurso do Pão da Vida (Jo 6,22-71), por meio de um conjunto de sete diálogos, o evangelista explica para os leitores e as leitoras o significado profundo da multiplicação dos pães como símbolo da Ceia Eucarística. É um diálogo bonito, mas exigente. O povo fica chocado com as palavras de Jesus. Mas Jesus não cede nem muda as exigências. O discurso parece um funil. Na medida em que avança, é cada vez menos gente que sobra para ficar com Jesus. No fim, só sobram os doze, e nem assim pode confiar em todos eles. 2. Quem lê o Quarto Evangelho superficialmente pode ficar com a impressão de que João repete sempre a mesma coisa. Lendo com mais atenção, perceberá que não se trata de repetição. O Quarto Evangelho tem um jeito próprio de repetir o mesmo assunto, mas é num nível cada vez mais alto ou mais profundo. Parece uma escada em caracol. Girando você volta ao mesmo lugar, mas num nível mais alto. Assim é o discurso sobre o Pão da Vida. É um texto que exige toda uma vida para meditá-lo e aprofundá-lo. Por isso, não se preocupe se não entender logo tudo. Um texto assim devemos ler, meditar, ler de novo, repetir, ruminar, como se faz com uma bala gostosa. Vai virando e virando na boca, até se gastar. II. Comentando 1. João 6,22-27: 1º Diálogo: O povo procura Jesus porque quer mais pão O povo viu o milagre, mas não o entendeu como um sinal de algo mais alto ou mais profundo. Parou na superfície: na fartura de comida. Buscou pão e vida, mas só para o corpo. Para o povo, Jesus fez o que Moisés tinha feito no passado: deu alimento farto para todos. Indo atrás de Jesus, queria que o passado se repetisse. Mas Jesus pediu que o povo desse um passo. Além do trabalho pelo pão perecível, deveria trabalhar também pelo alimento não perecível. Este novo alimento é que traz a vida que dura para sempre. 2. João 6,28-33: 2º Diálogo: Jesus pede para o povo trabalhar pelo pão verdadeiro O povo pergunta: “O que fazer para realizar este trabalho (obra) de Deus?” Jesus responde: “Acreditar naquele que Deus enviou!”, isto é, crer em Jesus. O povo reage: “Então, dê-nos um sinal para a gente saber que você é o enviado de Deus! Nossos pais comeram o maná que foi dado por Moisés!” Para eles, Moisés é o grande líder do passado, no qual acreditam. Se Jesus quer que o povo acredite nele, deve fazer um sinal maior que o de Moisés. Jesus responde que o pão dado por Moisés não era o pão verdadeiro, pois não garantiu a vida para ninguém. Todos morreram. O pão verdadeiro de Deus é aquele que vence a morte e traz vida. Jesus tenta ajudar o povo a se libertar dos esquemas do passado. Para ele, fidelidade ao passado não significa fechar-se nas coisas de antigamente e recusar a renovação. Fidelidade ao passado é aceitar o novo que chega como fruto da semente plantada no passado. 3. João 6,34-40: 3º Diálogo: O pão verdadeiro é fazer a vontade de Deus O povo pede: “Senhor, dá-nos sempre desse pão!” Pensavam que Jesus estivesse falando de um pão especial. Então Jesus responde claramente: “Eu sou o pão da vida!” Comer o pão do céu é o mesmo que crer em Jesus e aceitar o caminho que ele ensinou, a saber: “O meu alimento é fazer a vontade do Pai que está no céu!” (Jo 4,34). Este é o alimento verdadeiro que sustenta a pessoa, dá rumo e traz vida nova. 4. João 6,41-51: 4º Diálogo: Quem se abre para Deus aceita Jesus e a sua proposta A conversa se torna mais exigente. Agora são os judeus, os líderes do povo, que murmuram: “Esse não é Jesus, o filho de José, cujo pai e mãe conhecemos? Como é que ele pode dizer que desceu do céu?” Eles pensam conhecer as coisas de Deus. Na realidade, não é nada disso. Se fossem realmente abertos e fiéis a Deus, sentiriam dentro de si o impulso de Deus atraindo-os para Jesus e reconheceriam que Jesus vem de Deus (Jo 6,45). Na celebração da Páscoa, os judeus lembravam o pão do deserto. Jesus os ajuda a dar um passo. Quem celebra a Páscoa, lembrando só o pão que os pais comeram no passado, vai acabar morrendo como todos eles. O verdadeiro sentido da Páscoa não é lembrar o maná que caiu do céu, mas sim aceitar Jesus como o Pão da Vida e seguir pelo caminho que ele ensinou. Não é comer a carne do cordeiro pascal, mas sim comer a carne de Jesus, que desceu do céu para a vida do mundo! 5. João 6,52-58: 5º Diálogo: Carne e sangue: expressão da vida e da doação total Os judeus reagem: “Como esse homem pode dar-nos a sua carne para comer?” Eles não entenderam as palavras de Jesus, porque tomaram tudo ao pé da letra. Era perto da Páscoa. Dentro de poucos dias, todos iam comer o cordeiro pascal na celebração da noite da páscoa. Comer a carne de Jesus significava aceitar Jesus como o novo Cordeiro Pascal, cujo sangue os libertaria da escravidão. Por respeito à vida, o AT proibia comer sangue (Dt 12,16.23; At 15,29). Sangue era o sinal da vida. Beber o sangue de Jesus significava assimilar a mesma maneira de viver que marcou a vida de Jesus. O que traz vida não é celebrar o maná do passado, mas sim comer este novo pão que é Jesus, a sua carne e o seu sangue. Participando da Ceia Eucarística, assimilamos a sua vida, a sua doação e entrega. 6. João 6,59-66: 6º Diálogo: Sem a luz do Espírito não se entendem estas palavras Aqui termina o discurso de Jesus na sinagoga de Cafarnaum. Muitos discípulos achavam que Jesus estava indo longe demais, que acabava com a celebração da Páscoa, que se colocava no lugar mais central de nossa religião. Por isso, muita gente se desligou da comunidade e não ia mais com Jesus. Jesus reagiu dizendo: “É o espírito que dá vida, a carne para nada serve. As palavras que vos disse são espírito e vida.” Não devem tomar ao pé da letra as coisas que ele diz. Só mesmo com a ajuda da luz do Espírito Santo é possível entender o sentido pleno de tudo que Jesus falou (Jo 14,25-26; 16,12-13). 7. João 6,67-71: 7º Diálogo: Confissão de Pedro No fim sobram só os doze. Jesus diz a eles: “Se quiserem, podem ir embora!” Jesus não fazia questão de ter muita gente. Nem mudava o discurso quando a mensagem não agradava. Jesus falava para revelar o Pai e não para agradar a quem quer que fosse. Preferia permanecer só do que estar acompanhado por pessoas que não se comprometiam com o projeto do Pai. A resposta de Pedro foi bonita: “A quem iremos? Você tem palavras de vida eterna!” Mesmo sem entender tudo, Pedro aceitou Jesus e creu nele. Apesar de todos os seus limites, Pedro não era como Nicodemos que queria ver tudo bem claro de acordo com as suas próprias ideias. E, mesmo assim, entre os doze havia gente que não aceitava a proposta de Jesus. III. Alargando O Sinal do Novo Êxodo O sinal da multiplicação dos pães aconteceu próximo da Páscoa (Jo 6,4). A Festa da Páscoa era a memória perigosa do Êxodo, a libertação do povo das garras do faraó. Assim, todo o episódio narrado neste capítulo tem um paralelo com os episódios relacionados com a Festa da Páscoa, tanto com a libertação do Egito quanto com a caminhada do povo no deserto em busca da terra prometida. Apresentaremos este paralelo nos pequenos blocos que formam o capítulo 6 do Evangelho de João: 1. A multiplicação dos pães (Jo 6,1-15) Jesus tem diante de si a multidão faminta e o desafio de garantir o alimento para todos. Da mesma maneira, Moisés enfrentou este desafio durante a caminhada do povo pelo deserto (Ex 16,1-35; Nm 11,18-23). Depois de comer, a multidão saciada reconhece Jesus como o “Profeta que devia vir ao mundo” (Jo 6,14) dentro do que pede a Lei da Aliança (Dt 18,15-22). 2. Jesus caminha sobre o mar (Jo 6,16-21) Para o povo da Bíblia, o mar era o símbolo do abismo, do caos, do mal (Ap 13,1). No Êxodo, o povo faz a travessia para a liberdade enfrentando e vencendo o mar. Deus divide o mar com seu sopro, e o povo atravessa com pé enxuto (Ex 14,22). Em outras passagens, a Bíblia mostra Deus vencendo o mar (Gn 1,6-10; Sl 104,6-9; Pr 8,27). Vencer o mar significa impor-lhe os seus limites e impedir que ele engula toda a terra com suas ondas. Nesta passagem, Jesus revela sua divindade, dominando e vencendo o mar, impedindo que a barca de seus discípulos seja tragada pelas ondas. 3. O discurso sobre o Pão da Vida (Jo 6,22-58) Este longo discurso feito na sinagoga de Cafarnaum está relacionado com o capítulo 16 do livro do Êxodo. Vale a pena ler todo este capítulo de Êxodo, percebendo as dificuldades que o povo teve que enfrentar na sua caminhada, para podermos compreender os ensinamentos de Jesus aqui no capítulo 6 do Evangelho de João. Quando Jesus fala de “um alimento que perece” (Jo 6,27), ele está lembrando Ex 16,20. Da mesma forma, quando os judeus “murmuram” (Jo 6,41), fazem a mesma coisa que os israelitas no deserto, quando duvidaram da presença de Deus junto com eles durante a travessia (Ex 16,2; 17,3; Nm 11,1). A falta de alimentos fazia com que o povo duvidasse que Deus estivesse com eles, de que Deus fosse Javé, resmungando e murmurando contra Deus e contra Moisés. Aqui também os judeus duvidam da presença de Deus em Jesus de Nazaré (Jo 6,42).
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O Senhor é o meu pastor - Salmo 22 Jesus é o Bom Pastor Jo 10, 27-30- Com Legenda -Vídeo do Padre Lucas https://www.youtube.com/watch?v=q2c5riQOdk8&ab_channel=CNBBPadreLucas A Bíblia explicada em capítulos e versículos -  O amanhecer do Evangelho- Reflexões e Ilustrações de Pe. Lucas de Paula Almeida, CM -  Domingo da 4ª Semana da Páscoa https://www.youtube.com/watch?v=q2c5riQOdk8&ab_channel=CNBBPadreLucas  Evangelho: João 10, 27-30 Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo João - Naquele tempo, disse Jesus: 27As minhas ovelhas ouvem a minha voz, eu as conheço e elas me seguem. 28Eu lhes dou a vida eterna; elas jamais hão de perecer, e ninguém as roubará de minha mão.29Meu Pai, que mas deu, é maior do que todos; e ninguém as pode arrebatar da mão de meu Pai. 30Eu e o Pai somos um. - Palavra da salvação. MOMENTO REFLEXÃO Nascida no meio de um povo de pastores, nada mais natural que a Bíblia aplique a Deus e aos dirigentes do povo o título de "pastor". A Deus, sobretudo, esse título é aplicado com uma elaboração muito rica no clássico salmo 22: "O Senhor é meu pastor". Com o carinho de um solícito pastor de ovelhas, Deus cuida de seu povo. Seus cuidados são bem simbolizados no cuidado do pastor, que guia suas ovelhas, leva-as para fontes de águas tranquilas e para pastagens verdes. Seu cajado lhes dá confiança. Embora caminhem por vales sombrios, não sentem medo: estão protegidas contra as feras e contra os assaltantes. Todas essas imagens são depois transferidas para Jesus. Ele próprio se declara "o bom Pastor que dá a vida pelas suas ovelhas". E fala da Igreja como de um grande rebanho, que é preciso manter unido. E fala de seu zelo em reconduzir ao redil a ovelha desgarrada. Á luz da Páscoa, reaparecem essas imagens neste quarto domingo, que é chamado o "domingo do Bom Pastor", e é consagrado pela 19reja como o "dia mundial de oração pelas vocações". No desejo - é óbvio - de que surjam no povo de Deus muitas vocações sacerdotais e religiosas, e que em todas elas se torne presente a imagem multiplicada do Bom Pastor. Não faltam pessoas, principalmente entre os jovens, que não acolhem com muita simpatia a imagem do pastor e do rebanho. Ficam com a ideia de que se está inculcando na comunidade cristã uma atitude de passividade e de inconsciência como a dos carneiros de um rebanho. Nada mais falso! Os discípulos de Cristo são iluminados pela luz da verdade. E a verdade liberta. Sua obediência é uma obediência lúcida. De quem sabe que está sendo guiado por um chefe sábio e rico de bondade. 0 que se quer indicar é a dedicação total do pastor, e a segurança tranqüila das ovelhas por ele guiadas. "Minhas ovelhas ouvem a minha voz - diz Jesus; e eu as conheço e elas me seguem. Eu lhes dou a vida eterna: elas não perecerão Jamais, e ninguém as arrancará de minha mão" (Jo 10, 27 -28). Essa reciprocidade de dedicação e confiança, que caracteriza o relacionamento de Jesus com seus discípulos e o exemplo que cada pastor da Igreja deve ter diante dos olhos. Uma dedicação total, que leva a dar a vida pelo rebanho; senão na grandiosidade trágica da crucifixão no Calvário, ao menos nos sacrifícios pequeninos de cada dia, onde todos os valores do espírito e todas as energias do corpo se vão gastando para o bem dos fiéis. E assim nascerá neles a confiança, por descobrirem que seus pastores não desejam outra coisa senão seu bem no tempo e na eternidade. Um dia o rebanho estará transportado para a vida eterna que Cristo já lhes dá em germe aqui na terra e que um dia será consumada no céu. O Vidente do Apocalipse contemplou essa "imensa multidão, que ninguém podia contar, de todas as nações, raças, povos e línguas, de pé diante do Trono e diante do Cordeiro, vestidos com vestes brancas e com palmas nas mãos". E um ancião dos que rodeiam o trono de Deus lhe explicou que "esses são os que vêm da grande tribulação: eles lavaram as suas vestes e as tornaram brancas no sangue do Cordeiro... Nunca mais sofrerão fome nem sede; jamais serão acabrunhados pelo sol nem pelo vento ardente. Pois o Cordeiro que está no meio do Trono será o seu Pastor, e os conduzirá às fontes de água viva. E Deus enxugará as lágrimas de seus olhos" (Ap 7,9-14.16-17). É o eco da terra no céu. E de novo a figura do Pastor- que é o divino Cordeiro - na mesma atitude de guiar o rebanho na segurança e na paz. Primores dos mistérios de Deus! Vale a pena sublinhar que, nessa visão do céu, os bem- aventurados estão na atitude de prestar adoração e louvor diante do Trono de Deus e do Cordeiro. Honras iguais. "Glória ao Pai e ao Filho", como dizemos tantas vezes em nossa oração. Como disse Jesus no final do trecho evangélico que estamos lendo na liturgia de hoje: "Eu e o Pai somos um" (Jo 10, 30). https://www.youtube.com/watch?v=q2c5riQOdk8&ab_channel=CNBBPadreLucas LEITURAS do IV Domingo da Páscoa - Ano C: 1a)At 13, 14.43-52 2a) Ap 7, 8. 14b-17 3a) Jo 10, 27-30 EVANGELHO E HOMILIA DO DIA O AMANHECER DO EVANGELHO REFLEXÕES E ILUSTRAÇÕES DE PE. LUCAS DE PAULA ALMEIDA, CM CURTA OS VÍDEOS: JESUS É O BOM PASTOR: https://www.youtube.com/watch?v=Dy89saon1TE&t=2s, A PARÁBOLA DO BOM PASTOR: https://www.youtube.com/watch?v=medQcyhzzlE&t=4s, IV DOMINGO DA PÁSCOA :O BOM PASTOR Iluminada pela luz da Ressurreição, a Igreja relê o Evangelho em plena claridade, superando, inclusive, certa obscuridade que tivesse permanecido nos atos e palavras de Cristo. E vai crescendo, antecipando de certo modo a vida eterna, “de claridade em claridade” -( cfr 2 Cor 3, 18) – na direção da plenitude da luz. E é assim que as leituras do Evangelho na liturgia do Tempo Pascal têm um sabor todo especial, que a Igreja se empenha em fazer- nos degustar. Hoje -IV domingo da Páscoa – encontramo-nos de novo com Jesus, o bom Pastor. Esse Pastor no qual se reflete de maneira plena toda a grandeza que os salmos e os profetas sabiam cantar a respeito de Javé, o Pastor do povo de Israel. Jesus é o Pastor que consagra infinita dedicação às ovelhas do rebanho. Que nada Ihes deixa faltar. Nem águas frescas, nem verde relva, nem segurança contra os perigos do caminho. E nesse Pastor as ovelhas colocam toda a sua confiança. Conhecem sua voz e não a confundem com a voz dos falsos pastores. Eles estiveram presentes no passado e continuam presentes hoje, com recursos ainda mais astuciosos para iludir os fiéis. Jesus é o bom Pastor. Ele o declara solenemente. Mas dá ainda um passo adiante. Declara-se a própria porta do aprisco em que se abrigam as ovelhas. Como Ele se declarou o “Caminho”, a gora se declara a “Porta” (Jo 10′ 7). Por essa porta entram os fiéis no aprisco da Igreja; e, um dia, na casa do Céu. Como diz tão maravilhosamente a carta aos Hebreus: “Temos plena garantia de entrar no Santuário – prefigurado no “Santo dos Santos” do Templo de Jerusalém – graças ao sangue de Jesus. Ele inaugurou um caminho novo e vivo, através do véu, isto é, de seu próprio corpo”(Hb 1 0,19 s). E isso fica ainda mais bonito, se nos lembrarmos de que no lado de Cristo na cruz – no seu coração -se abriu uma porta, a porta da salvação. Santo Agostinho nota que o evangelista se serviu de uma palavra cautelosa -“vigilanti verbo” – para indicar o fato de o centurião transpassar com a lança o lado de Cristo. Não disse “feriu”, nem “rasgou”, nem outro verbo semelhante. Disse “abriu”: “Um soldado abriu-Ihe o lado com a lança, e no mesmo instante jorrou sangue e água” (Jo 19,34). É um fato sobre o qual a reflexão dos séculos tem feito as mais belas considerações; a começar por ver nesse sangue e nessa água o símbolo dos sacramentos da Igreja, sintetizados no Batismo e na Eucaristia. É realmente a porta da salvação. A figura do Bom Pastor sugeriu à Igreja uma fecunda iniciativa, para ser posta em prática todos os anos na celebração desta ocorrência litúrgica. Criou o dia de oração pelas Vocações. E não só vocações sacerdotais, mas também religiosas, uma vez que os religiosos, ao lado dos pastores da Igreja, colaboram de mil maneiras em sua ação pastoral. Hoje os fiéis devem rezar pelos seus pastores. Pelos pastores de hoje e pelos pastores de amanhã. Rezar pelas vocações, pelos seminários, pelos noviciados e por todas as casas de formação sacerdotal e religiosa. A Igreja na sua caminhada apostólica não pode prescindir dessas forças. Cristo formou seus apóstolos, e a Igreja deve seguir seu exemplo. Por isso mesmo, vemos o Santo Padre, secundado pelos Bispos de todo o mundo, empenhar-se em suscitar e cultivar vocações. Ainda não há muito tempo -. 25.03.1992- o Papa publicou a preciosa Exortação Apostólica post-sinodal “Pastores dabo vobis” – Eu vos darei pastores –  sobre esse importantíssimo tema. Superando com coragem e esperança os ventos contrários do egoísmo, do materialismo e do amor aos prazeres que sopram no mundo, é preciso descobrir que Cristo continua a suscitar em sua Igreja candidatos para o altar, para o claustro e para todas as formas de vida apostólica que embelezam e enriquecem a comunidade cristã. Devemos crer no poder de Deus. E crer nos valores que sua divina graça coloca no coração dos jovens. Aquela palavra “vem e segue-me”, que Jesus pronunciou tantas vezes nas estradas da Palestina, continuam a ressoar em todas as estradas da História. E não faltam corações jovens -de idade ou de espírito- que as acolham generosamente: “Senhor, eis-me aqui”. Leituras do IV Domingo da Páscoa -Ano A: 1a) At 2,14a.36-41 2a) 1Pdr 2,20b-25 3a) Jo 10, 1-10 EVANGELHO E HOMILIA DO DIA                                                               REFLEXÕES E ILUSTRAÇÕES DE PE. LUCAS DE PAULA ALMEIDA,                                                             JESUS É O BOM PASTOR – O AMOR TUDO CONHECE, TUDO COMPREENDE – JO 10, 1-10 O amor tudo conhece, tudo compreende. Esse tema será desenvolvido agora para refletirmos dentro dessa figura bonita de amor e de carinho que é Jesus, O Bom Pastor. Pelo Bom Pastor nos veio a Salvação. Aliás, uma das idéias mais caras da Bíblia é a idéia do Bom Pastor: Aquele que toma conta das suas ovelhas, que sara. E Deus, quando quis transmitir a sua mensagem para o povo escolheu justamente a imagem do Bom Pastor. Pastor de Israel, do povo, que cuida, que sara, que alimenta é o que rezamos no Salmo 80: Guia José como um rebanho, quer dizer que Deus guia o seu povo como um rebanho. E a imagem de Pastor é usada até para o negativo. O profeta Ezequiel, por exemplo, acusa os maus pastores. Aqueles que maltratam o povo, aqueles que só querem saber do povo naquilo que o mal pastor quer das ovelhas: é a lã, a carne, mas não querem dar a vida por eles. E Deus se diz o Bom Pastor. Com essas palavras tão bonitas em Ezequiel contra os maus pastores, eu serei pastor: buscarei as minhas ovelhas. Tomarei conta delas. E Jesus diz: “Eu sou o Bom Pastor”. No Evangelho de São João 10,10 Jesus se contrapõe ao mercenário, aquele que não é pastor, aquele que cuida das ovelhas só por interesse. É justamente esse que é mercenário não quer correr nenhum perigo. Abandona o rebanho. E o que é que faz Jesus? E já prevê e diz que vai entregar a vida para as ovelhas. E vai fazer isso livremente. Porque ama, porque quer! Não há nenhuma coisa que mova a Deus em nos querer bem. É simplesmente bondade  a caridade de Deus, expressada no Bom Pastor que é Jesus. Outra idéia que Jesus põe para refletirmos é da unidade. O Bom Pastor mantém o rebanho na unidade. Unidas às ovelhas, opera a união entre elas. Como nos diz São João, quando há união, este é o único modo de mostramos ao mundo que nós cremos: “sejam um para que o mundo creia”. E Jesus quer todas as ovelhas juntas no rebanho, no aprisco, no redil. Nenhuma fora dele. A Salvação é também para as ovelhas que não são deste aprisco. Quer dizer: O amor salvador de Deus é maior do que a própria Igreja. Ele quer que todo mundo venha e se torne objeto carinhoso do seu amor de salvação: pagãos e não pagãos. Enfim, Cristo assumiu uma humanidade e se faz irmão de todos. Por outras palavras: “Se o mundo quisesse e fosse capaz de entender que todos os homens e mulheres somos uma família de Deus”. Outra característica do Bom Pastor é aquele que conhece suas ovelhas. Não só conhece, mas chama a cada uma pelo nome. O que quer dizer isso? “Quem ama, conhece e quem conhece, ama”. Ninguém pode amar sem conhecer. E o conhecimento verdadeiro é amor. Aliás, essa palavra bíblica “conhecer” não é igual ao nosso conhecer assim que viu uma pessoa uma vez e acabou. Diz que a conheceu. Não! Não é também este conhecer turístico que passou umas horas na cidade e a pessoa diz que já conhece essa cidade. Não é esse conhecer! É mais do que conhecer porque viu a fisionomia de uma pessoa. Conhecer na Bíblia, (e é esse o conhecer do Bom Pastor) é conhecer no íntimo. É ter a experiência do amor. Aliás, nós temos na literatura quando falam que os esposos se conhecem. E como é que eles se conhecem? É quando chegam mais no íntimo da sua relação de amor. O conhecimento é amor. É assim que o Bom Pastor nos conhece. Nos conhece na e com intimidade. E há palavras belíssimas como nesse Salmo 139: “Plasmaste meus rins. Teceste-me no amor de Deus”. E a gente poderia perguntar: Será que a recíproca é verdadeira? Nós conhecemos Jesus Cristo também? A sua fé de hoje é a mesma fé de você quando criança? Você cresceu na fé? Ou você tem uma fé infantil? Será que a sua fé é adulta? Jesus nos constituiu pastores. E pastores um dos outros. Pastor não é só Jesus, não. A gente não pode ser mercenários, nem em cuidar dos outros. Caim foi mercenário. Quando Deus foi perguntar para ele onde estava o irmão Abel, ele diz: “Eu sou guarda do meu irmão?” Não, cada um de nós é pastor do outro: Interessar-se pelos outros, ouvir os outros, inspirar nos outros o amor, dividir o que a gente tem com os outros tudo isso é ser pastor. Isso se torna tão bonito no matrimônio, onde cada esposo é pastor do outro: conhece, revela-se um ao outro. Dialoga, dá um tempo pro outro, saem de si, partilham os sentimentos, vivem renúncias. Pois bem. Toda essa idéia de pastor nos enche toda a nossa vida de hoje. Pastor é aquele que conhece, que compreende. E terminamos com a frase que iniciamos: O amor tudo conhece, o amor tudo compreende. Que Deus nos dê essa graça! Leituras do IV Domingo da Páscoa -Ano A: 1a) At 2,14a.36-41 2a) 1Pdr 2,20b-25 3a) Jo 10, 1-10 IV Domingo da Páscoa EVANGELHO DO DIA E HOMILIA (LECTIO DIVINA). REFLEXÕES E ILUSTRAÇÕES DE PE. LUCAS DE PAULA ALMEIDA, CM IV DOMINGO DA PÁSCOA -ANO B O BOM PASTOR Uma das imagens mais usadas no Antigo Testamento para expressar o cuidado de Deus para com o seu povo, sobretudo o carinho com que o conduziu da escravidão do Egito para a Terra da Promissão, é a imagem do pastor. Encontramos essa imagem em Isaías e em Ezequiel, e a encontramos de maneira muito viva no salmo 23 (na Vulgata, 22), que hoje a comunidade cristã canta por toda parte: “0 Senhor é meu Pastor, nada me falta”. 0 Salmo vai descrevendo como o pastor guia seu rebanho para verdes pastagens e para águas tranqüilas; leva-o por caminhos seguros; infunde- lhe confiança pelo cajado que empunha em sua mão; e, mesmo que seja preciso atravessar um vale escuro, o rebanho não tem medo, porque sabe que está sendo bem guiado. De um lado está a dedicação total do pastor, e do outro lado a confiança total do rebanho. Pois bem, isso que o Antigo Testamento diz a respeito de Deus, no Novo se transfere para Jesus cristo – o Deus-conosco. E Jesus o proclama numa de suas mais suaves declarações: “Eu sou o bom pastor. 0 bom pastor dá a vida por suas ovelhas” (Jo 10, 11 ). É uma das belas páginas do Evangelho, onde Cristo manifesta sua dedicação até à morte pelo rebanho, muito mais do que o pastorzinho Davi, enfrentando sozinho o leão e o urso que atacavam o rebanho de seu pai (cfr 1 Sm 17, 34-37). E fala do conhecimento mútuo entre o pastor e o rebanho, pelo qual o pastor conhece cada uma de suas ovelhas, e elas o conhecem, e sabem distinguir sua voz entre outras vozes estranhas que pretendam chamá-las. (Há aqui maravilhosas lições para o segredo da fidelidade dos discípulos de Jesus no meio de um mundo onde ressoam mil vozes que pretendem contradizer a fé. Inclusive vozes de mercenários, – aos quais se refere Jesus – como acontece hoje com demasiada freqüência). E fala de sua maravilhosa visão do mundo feito todo ele um só rebanho sob o cajado de um só pastor. Aí está expressa a unidade que deve existir no rebanho e, ao mesmo tempo, a missão apostólica da Igreja. É tão viva e amável a figura do Bom Pastor, que essa se tornou a imagem favorita dos primeiros cristãos. Pode-se até dizer que a mais antiga representação iconografia de Cristo tenha sido a imagem de Jesus, o Bom Pastor . Com muita espontaneidade esse título de pastor passou a ser aplicado aos ministros da Igreja. Aliás, Pedro foi oficialmente constituído pastor do rebanho de Cristo: ” Apascenta os meus cordeiros, apascenta as minhas ovelhas” (cfr Jo 21, 15-17). E na Igreja primitiva encontramos tanto São Pedro como São Paulo tratando os anciãos como pastores do rebanho dos fiéis (cfr At 20, 28; 1 Pd 5, 2-4). Facilmente o título passou para todos os sacerdotes. Como nada deseja tanto a Igreja como ter sacerdotes dignos e zelosos para dirigir o rebanho do Senhor, este domingo em que se lê o evangelho do Bom Pastor foi estabelecido como dia de orações pelas Vocações, englobando aí tanto as vocações sacerdotais como as vocações para a vida religiosa, na qual de mil maneiras está presente a atividade pastoral. Acredito na eficácia desta oração de toda a Igreja neste domingo. Estamos cumprindo um pedido de Cristo, quando lamentou que fossem tão poucos os que trabalham na messe da Igreja e pediu que rezássemos ao Senhor da messe que mande operários para nela trabalhar. Os próprios candidatos ao ministério sacerdotal e ao estado religioso se sentirão motivados, por esse mar de orações, a cultivarem com amor sua vocação. Embora o uso do termo “pastor” se tenha reduzido hoje a indicar os ministros religiosos, os profetas do Antigo Testamento o usavam muitas vezes para indicar os dirigentes do povo, incluindo o rei, os funcionários reais, os anciãos e todos os que ocupavam postos de autoridade. E freqüentemente Deus pela boca dos profetas, recrimina os pastores que fogem de suas responsabilidades, que dispersam o rebanho, que o levam para caminhos errados. Se é triste um pastor religioso que não é fiel à sua missão, que não sabe congregar o rebanho na unidade e na fidelidade, não deixa também de ser muito triste que os responsáveis pelo governo civil do povo atraiçoem sua missão, cuidando de seus próprios interesses em vez de cuidar do bem comum. Por isso a Igreja não deixa de rezar pelos que exercem a autoridade pública “para que governem com justiça”, como está numa tradicional oração que se rezava outrora depois da Bênção do Santíssimo. Inda mais que os governantes governam muito mais pela força de seu próprio exemplo, sobretudo no que se refere à dedicação ao dever e à honestidade no trato do dinheiro público. “Tal rei, tal grei”, diz um velho ditado popular, que é uma tradução caseira do latino “Regis ad exemplum totus componitur orbis” (Claudiano). LEITURAS do IV domingo da páscoa: 1ª – At 4,8-12. 2ª – 1 Jo 3, 1 -2. 3ª – Jo 10, 11-18.
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02 maio
Discurso do Pão da Vida Jo 6,22 29 – EVANGELHO E HOMILIA DO DIA – O AMANHECER DO EVANGELHO – REFLEXÕES E ILUSTRAÇÕES DE PE. LUCAS DE PAULA ALMEIDA, CM 1) Oração Ó Deus, vós que mostrais aos que erram a luz da verdade para que possam voltar ao bom caminho, concedei a todos os que se gloriam da vocação cristã rejeitem o que se opõe a este nome e abracem quanto possa honrá-lo. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.2) Leitura do Evangelho (João 6, 22-29) Naquele tempo, 22No dia seguinte, a multidão que tinha ficado do outro lado do mar notou que antes havia aí um só barco e que Jesus não tinha entrado nele com os discípulos, os quais tinham partido sozinhos. 23Entretanto, outros barcos chegaram de Tiberíades, perto do lugar onde tinham comido o pão depois de o Senhor ter dado graças. 24Quando a multidão percebeu que Jesus não estava aí, nem os seus discípulos, entraram nos barcos e foram procurar Jesus em Cafarnaum. 25Encontrando- o do outro lado do mar, perguntaram-lhe: “Rabi, quando chegaste aqui?” 26Jesus respondeu: “Em verdade, em verdade, vos digo: estais me procurando não porque vistes sinais, mas porque comestes pão e ficastes saciados. 27Trabalhai não pelo alimento que perece, mas pelo alimento que permanece até à vida eterna, e que o Filho do Homem vos dará. Pois a este, Deus Pai o assinalou com seu selo. 28Perguntaram então: “Que devemos fazer para praticar as obras de Deus?” 29Jesus respondeu: “A obra de Deus é que acrediteis naquele que ele enviou”.3) Reflexão No evangelho de hoje iniciamos a reflexão sobre o Discurso do Pão da Vida (Jo 6,22-71), que se prolongará durante os próximos seis dias, até o fim desta semana. Depois da multiplicação dos pães, o povo foi atrás de Jesus. Tinha visto o milagre, comeu com fartura e queria mais! Não se preocupou em procurar o sinal ou o apelo de Deus que havia em tudo isso. Quando o povo encontrou Jesus na sinagoga de Cafarnaum, teve com ele uma longa conversa, chamada Discurso do Pão da Vida. Não é propriamente um discurso, mas trata-se de um conjunto de sete pequenos diálogos que explicam o significado da multiplicação dos pães como símbolo do novo Êxodo e da Ceia Eucarística.* É bom ter presente a divisão do capítulo para poder perceber melhor o seu sentido:6,1-15: o grande da multiplicação dos pães 6,16-21: a travessia do lago, e Jesus caminhando sobre as águas 6,22-71: o diálogo de Jesus com o povo, com os judeus e com os discípulos 1º diálogo: 6,22-27 com o povo: o povo procura Jesus e o encontra em Cafarnaum 2º diálogo: 6,28-34 com o povo: a fé como obra de Deus e o maná no deserto 3º diálogo: 6,35-40 com o povo: o pão verdadeiro é fazer a vontade de Deus 4º diálogo: 6,41-51 com os judeus: murmurações dos judeus 5º diálogo: 6,52-58 com os judeus: Jesus e os judeus 6º diálogo: 6,59-66 com os discípulos: reação dos discípulos 7º diálogo: 6,67-71 com os discípulos: confissão de PedroA conversa de Jesus com o povo, com os judeus e com os discípulos é um diálogo bonito, mas exigente. Jesus procura abrir os olhos do povo para que aprenda a ler os acontecimentos e descubra neles o rumo que deve tomar na vida. Pois não basta ir atrás de sinais milagrosos que multiplicam o pão para o corpo. Não só de pão vive o homem. A luta pela vida sem uma mística não alcança a raiz. Enquanto vai conversando com Jesus, o povo fica cada vez mais contrariado com as palavras dele. Mas Jesus não cede, nem muda as exigências. O discurso parece um funil. Na medida em que a conversa avança, é cada vez menos gente que sobra para ficar com Jesus. No fim só sobram os doze, e nem assim Jesus pode confiar em todos eles! Hoje acontece a mesma coisa. Quando o evangelho começa a exigir compromisso, muita gente se afasta.João 6,22-27: O povo procura Jesus porque quer mais pão. O povo foi atrás de Jesus. Viu que ele não tinha entrado no barco com os discípulos e, por isso, não entendeu como ele tinha feito para chegar em Cafarnaum. Também não entendeu o milagre da multiplicação dos pães. O povo viu o que aconteceu, mas não chegou a entende-lo como um sinal de algo mais alto ou mais profundo. Parou na superfície: na fartura de comida. Buscou pão e vida, mas só para o corpo. No entender do povo, Jesus fez o que Moisés tinha feito no passado: deu alimento farto para todos no deserto. Indo atrás de Jesus, eles queriam que o passado se repetisse. Mas Jesus pede que o povo dê um passo adiante. Além do trabalho pelo pão que perece, deve trabalhar pelo alimento não perecível. Este novo alimento será dado pelo Filho do Homem, indicado pelo próprio Deus. Ele traz a vida que dura para sempre. Ele abre para nós um novo horizonte sobre o sentido da vida e sobre Deus.João 6,28-29: Qual é a obra de Deus? O povo pergunta: O que devemos fazer para realizar este trabalho (obra) de Deus? Jesus responde que a grande obra que Deus pede de nós “é crer naquele que Deus enviou” . Ou seja, crer em Jesus!4) Para um confronto pessoal 1) O povo estava com fome, comeu do pão e procurava mais pão. Procurou o milagroso e não buscou o sinal de Deus que nele se escondia. O que eu mais procuro na minha vida: milagre ou sinal? 2) Pare um momento, faça silêncio dentro de você e pergunte a si mesmo: “Crer em Jesus: o que significa isto para mim bem concretamente no dia a dia da minha vida?” 5) Oração final Eu te expus meus caminhos e me respondeste; ensina-me teus estatutos. Faze-me conhecer o caminho dos teus preceitos e meditarei nos teus prodígios. (Sl 118, 26-27) ORAÇÃO COMPOSTA POR SANTO AFONSO DE LIGÓRIO Ó Maria, filha predileta do Altíssimo, pudesse eu oferecer-vos e consagrar-vos os meus primeiros anos, como vós vos oferecestes e consagrastes ao Senhor no templo! Mas é já passado esse período de minha vida! Todavia, antes começar tarde a vos servir do que ser sempre rebelde. Venho, pois, hoje, oferecer-me a Deus. Sustentai minha fraqueza, e por vossa intercessão alcançai-me de Jesus a graça de lhe ser fiel e a vós até a morte, a fim de que, depois de vos haver servido de todo o coração na vida, participe da glória e da felicidade eterna dos eleitos. Amém. LADAINHA DE NOSSA SENHORA Senhor, tende piedade de nós. Jesus Cristo, tende piedade de nós. Senhor, tende piedade de nós. Jesus Cristo ouvi-nos. Jesus Cristo atendei-nos. Deus Pai dos Céus tende piedade de nós. Deus Filho, Redentor do mundo, Deus Espírito Santo, Santíssima Trindade, que sois um só Deus, Santa Maria rogai por nós. Santa Mãe de Deus, Santa Virgem das virgens, Mãe de Jesus Cristo, Mãe da divina graça, Mãe puríssima, Mãe castíssima, Mãe imaculada, Mãe intacta, Mãe amável, Mãe admirável, Mãe do bom conselho, Mãe do Criador, Mãe do Salvador, Mãe da Igreja, Virgem prudentíssima, Virgem venerável, Virgem louvável, Virgem poderosa, Virgem benigna, Virgem fiel, Espelho de justiça, Sede da sabedoria, Causa da nossa alegria, Vaso espiritual, Vaso honorífico, Vaso insigne de devoção, Rosa mística, Torre de Davi, Torre de marfim, Casa de ouro, Arca da aliança, Porta do Céu, Estrela da manhã, Saúde dos enfermos, Refúgio dos pecadores, Consoladora dos aflitos, Auxílio dos cristãos, Esperança dos carmelitas, Rainha dos anjos, Rainha dos patriarcas, Rainha dos profetas, Rainha dos apóstolos, Rainha dos mártires, Rainha dos confessores, Rainha das virgens, Rainha de todos os santos, Rainha concebida sem pecado original, Rainha assunta ao céu, Rainha do sacratíssimo Rosário, Rainha das famílias, Rainha da paz, Rainha e esplendor do Carmelo, Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, perdoai-nos, Senhor. Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, ouvi-nos, Senhor. Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, tende misericórdia de nós. – Rogai por nós, Santa Mãe de Deus. – Para que sejamos dignos das promessas de Cristo. OREMOS – Infundi, Senhor, como vos pedimos, vossa graça em nossas almas, para que nós que pela anunciação do Anjo viemos ao conhecimento da encarnação de Jesus Cristo, vosso Filho, pela sua paixão e morte de cruz, sejamos conduzidos à glória da ressurreição. Pelo mesmo Jesus Cristo, nosso Senhor. Amém. O “LEMBRAI-VOS” DE SÃO BERNARDO Lembrai-vos, ó piedosíssima Virgem Maria, que nunca se ouviu dizer que algum daqueles que a vós têm recorrido, implorado vossa assistência e invocado o vosso socorro, tenha sido por vós abandonado. Animado de uma tal confiança, eu corro e venho a vós e, gemendo debaixo do peso dos meus pecados, me prostro a vossos pés, ó Virgem das virgens; não desprezeis as minhas súplicas, ó Mãe do Verbo encarnado, mas ouvi-as favoravelmente e dignai-vos atender-me. Amém. – EVANGELHO E HOMILIA DO DIA – O AMANHECER DO EVANGELHO – REFLEXÕES E ILUSTRAÇÕES DE PE. LUCAS DE PAULA ALMEIDA, CM No evangelho de hoje iniciamos a reflexão sobre o Discurso do Pão da Vida (Jo 6,22-71) conjunto de sete pequenos diálogos que explicam o significado da multiplicação dos pães como símbolo do novo Êxodo e da Ceia Eucarística1) Oração Ó Deus, vós que mostrais aos que erram a luz da verdade para que possam voltar ao bom caminho, concedei a todos os que se gloriam da vocação cristã rejeitem o que se opõe a este nome e abracem quanto possa honrá-lo. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.2) Leitura do Evangelho (João 6, 22-29) Naquele tempo, 22No dia seguinte, a multidão que tinha ficado do outro lado do mar notou que antes havia aí um só barco e que Jesus não tinha entrado nele com os discípulos, os quais tinham partido sozinhos. 23Entretanto, outros barcos chegaram de Tiberíades, perto do lugar onde tinham comido o pão depois de o Senhor ter dado graças. 24Quando a multidão percebeu que Jesus não estava aí, nem os seus discípulos, entraram nos barcos e foram procurar Jesus em Cafarnaum. 25Encontrando- o do outro lado do mar, perguntaram-lhe: “Rabi, quando chegaste aqui?” 26Jesus respondeu: “Em verdade, em verdade, vos digo: estais me procurando não porque vistes sinais, mas porque comestes pão e ficastes saciados. 27Trabalhai não pelo alimento que perece, mas pelo alimento que permanece até à vida eterna, e que o Filho do Homem vos dará. Pois a este, Deus Pai o assinalou com seu selo. 28Perguntaram então: “Que devemos fazer para praticar as obras de Deus?” 29Jesus respondeu: “A obra de Deus é que acrediteis naquele que ele enviou”. João 6,22-40: Quem vem a mim nunca mais terá fome! – I. Situando 1. Neste discurso do Pão da Vida (Jo 6,22-71), por meio de um conjunto de sete diálogos, o evangelista explica para os leitores e as leitoras o significado profundo da multiplicação dos pães como símbolo da Ceia Eucarística. É um diálogo bonito, mas exigente. O povo fica chocado com as palavras de Jesus. Mas Jesus não cede nem muda as exigências. O discurso parece um funil. Na medida em que avança, é cada vez menos gente que sobra para ficar com Jesus. No fim, só sobram os doze, e nem assim pode confiar em todos eles. 2. Quem lê o Quarto Evangelho superficialmente pode ficar com a impressão de que João repete sempre a mesma coisa. Lendo com mais atenção, perceberá que não se trata de repetição. O Quarto Evangelho tem um jeito próprio de repetir o mesmo assunto, mas é num nível cada vez mais alto ou mais profundo. Parece uma escada em caracol. Girando você volta ao mesmo lugar, mas num nível mais alto. Assim é o discurso sobre o Pão da Vida. É um texto que exige toda uma vida para meditá-lo e aprofundá-lo. Por isso, não se preocupe se não entender logo tudo. Um texto assim devemos ler, meditar, ler de novo, repetir, ruminar, como se faz com uma bala gostosa. Vai virando e virando na boca, até se gastar. II. Comentando 1. João 6,22-27: 1º Diálogo: O povo procura Jesus porque quer mais pão O povo viu o milagre, mas não o entendeu como um sinal de algo mais alto ou mais profundo. Parou na superfície: na fartura de comida. Buscou pão e vida, mas só para o corpo. Para o povo, Jesus fez o que Moisés tinha feito no passado: deu alimento farto para todos. Indo atrás de Jesus, queria que o passado se repetisse. Mas Jesus pediu que o povo desse um passo. Além do trabalho pelo pão perecível, deveria trabalhar também pelo alimento não perecível. Este novo alimento é que traz a vida que dura para sempre. 2. João 6,28-33: 2º Diálogo: Jesus pede para o povo trabalhar pelo pão verdadeiro O povo pergunta: “O que fazer para realizar este trabalho (obra) de Deus?” Jesus responde: “Acreditar naquele que Deus enviou!”, isto é, crer em Jesus. O povo reage: “Então, dê-nos um sinal para a gente saber que você é o enviado de Deus! Nossos pais comeram o maná que foi dado por Moisés!” Para eles, Moisés é o grande líder do passado, no qual acreditam. Se Jesus quer que o povo acredite nele, deve fazer um sinal maior que o de Moisés. Jesus responde que o pão dado por Moisés não era o pão verdadeiro, pois não garantiu a vida para ninguém. Todos morreram. O pão verdadeiro de Deus é aquele que vence a morte e traz vida. Jesus tenta ajudar o povo a se libertar dos esquemas do passado. Para ele, fidelidade ao passado não significa fechar-se nas coisas de antigamente e recusar a renovação. Fidelidade ao passado é aceitar o novo que chega como fruto da semente plantada no passado. 3. João 6,34-40: 3º Diálogo: O pão verdadeiro é fazer a vontade de Deus O povo pede: “Senhor, dá-nos sempre desse pão!” Pensavam que Jesus estivesse falando de um pão especial. Então Jesus responde claramente: “Eu sou o pão da vida!” Comer o pão do céu é o mesmo que crer em Jesus e aceitar o caminho que ele ensinou, a saber: “O meu alimento é fazer a vontade do Pai que está no céu!” (Jo 4,34). Este é o alimento verdadeiro que sustenta a pessoa, dá rumo e traz vida nova. 4. João 6,41-51: 4º Diálogo: Quem se abre para Deus aceita Jesus e a sua proposta A conversa se torna mais exigente. Agora são os judeus, os líderes do povo, que murmuram: “Esse não é Jesus, o filho de José, cujo pai e mãe conhecemos? Como é que ele pode dizer que desceu do céu?” Eles pensam conhecer as coisas de Deus. Na realidade, não é nada disso. Se fossem realmente abertos e fiéis a Deus, sentiriam dentro de si o impulso de Deus atraindo-os para Jesus e reconheceriam que Jesus vem de Deus (Jo 6,45). Na celebração da Páscoa, os judeus lembravam o pão do deserto. Jesus os ajuda a dar um passo. Quem celebra a Páscoa, lembrando só o pão que os pais comeram no passado, vai acabar morrendo como todos eles. O verdadeiro sentido da Páscoa não é lembrar o maná que caiu do céu, mas sim aceitar Jesus como o Pão da Vida e seguir pelo caminho que ele ensinou. Não é comer a carne do cordeiro pascal, mas sim comer a carne de Jesus, que desceu do céu para a vida do mundo! 5. João 6,52-58: 5º Diálogo: Carne e sangue: expressão da vida e da doação total Os judeus reagem: “Como esse homem pode dar-nos a sua carne para comer?” Eles não entenderam as palavras de Jesus, porque tomaram tudo ao pé da letra. Era perto da Páscoa. Dentro de poucos dias, todos iam comer o cordeiro pascal na celebração da noite da páscoa. Comer a carne de Jesus significava aceitar Jesus como o novo Cordeiro Pascal, cujo sangue os libertaria da escravidão. Por respeito à vida, o AT proibia comer sangue (Dt 12,16.23; At 15,29). Sangue era o sinal da vida. Beber o sangue de Jesus significava assimilar a mesma maneira de viver que marcou a vida de Jesus. O que traz vida não é celebrar o maná do passado, mas sim comer este novo pão que é Jesus, a sua carne e o seu sangue. Participando da Ceia Eucarística, assimilamos a sua vida, a sua doação e entrega. 6. João 6,59-66: 6º Diálogo: Sem a luz do Espírito não se entendem estas palavras Aqui termina o discurso de Jesus na sinagoga de Cafarnaum. Muitos discípulos achavam que Jesus estava indo longe demais, que acabava com a celebração da Páscoa, que se colocava no lugar mais central de nossa religião. Por isso, muita gente se desligou da comunidade e não ia mais com Jesus. Jesus reagiu dizendo: “É o espírito que dá vida, a carne para nada serve. As palavras que vos disse são espírito e vida.” Não devem tomar ao pé da letra as coisas que ele diz. Só mesmo com a ajuda da luz do Espírito Santo é possível entender o sentido pleno de tudo que Jesus falou (Jo 14,25-26; 16,12-13). 7. João 6,67-71: 7º Diálogo: Confissão de Pedro No fim sobram só os doze. Jesus diz a eles: “Se quiserem, podem ir embora!” Jesus não fazia questão de ter muita gente. Nem mudava o discurso quando a mensagem não agradava. Jesus falava para revelar o Pai e não para agradar a quem quer que fosse. Preferia permanecer só do que estar acompanhado por pessoas que não se comprometiam com o projeto do Pai. A resposta de Pedro foi bonita: “A quem iremos? Você tem palavras de vida eterna!” Mesmo sem entender tudo, Pedro aceitou Jesus e creu nele. Apesar de todos os seus limites, Pedro não era como Nicodemos que queria ver tudo bem claro de acordo com as suas próprias ideias. E, mesmo assim, entre os doze havia gente que não aceitava a proposta de Jesus. III. Alargando O Sinal do Novo Êxodo O sinal da multiplicação dos pães aconteceu próximo da Páscoa (Jo 6,4). A Festa da Páscoa era a memória perigosa do Êxodo, a libertação do povo das garras do faraó. Assim, todo o episódio narrado neste capítulo tem um paralelo com os episódios relacionados com a Festa da Páscoa, tanto com a libertação do Egito quanto com a caminhada do povo no deserto em busca da terra prometida. Apresentaremos este paralelo nos pequenos blocos que formam o capítulo 6 do Evangelho de João: 1. A multiplicação dos pães (Jo 6,1-15) Jesus tem diante de si a multidão faminta e o desafio de garantir o alimento para todos. Da mesma maneira, Moisés enfrentou este desafio durante a caminhada do povo pelo deserto (Ex 16,1-35; Nm 11,18-23). Depois de comer, a multidão saciada reconhece Jesus como o “Profeta que devia vir ao mundo” (Jo 6,14) dentro do que pede a Lei da Aliança (Dt 18,15-22). 2. Jesus caminha sobre o mar (Jo 6,16-21) Para o povo da Bíblia, o mar era o símbolo do abismo, do caos, do mal (Ap 13,1). No Êxodo, o povo faz a travessia para a liberdade enfrentando e vencendo o mar. Deus divide o mar com seu sopro, e o povo atravessa com pé enxuto (Ex 14,22). Em outras passagens, a Bíblia mostra Deus vencendo o mar (Gn 1,6-10; Sl 104,6-9; Pr 8,27). Vencer o mar significa impor-lhe os seus limites e impedir que ele engula toda a terra com suas ondas. Nesta passagem, Jesus revela sua divindade, dominando e vencendo o mar, impedindo que a barca de seus discípulos seja tragada pelas ondas. 3. O discurso sobre o Pão da Vida (Jo 6,22-58) Este longo discurso feito na sinagoga de Cafarnaum está relacionado com o capítulo 16 do livro do Êxodo. Vale a pena ler todo este capítulo de Êxodo, percebendo as dificuldades que o povo teve que enfrentar na sua caminhada, para podermos compreender os ensinamentos de Jesus aqui no capítulo 6 do Evangelho de João. Quando Jesus fala de “um alimento que perece” (Jo 6,27), ele está lembrando Ex 16,20. Da mesma forma, quando os judeus “murmuram” (Jo 6,41), fazem a mesma coisa que os israelitas no deserto, quando duvidaram da presença de Deus junto com eles durante a travessia (Ex 16,2; 17,3; Nm 11,1). A falta de alimentos fazia com que o povo duvidasse que Deus estivesse com eles, de que Deus fosse Javé, resmungando e murmurando contra Deus e contra Moisés. Aqui também os judeus duvidam da presença de Deus em Jesus de Nazaré (Jo 6,42).
2 maio 22
#_TOWN
Padre, escritor de mais de 77 livros, compositor e guia espiritual em pereguinações, quem é o Padre Lucas?

Homilias, Liturgias e Evangelhos

O meu serviço de padre até 2001 foi na direção espiritual e nacional da SSVP (Sociedade São Vicente de Paulo), professor de Filosofia das Religiões, na Puc de Minas Gerais e no …Seminário São Vicente de Paulo como professor em Liturgia e Música.

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